O presente trabalho procura revelar que a produção do espaço urbano em um fragmento da metrópole de São Paulo se realiza através de investimentos do capital financeiro (ou por parte dessa fração de capital) no setor imobiliário. Trata-se de inversões do capital financeiro em empresas incorporadoras e construtoras e em seus projetos que ao se realizarem produzem um novo espaço na metrópole. São analisados nesta pesquisa três Fundos de Investimentos Imobiliários e as grandes empresas empreendedoras imobiliárias que abriram capital na bolsa de valores, como forma de financiamento para projetos imobiliários. Não se trata da descoberta do setor imobiliário e a grande quantidade de capital que este setor necessita e sua relação direta com a (re)produção do espaço urbano, mas de um movimento de financeirização do imobiliário, que surge hoje como elemento central para a reprodução da esfera financeira do capital tendo como condição e meio o espaço tornado mercadoria e como produto a metrópole contemporânea, que possui como uma de suas características a articulação com o plano do mundial. Entretanto observamos em nossa pesquisa sobre o movimento da economia financeira na dinâmica imobiliária em São Paulo, que a produção material do espaço traz em si algo que a nega. Em que medida o próprio espaço, que é condição e meio para o processo, colocaria barreira para esse processo de financeirização do imobiliário e do capital financeiro se realizando através da produção do espaço? Esta questão então possui uma dimensão teórica e prática. Teórica porque ela traz a negatividade do processo e prática porque o próprio espaço elemento central para que o processo aqui em evidência se realize, torna-se barreira, limite a ser superado. Encontramo-nos diante de uma contradição do espaço. Como o espaço se torna barreira para a sua própria produção? No sentido aqui exposto a produção capitalista do espaço revela que tal processo contém uma negatividade interna que ao se manifestar enquanto cisão é motivo para um movimento de superação, continuidade e novas contradições. Na constituição deste mercado imobiliário, no contexto da produção da metrópole contemporânea, lê-se que existe um movimento que rompe com a lógica formal e revela um movimento dialético. / This work, aims to reveal that the production of urban space in a fragment of São Paulo metropolis is happening through financial capital investments in the real estate business. There are financial capital investments in enterprises of real estate business and in its projects producing a new space in São Paulo Metropolis. Three Real Estate Investment founds were analyzed and the bigger real estate business enterprises which have done yours IPO in 2006 as a way to finance real state projects. Its not the discovery of the real estate business and its relation with the financing area, but the union between the real estate business with the financial capital producing the urban space. However we observe in our research that the material production of space brings in itself something that denies it. How the space itself, that is condition and way to the process can be a limit to its production? This question has a theory and practical dimension. It brings the negative dimension of the process and practical, because space, important element to the process is a limit to its production. There is in this process a contradiction of space.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-01122009-145536 |
Date | 11 July 2007 |
Creators | Miele, Sávio Augusto de Freitas |
Contributors | Carlos, Ana Fani Alessandri |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | Dissertação de Mestrado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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