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NARRATIVAS AUTOBIOGRÁFICAS DE MULHERES QUE (CON)VIVEM COM O HIV: IDENTIDADES SOCIAIS DE GÊNERO

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Previous issue date: 2015-09-23 / This study understands identity as a symbolic and discursive production process (Silva, T.T. 2014) through social practices and interactions. This research was based
on the historical silencing of the identity construction of women, which in terms of relations of power have been marginalized. Thus, the discourses which are expressed
are understood as being written in diverse practices. The research objectives were as follows: to understand the life experiences of the women who participated in the
research before they were aware that they had contracted HIV; to understand the process of reconstruction of female social identity from their experiences of living with HIV; and to recognize future possibilities and prospects revealed as a social
redefinition of gender identity in connection with living with HIV. This research was based on the theoretical framework of social identities of gender and on applied
linguistic theory. In terms of gender identity, I referred to Louro (2009), Butler (2003) and Pinto (2009). Borba (2008, 2010) and Norton (2010) were used as theoretical
references for issues of identity and gender in the context of HIV. This study was also theoretically based on the language studies and critical discourse analysis of Van Dijk
(2008) and Fairclough (2001, 2008), as well as other authors. The methodology was qualitative narrative research, which was characterized as the methodology and research method. The three-dimensional space (Clandinin; Connelly, 2000) guided the instrumentalization and the production of field data, which were the autobiographical narratives of women who are HIV positive. The results of the narratives reveal that before contracting HIV, the social identities of the women in the survey revealed that they had affective bonds with males and they believed that housekeeping and care for others was part of their duty. They feared abandonment and being judged by others. In the narratives, shortly after the notification of their HIV status, they showed that their
maternal, conjugal and filial identity tended to be superimposed onto their HIV positive identity. When they were undergoing antiretroviral therapy, instead of being concerned about their bodies and their health, they continued to worry about their children or other members of the family. They regretted not having previously paid more attention to their sexual health or having trusted their sexual partners too much. In the narratives
regarding their future prospects, these women pointed out the importance of preventive sexual education for young people and they showed that they were more empowered when seeking other relationships and when searching for knowledge and information related to sexual health. They also stressed the importance of NGOs as a space to assume HIV-positive identity and to discuss that issue. The social identities of gender not only refer women to negative issues but also to a performative appeal of their identities for reconstruction and also to perform their lives in a reflective process about their social relations in affective, economic, social and personal terms. I conclude that the different identities of women intersect with each other and that the processes of construction and reconstruction are a part of their lives. Discussing the issue of HIV entails discussing social relations and social practices between humans. In talking about the other we reveal much about ourselves or the narratives that make up our own identities. To live is to construct and deconstruct ourselves in a continuous process. / Este trabalho assume a identidade compreendida como um processo de produção simbólica e discursiva (SILVA, 2014) através de práticas e interações sociais. A
pesquisa teve como justificativa o silenciamento histórico em relação à construção identitária da mulher, a qual, nas relações de poder, é deixada aquém. Assim, os discursos expressos são entendidos como inscritos em práticas diversas. Os objetivos da pesquisa são: conhecer as experiências de vida das mulheres participantes da
pesquisa antes de conviverem com o HIV; entender o processo de reconstrução da identidade social feminina a partir das experiências vividas na convivência com o HIV
e reconhecer as possibilidades futuras e perspectivas reveladas como ressignificação de uma identidade social de gênero na convivência com o HIV. A pesquisa foi
embasada nos referenciais teóricos de identidades sociais de gênero e nos teóricos da linguística aplicada. Na compreensão da identidade de gênero respaldei-me em
Louro (2009), Butler (2003) e Pinto (2009), enquanto que Borba (2008, 2010) e Norton (2010) foram tomados como referenciais teóricos para questões de identidade, gênero
no contexto do HIV. A pesquisa também teve como base teórica os estudos de linguagem e análise crítica do discurso de Van Dijk (2008) e Fairclough (2001, 2008)
como alguns dos autores. A metodologia utilizada foi a pesquisa qualitativa narrativa, a qual se caracteriza como metodologia e método de investigação. O espaço
tridimensional (CLANDININ; CONNELLY, 2000) foi o que norteou a geração de dados - narrativas autobiográficas de mulheres que vivem ou convivem com o HIV. Os resultados obtidos nas narrativas apontam que antes do HIV as identidades sociais reveladas das mulheres pesquisadas mostram que elas têm vínculo afetivo com a
figura masculina e acreditam que os afazeres domésticos e cuidado com o outro são suas incumbências. Atualmente, temem o abandono e têm medo de serem julgadas. Nas narrativas referentes logo após à notificação à soropositividade ao HIV, apontaram as identidades maternal, filial e conjugal sobrepostas à identidade soropositiva ao HIV. A adesão à terapia antirretroviral dá-se pela preocupação com o corpo e saúde, por inquietarem-se com os filhos ou outro ente da família. Lamentam por não terem tido preocupação com sua saúde sexual antes de (con)viverem com o HIV ou por confiarem ao extremo em seus companheiros. Nas narrativas das perspectivas futuras dessas mulheres, elas apontam a importância de uma educação sexual preventiva aos jovens e se demonstram mais empoderadas na busca de outros relacionamentos e de conhecimentos e informações relacionadas à saúde sexual.
Apontam a importância da ONG como espaço para assumir e discutir a identidade soropositiva ao HIV. As identidades sociais de gênero remetem as mulheres não só às questões negativas, mas também a uma chamada performativa de suas identidades para a reconstrução e vida performativa no processo de reflexão acerca de suas relações sociais no campo afetivo, econômico, social e pessoal. Concluo que as identidades de ser mulher se entrecruzam e que, o processo de construção e
reconstrução faz parte do viver. Falar de HIV é falar das relações sociais e práticas sociais entre seres humanos. Além disso, a maneira como falo do outro, muito pode
dizer de mim mesmo ou de quais discursos compõem as minhas identidades. Viver é construir e desconstruirmos a nós mesmos a todo tempo.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:tede2.uepg.br:prefix/407
Date23 September 2015
CreatorsOliveira, Linite Adma de
ContributorsFerreira, Aparecida de Jesus, Camargos, Moacir Lopes de, Jovino, Ione da Silva
PublisherUNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA, Programa de Pós Graduação em Linguagem, Identidade e Subjetividade, UEPG, BR, Linguagem, Identidade e Subjetividade
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEPG, instname:Universidade Estadual de Ponta Grossa, instacron:UEPG
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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