Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Estudo que possui como objeto violência laboral em hospital psiquiátrico como risco psicossocial à saúde dos trabalhadores de enfermagem, cujo interesse investigativo iniciou-se na graduação e posteriormente ao trabalhar como enfermeiro em um hospital psiquiátrico. Tais experiências marcaram de forma peculiar a minha trajetória profissional e o interesse acerca do objeto de estudo, por entender que a violência em âmbito psiquiátrico precisa ser desvelada e discutida para que medidas preventivas sejam adotadas no coletivo dos trabalhadores com vistas ao bem estar, a satisfação no trabalho e qualidade do serviço ofertado a população. Objetivou-se neste estudo, identificar os tipos de violência presentes no trabalho da enfermagem em hospital psiquiátrico; descrever as repercussões da violência laboral para a saúde dos trabalhadores de enfermagem em hospital psiquiátrico e analisar os mecanismos de enfrentamento adotados pelos trabalhadores da enfermagem diante da violência laboral em hospital psiquiátrico. Estudo qualitativo, descritivo, cujos dados foram obtidos em um hospital psiquiátrico situado no município do Rio de Janeiro, no período janeiro a fevereiro de 2013 com 16 trabalhadores (7 enfermeiros e 9 técnicos de enfermagem), a partir dos critérios de inclusão adotados. Trabalhou-se com a técnica de entrevista semiestruturada, mediante um roteiro contendo questões sobre o objeto de estudo. O projeto atendeu as exigências presentes na Resolução 196/96, do Ministério da Saúde (MS), tendo sido aprovado pela Comissão de Ética em Pesquisa (CEP) com o número 070.3.2012. Aplicada a técnica de conteúdo ao material emergiram os seguintes resultados: na vivencia dos trabalhadores do hospital psiquiátrico há três tipos de violência. A primeira refere-se à violência sofrida, principalmente durante as emergências psiquiátricas, momento em que o trabalhador sofre com as agressões verbais e, em alguns casos, físicas cometidas pelo paciente. Outro tipo de violência no trabalho foi a perpetrada pelo familiar em momentos de tensão e a terceira envolveu a violência simbólica por parte dos médicos, principalmente os residentes. A violência do trabalho foi identificada em decorrência da precarização das condições de trabalho em termos de recursos humanos e materiais. A violência laboral revelou-se como um risco psicossocial a saúde do trabalhador por acarretar sofrimento psíquico e físico evidenciado através de queixas de desgaste, estresse e medo, levando a insatisfação e desmotivação no trabalho. Para se manterem no trabalho, os trabalhadores elaboram estratégias de enfrentamento centradas na resolução dos problemas decorrentes da violência e na regulação da emoção. Diante dos resultados, concluiu-se que a violência em hospital psiquiátrico é um risco psicossocial que afeta a saúde dos trabalhadores de enfermagem, cabendo a organização juntamente com os trabalhadores propor medidas que deem visibilidade a violência sofrida, através do diagnostico, da prevenção e enfrentamento coletivo, o que pode ser realizado mediante denuncia dos próprios trabalhadores junto a instituição, sindicatos e órgãos de classe. Salienta-se a importância de suporte psicoterápico dos trabalhadores de enfermagem vitimas de violência com vistas à identificação dos fatores de risco e fortalecimento dos fatores protetores. Recomenda-se a continuidade de estudos na área, considerando a incipiência dos mesmos. / The following dissertation is a study that has as a subject-matter the workplace violence as a psychosocial risk to the health of nurses of a psychiatric hospital, whose investigative interest began in the undergraduate studies and later as I worked as a nurse in a psychiatric hospital. Such experiences shaped in a peculiar way my professional trajectory and the interest in the subject-matter of this study, for my understanding that the violence in the psychiatric sphere needs to be uncovered and discussed in order to preventive measures be adopted in the workers collective in view of the welfare, the work satisfaction and quality of the service that is offered to the population. It is intended in this study: to identify the kinds of violence that are present in the nursing work in a psychiatric hospital; to describe the repercussions of the workplace violence to the health of nurses in a psychiatric hospital; and to analyze the coping mechanisms adopted by the nurses in the presence of workplace violence in a psychiatric hospital. The study is a qualitative, descriptive one, whose data was collected in a psychiatric hospital from the city of Rio de Janeiro, through the period from January to February 2013, with 16 workers (7 registered nurses and 9 licensed practical nurses) from the adopted criteria of inclusion. The used technique was the semi-structured interview, through a script with questions about the subject-matter. The project followed the demands from the resolution 196/96, from the Ministry of Health (MH) and was approved by the Comissão de Ética em Pesquisa (CEP) with the number 070.3.2012. After the content analysis the following findings emerged: there are three kinds of violence in the life of the workers. The first refers to the violence suffered mainly during the psychiatric emergencies, where the worker suffers verbal and, in some cases, physical, aggressions by the patient. Another kind of workplace violence was the one committed by the family of the patient in moments of tension, and the third one is the symbolic violence perpetrated by the doctors, mainly the residents. The workplace violence was identified as a consequence of poor working conditions such as human and material resources. The occupational violence showed itself as a psychosocial risk to the workers health, for it causes psychological and physical suffering, as could be seen through the complains of weariness, stress and fear, that causes the dissatisfaction and demotivation in the workplace. In order to maintain themselves in the work, the workers create coping strategies that are centered on the resolution to the problems resulted from the violence and on the emotion regulation. In the presence of the findings, it was concluded that the violence in the psychiatric hospital is a psychosocial risk that affects the nurses health, and it is due to the organization as well was the workers to propose measures that make the suffered violence visible through the diagnose, the prevention, and collective coping, something that can be done through the denouncing of the workers at the institutions, labor unions and professional organizations. It is emphasized the importance of psychotherapeutic support for nurses that are the victims of violence in order to identify the risk factors and to strengthen the protective factors. It is recommended the continuity of studies in the area, taking the lack of these studies into account.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/urn:repox.ist.utl.pt:UERJ:oai:www.bdtd.uerj.br:4470 |
Date | 10 February 2014 |
Creators | Glaudston Silva de Paula |
Contributors | Elias Barbosa de Oliveira, Helena Maria Scherlowski Leal David, Zenith Rosa Silvino |
Publisher | Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, UERJ, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ, instname:Universidade do Estado do Rio de Janeiro, instacron:UERJ |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
Page generated in 0.0036 seconds