O mercado de planos privados de saúde apresenta papel de destaque no sistema de saúde no Brasil. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), em 2008, mais de 45,7 milhões de pessoas, cerca de 24% da população brasileira, estava coberta por algum plano de saúde. Melhor facilidade de acesso e utilização dos serviços de saúde por parte dos seus beneficiários pode consistir em um fator que contribua para a expansão do mercado de planos privados de saúde. No Brasil, a abordagem a respeito da posse de planos privados de saúde para crianças é ainda escassa. Neste sentido, o estudo objetiva avaliar os fatores associados à posse de planos privados de saúde médico e odontológico pela população infantil. Estudo transversal foi realizado a partir de dados coletados do seguimento da coorte de nascidos vivos de Ribeirão Preto (SP) (2004/2005) e de São Luís (MA) (2005/2006). A coleta de dados consistiu de um questionário pré-estruturado respondido pelas mães. A população final compreendeu, em Ribeirão Preto/SP, 790 crianças com idade de 10 e 11 anos, tendo um percentual de seguimento de 68,7%, Em São Luís/MA, o total de crianças estudadas foi de 673 com idade de 7 a 9 anos, representando 72,7% das crianças da coorte. Realizou-se análise estatística bivariada seguida de análise multivariável por meio de modelo de equações generalizadas considerando distribuição de Poisson para o cálculo da razão de prevalência, com alfa de 0,05. Na análise multivariável, em Ribeirão Preto, a posse de plano de saúde médico foi estatisticamente significante com maior poder de compra, maior nível de escolaridade materna, chefe da família ser empregado com carteira assinada e composição familiar representada por pai sem mãe. Ainda, nesta cidade, observou-se menor probabilidade de posse de plano de saúde médico quando a criança apresentava maior número de irmãos e a mãe viver com parceiro. Em São Luís, a posse de plano de saúde médico foi mais provável nas crianças, cujas famílias apresentavam o chefe com ocupação não manual e quando as mães relatavam percepção de saúde bucal excelente / muito boa. O nível de escolaridade materna e o fato da mãe viver sem parceiro foram relacionados com a menor probabilidade de posse de plano de saúde médico. A posse de plano odontológico, na população de Ribeirão Preto, foi mais provável em famílias que apresentavam maior poder de compra cujo chefe era empregado com carteira assinada. Família composta pela mãe com padrasto e existência de necessidade de tratamento odontológico apresentaram menor probabilidade de ter plano odontológico. Conclui-se que a posse de plano de saúde médico e odontológico pode ser influenciada por fatores indicativos de disparidades sociais, como também por questões relacionadas a estrutura familiar. / The market for private health plans has a prominent role in the health system in Brazil. According to National Survey by Household Sampling (PNAD) in 2008, more than 45.7 million people, about 24% of the population was covered by some health insurance. Better access and utilization of health services for its beneficiaries may consist of a factor that is contributing to the expanding market for private health plans. In Brazil, the approach regarding the possession of private health insurance for children is still scarce. Thus, this study aimed to evaluate the determinants of ownership of medical and dental health plans by children. This cross-sectional study was performed using data from a cohort study of births follow-up in Ribeirão Preto (SP) (2004 / 2005) and in São Luís (MA) (2005/2006). Data collection consisted of a pre-structured questionnaire completed by the mothers. In Ribeirão Preto / SP, the final population consisted in 790 children aged 10-11 years, about 68% of the original sample. In São Luís / MA, the total of 673 children studied were aged 7-9 years, a total of 72,7% of this cohort children. Statistical analysis was bivariate followed by stratified analysis and multivariate analysis, through a model of generalized equations considering the disribution of Poisson to estimate the prevalence ratio, with an alpha of 0.05. In the multivariate analysis, in Ribeirão Preto, it was observed a significant relationship between the fact of being enrolled to a medical plan and a higher income, a higher mother\'s level of education, regular employment by the householder and families represented by fathers and no mothers. Furthermore, in this city it was observed a smaller probability of enrolment in a medical plan among children with bigger number of brothers and their mother lived with a partner. In São Luís, being enrolled in a medical plan among children was positively associated with families with a householder with a non-manual job and with a mother\'s perception of health characterized as excellent /very good. The level of education of these mothers and the fact of them living without a partner were associated with a smaller possibility of enrollment in a medical plan. The possession of a dental plan for the children in Ribeirão Preto was more often among families with higher income and a regular employed householder. Families represented by a mother and a stepfather and the presence of the need for dental treatment was related to a smaller possibility of possession of a dental plan. In conclusion, the enrollment in a health/dental plan can be influenced by factors that point to social disparities, and also by issues involving the structure of the family.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-08032013-095706 |
Date | 22 February 2013 |
Creators | Sena, Marina Fernandes de |
Contributors | Saraiva, Maria da Conceicao Pereira |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | Tese de Doutorado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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