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Figurações da donzela-guerreira nos romances Luzia-homem e Dona Guidinha do Poço

Orientador: Vilma Sant'Anna Areas / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem / Made available in DSpace on 2018-07-29T00:56:14Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2001 / Resumo: Esse trabalho estuda o topos da donzela-guerreira, sua adequação e afastamento nos romances Luzia-Homem e Dona Guidinha do Poço. Também estuda a permanência dessa figura no imaginário da cultura o cidental que tem sido suficientemente forte para as freqüentes reaparições dentro da tradição literária Ocidental, com o tempo, permitindo-lhe
configurar os caracteres fundamentais que formamum microenredo de forte coesão interna, perfeitamente reconhecível porque possui um ethos específico em sua estrutura profunda, mas que se pode recobrir de inúmeras variações no nível de sua estrutura de superficie. O motivo da donzela-guerreira nos veio de fora, é claro. Entre nós, sua figuração se
iniciou pela literatura popular, especialmente de cordel, depois conseguiu espaço na literatura erudita, especialmente no gênero romance, cujo locus, palco à sua narrativa, é o universo do sertão, lugar atávico, próximo do mundo semifeudal, cujas coordenadas socioculturais e políticas se pautam pelos mores seguros do patriarcalismo. Em Luzia-Homem, as dificuldades da tentativa de figuração desse topos são decorrentes do apego de Domingos Olímpio aos estereótipos femininos das convenções romântica e naturalista, cujos figurinos o impedem de criar uma mulher audaz, belicosa, de vontade própria e que faça jus agendi desses caracteres. Resulta que acaba por criar uma figura limítrofe, muito mais uma espécie de mulher biônica, inanida de susto. Ser híbrido e excessivo, numa espécie de mostrengo inverossímil, longe da pretendida figura da donzelaguerreIra. Em Dona Guidinha do Poço, Manuel de Oliveira Paiva erige a figura de uma mulher forte e determinada, capaz de conduzir o rumo de sua vida e de determinar o destino dos demais, porém incapaz de qualquer gesto e heroísmo, ou de altruísmo. Sua conduta, centrada em si mesma, muito a afasta da estóica donzela-guerreira. Guida é encarnação
cabal da mandona metida à fidalga, mercê da fortuna herdada do pai, fazendo com que sua figura se aproxime do topos da mandona desabusada, nossa versão sertaneja das figuras cômicas do alazón, bufão ou da megera, antiga habitante da comédia grega. Essa personagem encaixa-se como luva na categoria da personagem tipo, sendo, portanto, também limítrofe à tópica da donzela-guerreira / Abstract: This research work studies the maiden-warrior's topos, her adequacy and withdrawal, in the novels 'Luzia-Homem' and 'Dona Guidinha do Poço.' It also studies this character' s permanence in the imaginary of the western culture which has been strong enough to her fi-equent reappearing into the western literary tradition, with time, thus allowing her to configure the fundamental characters which form a micro-plot of strong internal cohesion, perfectly recognisable for it has a specific ethos in its deep structure, but which can be reappeared in countless variations in its surface structure. The figure of the maiden-warrior was brought into light fi-om the outside, of course. Among us her appearance started fi-om the popular literature, especially in the 'cordel' literature. After that it conquered space in the scholar literature, mainly in the novel genre, which foeus, stage to its narrative, is the arid countryside universe, atavistic place, near the semi-feudal world, which socio-cultural and political co-ordination are regulated by the safe mores of patriarchy. In 'Luzia-Homem' the difficulties in the attempt of appearance of this topos are resulting fi-om the devotion of Domingos Olímpio to the feminine stereotype of the romantic and naturalist convention, which clothes design impedes him to create a fearless, bellicose, determined woman, and willing to a jus agendi ofthese characters. As a result it creates a contiguous figure, a sort of bionic, fearless woman. She is a hybrid and excessive
being, a type of improbable lubber, far fi-ombeing the intended maiden-warrior's figure. In 'Dona Guidinha do Poço' Manuel de Oliveira Paiva raises the figure of a strong and determined woman, able to carry on with her own life and to determine the fate of the others. She is, however, incapable of any heroism or altruism gesture. Her selfcentred behaviour moves her away fi-omthe maiden-warrior. Perfect incarnation of the bossy woman who thinks is noble, at the mercy of the fortune inherited fi-omher father, her figure comes closer to the topos of the bossy unrestrained woman. Our version of the comic
figures of the afazón, buffoon or termagant woman, ancient inhabitant of the Greek / Mestrado / Teoria e Critica Literaria / Mestre em Teoria e História Literária

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unicamp.br:REPOSIP/270210
Date17 December 2001
CreatorsOliveira, Valdeci Batista de Melo
ContributorsUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, Arêas, Vilma Sant'Anna, 1936-
Publisher[s.n.], Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Estudos da Linguagem, Programa de Pós-Graduação em Teoria e História Literária
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Format159 p., application/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da Unicamp, instname:Universidade Estadual de Campinas, instacron:UNICAMP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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