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Produtos químicos descartados no mar de Florianópolis e pesquisa de metais pesados em tecido muscular de tainhota e parati (Gênero Mugil)

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Agrárias. / Made available in DSpace on 2012-10-19T01:48:19Z (GMT). No. of bitstreams: 0 / Considerando a necessidade de avaliar outro tipo de poluição a que o mar da Ilha de Santa Catarina está exposto, além da do esgoto sanitário, foi realizado uma pesquisa para avaliar sua contaminação através da rede pluvial. O estudo constou de (a) um levantamento de estabelecimentos da cidade de Florianópolis, que utilizam em sua rotina de trabalho produtos químicos, cujos resíduos são descartados na rede pluvial e (b) uma avaliação desta contaminação no pescado capturado na região. Vinte e dois estabelecimentos foram pesquisados quanto ao tipo dos produtos utilizados, efeitos à saúde e seu modo de descarte, sendo 4 clínicas radiológicas, 7 hospitais, 9 laboratórios de análises químicas e 2 maternidades. Os hospitais e maternidades foram divididos nos seguintes setores: esterilização, lavanderia e radiologia. À partir dos resultados foi observado que, os pontos críticos da cidade onde mais se concentram estes despejos químicos são as baías norte e sul, localizadas na região central de Florianópolis e o mangue do Itacorubi, sendo que este último tem conecção com a baía norte. Todos os estabelecimentos visitados, descartam solventes, reagentes, produtos de radiologia, lavanderia e esterilização na rede pluvial. Entre os produtos descartados estão o benzeno, clorofórmio, glutaraldeído, formaldeído, tetracloreto de carbono, cromato e dicromato de potássio, acetato de chumbo e o cloreto de cádmio todos de efeito carcinogênico; sendo os dois últimos também considerados teratogênico. Embora existam outras vidas marinhas nos locais de descarte dos resíduos acima, tainhotas e paratis (gênero Mugil) são peixes mais encontrados e consumidos pelos nativos e moradores, que utilizam a pesca como meio de sobrevivência na região. Os pontos escolhidos para captura das amostras foram de acordo com a localização dos descartes feitos pelos estabelecimentos anteriormente citados, e denominados de Estação I (mangue do Itacorubi), Estação II (baía norte) e Estação III (baía sul); sendo coletadas amostras em 6, 8 e 6 pontos para cada Estação respectivamente. A captura do pescado foi através de tarrafa: malha 2,5 e braça 24; que após ser colocado em isopor com gelo foram transportadas ao Laboratório de Resíduos Tóxicos das Ciências dos Alimentos/CCA/UFSC para posterior análise. Foi portanto separado para análise a parte comestível do pescado, ou seja o tecido muscular e analisado através de espectrometria por absorção atômica para detecção de metais pesados (cádmio, chumbo e cromo). Não foram detectados tanto cádmio, quanto chumbo ou cromo, dentro do limite de detecção do estudo realizado. Os resultados encontrados indicam que, embora exista poluição na região estudada, esta ainda não chegou a ser transferida para a parte comestível do pescado. Tal fato talvez esteja relacionado que nesta região, não há atividades industriais, que poderiam causar uma poluição à ponto de alterar a composição das águas de escoamento e que provavelmente causaria efeitos adversos a curto prazo sobre os compartimentos do ecossistema aquático das baías norte e sul e mangue do Itacorubi, a ponto destes metais pesados serem detectados no tecido muscular dos peixes. Contudo há indicativos de que a poluição do mar e mangue esteja presente e talvez aumentando gradativamente nas referidas regiões, pelos descartes químicos realizados diariamente, como mencionado na primeira parte da pesquisa e também pelos estudos realizados por Panitz (1986), Laurenti (1992) e Queiróz et al., (1993). Considerando a toxicidade e a diversidade dos produtos utilizados, além do número de estabelecimentos que realizam este descarte; as referidas baías e mangue vem recebendo um volume considerável de poluentes vindo a comprometer as comunidades marinhas e dependendo das condições serem translocados através dos diversos elos da cadeia alimentar. São necessárias medidas para controlar/reduzir estes descartes químicos diários para evitar que num futuro talvez próximo, a comunidade, esteja ingerindo peixe contaminado além de uma alteração maior do ecossistema.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/81320
Date January 1999
CreatorsBenato, Vanira Silva
ContributorsUniversidade Federal de Santa Catarina, Scussel, Vildes Maria
PublisherFlorianópolis, SC
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatxvi, 98 f.| il., mapas, grafs., tabs. +
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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