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Estudos morfoanatômico, fitoquímico e de atividades biológicas de Campomanesia guazumifolia (CAMBESS.) O. Berg, Myrtaceae

Resumo: A espécie Campomanesia guazumifolia (Cambess.) O. Berg, conhecida comumente como sete-capotes, é uma Myrtaceae nativa do Brasil, que vem sendo empregada na medicina popular em distúrbios gastrointestinais e hepáticos. Este trabalho teve como objetivo estudar a morfoanatomia e a composição química de folha e caule dessa espécie, bem como avaliar as atividades biológicas, como contribuição ao seu conhecimento farmacognóstico e visando respaldar o uso popular. O material vegetal foi coletado, identificado e devidamente preparado para as respectivas análises. No estudo morfoanatômico, verificou-se que a folha possui estômatos paracíticos na face abaxial, tricomas tectores unicelulares, mesofilo dorsiventral, cavidades secretoras e nervura central com um único feixe vascular bicolateral em arco aberto e circundado por uma bainha esclerenquimática contínua. O caule, em secção transversal, apresenta epiderme persistente e felogênio originado na região mediana do córtex. Há colênquima angular, parênquima cortical e grupos de fibras. O cilindro vascular constitui-se de floema externo, xilema e floema interno, percorridos por raios estreitos. Idioblastos contendo drusas e cristais prismáticos de oxalato de cálcio, além de compostos fenólicos estão presentes em folha e caule. Na prospecção fitoquímica foliar e caulinar foram observados glicosídeos flavônicos, iridoides, esteroides e/ou triterpenoides e saponinas. Adicionalmente, o extrato de folha revelou taninos, enquanto que o de caule exibiu leucoantocianidinas. O composto miricitrina foi identificado na fração acetato de etila proveniente de folha. Em relação à atividade antioxidante, a fração acetato de etila tanto de folha como de caule foi a mais efetiva na redução do radical DPPH e pelo método do fosfomolibdênio, porém pelo método TBARS, o extrato etanólico bruto e frações de caule exibiram maior inibição da peroxidação lipídica do que as amostras provenientes de folha. Na avaliação da atividade antimicrobiana, o extrato etanólico bruto e as frações acetato de etila e hidroalcoólica de folha reduziram o crescimento de Staphylococcus aureus, sendo que a fração hidroalcoólica de folha também foi eficaz contra Salmonella Typhimurium. Para as amostras provenientes de caule, o extrato etanólico bruto reduziu o crescimento de Candida albicans e a fração acetato de etila apresentou-se eficiente contra Staphylococcus epidermidis. Em testes preliminares de toxicidade, os extratos e as frações de folha e caule não apresentaram atividade frente a Artemia salina e não demonstraram atividade hemolítica. Pelo ensaio de avaliação da motilidade gastrointestinal in vivo, constatou-se que o extrato etanólico bruto de folha reduziu o esvaziamento gástrico nas doses de 500, 100 e 20 mg/kg, e aumentou o trânsito intestinal na dose de 500 mg/kg. Com a avaliação da atividade protetora gástrica in vivo, verificou-se ação antiulcerogênica do extrato bruto de folha na dose de 100 mg/kg, que parece não estar relacionada à inibição de peroxidação lipídica na mucosa gástrica, avaliada pelo método TBARS. Os dados obtidos são relevantes e complementares ao estudo morfoanatômico, fitoquímico e de atividades biológicas dessa planta medicinal e potencial droga vegetal, e confirmam o uso terapêutico indicado pela medicina popular.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:dspace.c3sl.ufpr.br:1884/30320
Date05 June 2013
CreatorsArruda, Maria Fernanda Cordeiro
ContributorsDuarte, Marcia do Rocio, 1958-, Miguel, Obdúlio Gomes, 1952-, Campelo, Patrícia Maria Stuelp, Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciencias da Saúde. Programa de Pós-Graduaçao em Ciencias Farmaceuticas
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPR, instname:Universidade Federal do Paraná, instacron:UFPR
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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