Return to search

Trabalho e território de haitianos na região metropolitana de Belo Horizonte: precariedade e resistência / Travail et territoire des Haïtiens dans la région métropolitaine de Belo Horizonte: précarité et résistance

A migração haitiana para o Brasil ganha destaque após o terremoto de 2010 no Haiti. Estima-se que hoje 55.000 haitianos vivam no Brasil. Esta pesquisa procurou compreender as dimensões psicossociais da migração para os haitianos residentes na Região Metropolitana de Belo Horizonte a partir das categorias trabalho e território. Partiu-se das perspectivas transnacionais e da teoria das redes sociais para produzir reflexões sobre o campo migratório que considerem o sujeito migrante. Em nosso percurso metodológico, a partir da pesquisa-militante, utilizamos a intervenção pesquisante como método de pesquisa, a partir da ideia de pesquisador conversador, e com os instrumentos de entrevista e diário de campo. Além das oito entrevistas, também frequentamos as reuniões da associação dos haitianos de Contagem (Kore Ayisyen) e espaços oficiais que envolvem essa discussão, tais como a rede de acolhimento ao migrante de Belo Horizonte e o Comitê Estadual de Atenção ao Migrante, Refugiado e Apátrida, Enfrentamento ao tráfico de pessoas e erradicação do trabalho escravo. A análise dos dados produzidos nesta pesquisa foi realizada também a partir de discussões sobre território e suas possíveis territorialidades e o trabalho e as experiências laborais dos migrantes desde o Haiti. Algumas dimensões psicossociais da migração para os haitianos referem-se à sua condição de vida no Brasil e envolvem as rotas no trajeto para o país, a dificuldade em aprender o idioma, a solidariedade construída na rede social da migração, o suporte social ofertado pelas igrejas, principalmente neopentecostais, e o racismo à brasileira. E como parte das condições, as territorialidades construídas a partir do cotidiano de trabalho, da localização da igreja, da loja que realiza o envio do dinheiro da remessa, da localização do Centro Zanmi imprimem um sentido e revelam outro uso do território. O trabalho relatado nas entrevistas revela que as experiências laborais se constituem como um desperdício da experiência, principalmente pelo trágico descompasso entre a formação e o trabalho que realizam no Brasil. Entre as experiências, a precarização do trabalho informal apresenta-se como o trabalho de entrada no mercado laboral brasileiro e junto com as demais atividades caracterizam o migrante haitiano como parte do precariado. Se há precariedade a partir de várias dimensões tanto no Haiti quando no Brasil, uma precariedade transnacional, há também resistência, que se revela na aposta na educação enquanto futuro, na organização política a partir da associação dos haitianos de Contagem e nos usos e sentidos produzidos no território / La migration haïtienne vers le Brésil a gagné la proéminence après le séisme du 12 janvier 2010 en Haïti. On estime un nombre de 55.000 Haïtiens vivant actuellement au Brésil. Cette recherche visait à comprendre les dimensions psychosociales de la migration pour les haïtiens résidant dans la région métropolitaine de Belo Horizonte à partir des catégories de travail et territoire. Il a commencé à partir des la perspectives transnationales et de la théorie des réseaux sociaux pour produire des réflexions sur le champ migratoire que considèrent le sujet migrant. Dans notre approche méthodologique, à partir de la recherche-militante, nous utilisons l\'intervention de recherche comme une méthode de recherche, à partir de l\'idée chercheur causeur, et avec des instruments d\'entrevue et le champ journal. Outre des sept entrevues, nous avons aussi assisté des réunions de l\'association des haitiens du contagem (Kore Ayisyen) et des espaces officiels entourant cette discussion, tels que le réseau d\'accueil pour migrants au Belo Horizonte et le Comité d\'Etat pour l\'attention aux migrants, des réfugiés et apatrides, Confrontement le trafic de personnes et l\'éradication du travail esclave. L\'analyse des données produites dans cette étude a également été menée à partir des discussions sur le territoire et sa possible territorialité, et le travail et l\'expérience de travail des migrants. Certaines dimensions psychosociales de la migration pour les Haïtiens se réfèrent à leurs conditions de vie au Brésil et impliquant le parcours du trajet vers le pays, la difficulté d\'apprentissage de la langue, la solidarité construite sur des réseaux sociaux de la migration , le soutien social offert par les églises principalement néo-pentecôtiste et le racisme brésilien. Et dans le cadre des conditions, les territorialités construites à partir du travail quotidien de l\'emplacement de l\'église, le magasin qui effectue l\'envoi de l\'argent, l\'ocalisation du Centre Zanmi donnent une direction et révèlent d\'autres utilisations du territoire. Les travaux rapportés dans les entrevues révèlent que les expériences de travail sont constitués comme un gaspillage de temps, en particulier le décalage tragique entre la formation et le travail qu\'ils accomplissent au Brésil. Parmi les expériences, le travail informel de manière précaire se presente comme la porte d\'entrée sur le marché du travail brésilien et avec beaucoup d\'autres activités caractérisant le migrant haïtien dans le cadre du précariat. S\'il y a de la précarité de multiples dimensions en Haïti comme au Brésil, une précarité transnationale, il y a aussi la résistance, qui se révèle dans l\'investissement dans l\'éducation comme future, dans l\'organisation politique à partir de l\'association des Haïti du Contagem et dans les utilisations et les significations produits sur le territoire

Identiferoai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-24072017-170154
Date06 April 2017
CreatorsBarros, Carolyne Reis
ContributorsSato, Leny
PublisherBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Source SetsUniversidade de São Paulo
LanguagePortuguese
Detected LanguageFrench
TypeTese de Doutorado
Formatapplication/pdf
RightsLiberar o conteúdo para acesso público.

Page generated in 0.0026 seconds