Esta dissertação incorpora e aproveita, em uma modalidade descritiva, os resultados de estudos comparados entre o espanhol e o português brasileiro realizados a partir de diversos referenciais teóricos que têm em comum focalizarem o funcionamento das línguas. Nossa pesquisa se fundamenta em estudos específicos sobre cada uma das duas línguas, geralmente de base gerativa e/ou funcionalista, mas que consideraremos apenas no seu aspecto descritivo, sem vincular nossa investigação a nenhum desses modelos explicativos. Para contextualizar a situação de contato e para definir metodologias e procedimentos, usaremos o referencial dos estudos da sociolinguística. Nossa pesquisa apresenta um estudo comparativo de produções textuais escritas por alunos bolivianos ou descendentes de primeira geração e por alunos brasileiros sem nenhuma ascendência hispânica. Trabalhamos com duas amostras: a primeira, de caráter provisório, contou com a participação de 40 informantes que produziram 40 textos. A segunda, de caráter definitivo, contou com a participação de 100 informantes que produziram 200 textos. Todos os alunos são estudantes da rede pública municipal de São Paulo e estão matriculados no ensino fundamental II ou médio. A pergunta da pesquisa buscou responder à seguinte indagação: em torno de quais construções que se encontram em variação no português brasileiro podemos localizar tendências que diferenciem, na escrita, os estudantes bolivianos ou filhos de bolivianos dos estudantes brasileiros que não têm contato com o espanhol no seu entorno familiar? Nas análises que realizamos aparecem como produtivas as construções pronominais em que o clítico não é objeto direto e nem indireto. Dentro dessas construções, duas modalidades apresentaram disparidades entre os dois grupos: (i) a diferença quantitativa na aparição do clítico se; e (ii) a diferença de frequência nas ocorrências para 4 verbos em seus usos pronominais, lembrar-se, perder-se, recordar-se e sentir-se. Indagamos também pelos usos dos verbos ter e haver com valor existencial, porém não encontramos diferenças significativas nas produções textuais dos dois grupos. / This dissertation incorporates and builds upon, in a descriptive mode, the results of comparative studies between Spanish and Brazilian Portuguese conducted from different theoretical references, all of which focus on how languages work. Our research is based on specific studies about each of these two languages, usually with a Generative and/or Functionalist basis, but which we will consider only in their descriptive aspect, without binding our research to any of these explanatory models. In order to contextualize the situation of contact and to define methodologies and procedures, we will use a set of references from sociolinguistic studies. Our research presents a comparative study of the written textual productions of Bolivian students and first-generation descendants of Bolivians and of Brazilian students without any Hispanic anscestry. We work with two samples: the first one, provisional, had the participation of 40 informants who produced 40 texts in total. The second one, definitive, had 100 informants who produced 200 texts in total. All the students come from São Paulo city public schools and are enrolled either in ensino fundamental II or ensino médio. The question asked during research has sought to answer this inquiry: around which constructions found in variation in Brazilian Portuguese can we find tendencies which differentiate, in writing, Bolivian students or children of Bolivian immigrants from Brazilian students who have no contact with the Spanish language at their homes? In the analyses we have conducted we have deemed significant the pronominal constructions in which the clitics are neither direct nor indirect objects. Among these constructions, two modalities have presented disparities between the two groups: (i) the quantitative difference in the occurrence of the clitic se; and (ii) the difference of the frequency of the occurrences for 4 verbs in their pronominal uses, lembrar-se, perder-se, recordar-se and sentir-se. We have also questioned the use of the verbs ter and haver with existential value. However, we have found no significant differences in the textual productions of either group.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-02022018-112004 |
Date | 22 September 2017 |
Creators | Robim, Renie |
Contributors | Fanjul, Adrian Pablo |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | Dissertação de Mestrado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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