Esta dissertação aborda o encontro entre fazeres intensivos que envolvem o trabalhar, o pesquisar e o ativar-se, buscando ser, sob cada instante presente, uma linha delicada entre fazer e pensar a atividade que fazemos. Por essa via, nosso problema de pesquisa percorre as expressividades que surgem co-implicadas nos mais imperceptíveis gestos e palavras que compõem os fazeres que realizam e desrealizam, através de um real da atividade capaz de incitar o pensar e o agir, sobretudo, pelas intensidades que advém de um território. Acerca deste, situamos a pesquisa junto aos trabalhadores da Oficina de Criatividade do Hospital Psiquiátrico São Pedro, o que se faz em indissociabilidade entre usuário, pesquisadora e o agenciamento que os produz. Nesse percurso, tomamos a atividade, a partir dos campos da Clínica da Atividade e da Ergologia, como uma intercessora para compor e desdobrar as expressividades dos modos de trabalhar. Para tanto também discorremos, sobretudo, através do conceito de territorialização, advindo da Filosofia da Diferença, em que se engendra um tempo que se repete, passível de ser amplificado em sua potência de diferir. Como procedimentos metodológicos, propomos um Dispositivo Clínico-Institucional de Análise da Atividade, em que suas linhas desdobram-se através da escrita da pesquisa, do acompanhamento das situações de trabalho e da análise coletiva da atividade. Pinçamos movimentos em desterritorialização, vislumbrando um plano comum de análise da atividade, através do qual se tornam visíveis algumas de nossas problemáticas, entre as quais, a indiscernibilidade da imagem, da loucura, dos enunciados e gestos que se contraem e se expandem sob os modos de trabalhar; as territorializações de um gênero (multi)profissional e suas estilizações - entre cuidado, expressão e clínica- no encontro com usuários, componentes arquitetônicos e, sobretudo, com os movimentos da reforma psiquiátrica; e, as análises da atividade coletiva como instrumento sutil e amplificador das ações do coletivo de trabalho. Por essas vias, tramamos essa escrita com vistas a fazer proliferar a potência clínica de uma memória coletiva do trabalho e, também, apostando no que segue diferindo, sob cada instante móvel, no cotidiano das vidas que se produzem nesse território. / This thesis focuses on the intersectionality of intensive processes involving work activity, research activity and a self reflexive ethical activity, by looking forward to trace the tenuous line between act and thought of the performed activity. In this way, this research highlights the expressivities that emerge in a co-implied interaction co-implied in the most untraceable gestures and words which compose the set of tasks that perform and des-held the activity itself. The real activity is able to incite thinking and acting processes, through the intensities conferred by a territory. Having this in mind, this research deals with a specific group of workers. They are workers of a Creative Workshop situated in the Psychiatric Hospital São Pedro. It is also important to stress the intertwined relations that involves this specific group of workers, the final user of mental care, the researcher and the agency that produces the research scene itself. In this study, the activity is understood through the framework proposed by Ergology and Clinic of Activity, this in order to compose and trace the expressivities that are inherent regarding pluralistic modes of work. Taking this aim into consideration, I highlight as well the important role played by the concept of territorialization - from Philosophy of Difference -, which enable us to see how a time is engendered in repetition, which can be amplified concerning its potential of differing. As methodological procedures, I propose a clinic-institutional device for the analysis of activity. This method implies on the research writing process itself, the field work conducted through observation of work situations and a focused group analysis of this workers. This research aims to track the deterritorialization movements performed by this group of workers, envisioning a common plan of activity analysis, through which some of the problematics become visible, including an indiscernibility of image, madness, statements and gestures which can be expanded or contracted regarding the different ways of working. In addition, I would like to put in evidence (multi) professional territorializations and its esthetics - between care, expression and clinic- regarding the encounter with mental care users, architectural aspects and the movements of the psychiatric reform in Brazil. Moreover, I also stress the relevance of the collective analysis of activity, since it emerged as an important subtle tool concerning the actions and elaborations produced within the group. Taking all these elements into consideration, this study aims to proliferate the clinical potential expressed by a collective memory of work, by highlighting the points of difference considering the daily life produced by this territory.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:lume.ufrgs.br:10183/55411 |
Date | January 2012 |
Creators | Souza, Vera Lúcia Inácio de |
Contributors | Fonseca, Tania Mara Galli |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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