This dissertation has as general objective discuss the meanings and practices related to reproduction, with special interest in the way women interpret and experience these discourses. Adopting the Sociology and Health Anthropology perspective, this research started from the understanding that reproduction is a social phenomenon whose meanings are constructed throughout history and from values and cultural beliefs that change continuously. The research data were obtained with ethnography support and started at a public health unit that integrates the basic care level in the city of Maceió-AL. The informants were women seeking reproductive health services and professionals working with this demand. As a result, a context permeated by inadequacies of public health assistance was registered, highlighting the SUS representation as a health plan focused on the poor, whose impasses reproduce inequalities. The relationship between professionals and users is marked by tensions and conflicts arising largely from dissatisfactions on the structure provided by the public health system. This context of limited rights further accentuates the difficulties women experience in their reproductive lives. Continuing, there was a register of traditional gender perspectives that set reproduction as a mainly female responsibility. In this field, it was also identified the gap between biomedical language and users beliefs and knowledge, creating distrust and criticism of women. In general, the data indicate the importance of actions that are committed to promoting the autonomy of women, giving space for the choices and the female diversity, building therefore a citizenship based on activities that question the deterministic and traditional views of gender. / Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Alagoas / Esta dissertação tem o objetivo geral de discutir as práticas e sentidos relacionados à reprodução, com especial interesse na maneira como as mulheres interpretam e vivenciam estes discursos. Adotando a perspectiva da Sociologia e da Antropologia da Saúde, parte-se do entendimento que a reprodução é um fenômeno social cujos significados são construídos ao longo da história e a partir de crenças e valores culturais que se modificam continuadamente. Para a obtenção dos dados, a pesquisa contou com o auxílio da etnografia e teve como ponto de partida uma unidade pública de saúde que integra o nível de atenção básica no município de Maceió-AL. As informantes foram mulheres que buscam serviços de saúde reprodutiva e profissionais que trabalham com esta demanda. Como resultado, registrou-se um contexto permeado por insuficiências da assistência pública à saúde, onde se destacou a representação do SUS como sendo um plano de saúde voltado para o pobre, cujos impasses reproduzem desigualdades. A relação entre profissionais e usuárias é demarcada por tensões e conflitos decorrentes, em grande medida, das insatisfações diante da estrutura disponibilizada pelo sistema público de saúde. Este contexto de direitos limitados acentua ainda mais as dificuldades que as mulheres vivenciam em suas vidas reprodutivas. Em continuidade, houve o registro de perspectivas tradicionais de gênero que configuram a reprodução como uma responsabilidade predominantemente voltada para o feminino. Neste campo, identificou-se também o distanciamento entre a linguagem biomédica e as crenças e saberes das usuárias, gerando desconfianças e críticas de mulheres. De maneira geral, os dados apontam para a importância de existirem ações que estejam comprometidas com promoção da autonomia de mulheres, conferindo espaços para as escolhas e para a diversidade do feminino, construindo assim uma cidadania pautada em atividades que questionem as visões deterministas e tradicionais de gênero.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.repositorio.ufal.br:riufal/988 |
Date | 19 December 2011 |
Creators | Melo, Ariana Cavalcante de |
Contributors | Nascimento, Pedro Francisco Guedes do, http://lattes.cnpq.br/0419711056417011, Quadros, Marion Teodósio de, http://lattes.cnpq.br/2397198431456002, Bittencourt, João Batista de Menezes, http://lattes.cnpq.br/2206836838419488 |
Publisher | Universidade Federal de Alagoas, BR, Ciências Sociais, Programa de Pós-Graduação em Sociologia, UFAL |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFAL, instname:Universidade Federal de Alagoas, instacron:UFAL |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
Relation | bitstream:http://www.repositorio.ufal.br:8080/bitstream/riufal/988/1/Hoje+em+dia+s%C3%B3+engravida+quem+quiser%3F+%3A+mulheres%2C+reprodu%C3%A7%C3%A3o+e+desigualdades+nos+servi%C3%A7os+p%C3%BAblicos+de+sa%C3%BAde+em+Macei%C3%B3-AL.pdf, bitstream:http://www.repositorio.ufal.br:8080/bitstream/riufal/988/2/Hoje+em+dia+s%C3%B3+engravida+quem+quiser%3F+%3A+mulheres%2C+reprodu%C3%A7%C3%A3o+e+desigualdades+nos+servi%C3%A7os+p%C3%BAblicos+de+sa%C3%BAde+em+Macei%C3%B3-AL.txt |
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