Crianças com atraso de linguagem são geralmente identificadas a partir dos dois anos de idade, e são indicadas por seu vocabulário menor do que de seus pares de mesma idade, ainda que sem nenhuma patologia subjacente. Tarefas de responder por exclusão e dica contextual têm sido empregadas na literatura como meios para estudar as possíveis dificuldades presentes no repertório verbal de crianças com atraso de linguagem. Foram realizados dois estudos voltados para explorar o desempenho desta população nestas tarefas: o primeiro testou o responder por exclusão destas crianças, em tarefas de matching-to-sample para ensino de discriminações condicionais auditivo-visuais com nomes e figuras de objetos. O segundo também utilizou tarefas de matching-to-sample e avaliou o responder por exclusão em sondas com estímulos auditivos com topografia de substantivos e verbos no gerúndio, utilizando como estímulos comparação vídeos de ações e imagens de objetos estáticos. Participaram da pesquisa 64 crianças, sendo 32 com desenvolvimento típico e 32 com atraso de linguagem, com idades entre 3 e 4 anos. Esses estudos tiveram como objetivos gerais: a) investigar a ocorrência de responder por exclusão em relações nome-objeto em crianças com indícios de atraso de linguagem, em comparação com crianças de desenvolvimento típico, e b) verificar a interferência de dicas contextuais no responder por exclusão destas crianças, empregando estímulos com topografia de substantivos e de verbos. Os resultados encontrados em ambos os estudos indicam que crianças com desenvolvimento típico e com atraso de linguagem conseguem apresentar responder por exclusão de maneira consistente uma vez que um procedimento de linha de base garanta a aprendizagem da tarefa. Os resultados do segundo estudo, entretanto, indicam que ambos os grupos apresentaram uma queda brusca em seu resultado em tarefas de responder sob controle da dica lexical. Foram encontradas diferenças durante a aquisição da linha de base de verbos, na qual as crianças com desenvolvimento típico apresentaram um desempenho significativamente melhor do que seus pares com atraso de linguagem. Diferenças significativas entre idades também foram encontradas: entre crianças de 3 anos e 4 anos do mesmo grupo e, entre crianças de 3 anos de grupos de diferentes. O mesmo não foi encontrado em relação aos participantes de 4 anos de grupos diferentes. Estes achados permitem concluir que o atraso de linguagem não interferiu no responder por exclusão, mesmo com estímulos de classes lexicais distintas. Além disso, o treino de linha de base de substantivos e verbos, não foram suficientes para estabelecer efetivamente duas classes de estímulos e manter um responder tão robusto quanto na fase de sondas de exclusão para todas as crianças. / Children with language delay are usually identified by the age of two years old, and are appointed by their smaller vocabulary than peers of the same age, although without any underlying pathology. Tasks of responding by exclusion and contextual cue have been reported in the literature as resources to study the possible difficulties present in the verbal repertoire of children with language delay. Two studies were developed to explore the performance of this population in these tasks: the first tested the responding by exclusion of children in matching-to-sample tasks for the teaching of audio-visual conditional discriminations with names and pictures of objects. The second also used matching-tosample tasks and assessed the responding by exclusion at probes with auditory stimuli with topography of nouns and verbs in gerund, using as stimuli comparison videos of actions and images of static objects. The participants were 64 children, 32 with typical development and 32 with language delay, ages 3 and 4 years-old. These studies had as general objectives: a) to investigate the occurrence of responding by exclusion in objectname relations in children with language delay indications compared with children with typical development, and b) to verify the interference of contextual cues in responding by exclusion, using stimuli with topography of nouns and verbs. The results in both studies indicate that children with normal development and language delay can display responding by exclusion consistently since a baseline procedure ensures learning the task. The results of the second study, however, indicate that both groups exhibited a sudden decrease in their performances in tasks of responding under the control of lexical cue. Differences were found during the acquisition of baseline verbs, in which the typically developed children presented a significantly better performance than children with language delay. Significant differences were also found comparing ages: between children of 3 and 4 years old from the same group, and amid 3 year-old-children from different groups, but the same was not found in relation to the participants of 4 years from different groups. These findings indicate that language delay did not affect the responding by exclusion, even with different lexical classes stimuli. In addition, baseline training with nouns and verbs was not sufficient to establish two classes of effective stimuli and to maintain a responding performance as robust as the exclusion probes phase for all children.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-02082016-162919 |
Date | 03 June 2016 |
Creators | Julia Fonseca |
Contributors | Andreia Schmidt, Aline Roberta Aceituno da Costa, Camila Domeniconi |
Publisher | Universidade de São Paulo, Psicobiologia, USP, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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