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Deficiências no consumo de micronutrientes e sua associação com indicadores de obesidade geral e abdominal em nível populacional

Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, Florianópolis, 2016. / Made available in DSpace on 2016-12-13T03:09:11Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2016 / A presente tese foi desenvolvida com o objetivo de investigar a associação entre o consumo alimentar inadequado de micronutrientes (cálcio, ferro, zinco, vitaminas A, C, D e E) e indicadores de obesidade geral e abdominal entre adultos residentes em Florianópolis, Santa Catarina, região Sul do Brasil. Para tanto, realizou-se um estudo transversal com dados provenientes da segunda onda do estudo longitudinal, de base populacional, EpiFloripa Adultos (2012), com amostra de 1.222 indivíduos de 22 a 63 anos de idade residentes na área urbana de Florianópolis. O estado nutricional de obesidade foi mensurado considerando-se valores do índice de massa corporal (IMC = 30 kg/m² - obesidade geral) e da circunferência da cintura (CC = 102,0 cm em homens e CC = 88,0 cm em mulheres - obesidade abdominal). Esses indicadores também foram avaliados como variáveis contínuas. Os dados sobre o consumo alimentar, por sua vez, foram obtidos mediante a aplicação de dois recordatórios de 24 horas (um no total da amostra e outro em subamostra de 40% dos entrevistados), sendo o consumo dos micronutrientes estimado conforme as recomendações do Institute of Medicine e do National Research Council. Os resultados encontram-se apresentados na forma de três artigos científicos. No primeiro artigo, foram estimadas as prevalências de inadequação no consumo dos micronutrientes cálcio, ferro, zinco, vitamina A, vitamina C, vitamina D e vitamina E, segundo o sexo e faixas etárias, utilizando as recomendações da Estimated Average Requirement (EAR) como ponto de corte. Para toda a amostra foram observadas prevalências elevadas de consumo inadequado, com variação entre 52 e 100% para as vitaminas A, C, D e E. O consumo de cálcio e de ferro foi mais inadequado entre as mulheres (87,3% e 13,7%, respectivamente) e o de zinco entre os homens (25,1%). No segundo artigo, foi analisada a associação entre o consumo alimentar de micronutrientes e o nível socioeconômico da amostra (renda e escolaridade), por meio da regressão linear múltipla. Prevalências de inadequação no consumo segundo a renda e a escolaridade também foram estimadas de acordo com os pontos de corte da EAR. Verificou-se que a inadequação no consumo da maioria dos micronutrientes diminuiu com o aumento da renda e da escolaridade, mesmo assim, prevalências de inadequação entre 85,5% e 100% foram encontradas para as vitaminas A, D e E. Para o ferro, porém, o consumo inadequado foi associado somente com a escolaridade e somente entre as mulheres (20 a 50 anos). Além disso, a maior parte dos micronutrientes se mostraram associados à renda e à escolaridade de forma independente. Finalmente, no terceiro artigo foi avaliada a associação entre as deficiências no consumo de micronutrientes e os dois indicadores de estado nutricional (IMC e CC), utilizando-se a regressão linear. Prevalências de inadequação no consumo segundo o estado nutricional da amostra também foram estimadas, considerando-se mais uma vez os pontos de corte da EAR. Adultos com obesidade geral e abdominal, quando comparados a adultos sem obesidade, apresentaram prevalências mais altas de consumo inadequado de micronutrientes, de modo geral superiores a 59% para o cálcio, vitamina A, vitamina C e vitamina D. Além disso, verificou-se a existência de associação inversa e estatisticamente significante entre o consumo alimentar insuficiente de cálcio e ferro com valores elevados do IMC e da CC, e o consumo alimentar insuficiente das vitaminas A e D com a CC elevada. Em conclusão, os achados desta investigação permitiram confirmar a existência de associação inversa entre o estado nutricional de obesidade geral e abdominal e o consumo inadequado de micronutrientes, como cálcio, ferro, vitamina A e vitamina D também em uma amostra de adultos brasileiros. Diante disso, mostra-se fundamental não só a adoção de estratégias que permitam aos indivíduos de menor renda o acesso a alimentos de melhor qualidade nutricional, mas sobretudo os achados indicam que investir em educação nutricional pode ser um caminho factível para se alcançar um consumo melhor de micronutrientes na população. Deste modo, espera-se não só a redução das prevalências de inadequação no consumo de micronutrientes, mas também alcançar a prevenção e o controle da obesidade, e de outras doenças crônicas subjacentes a ambas as condições.<br> / Abstract : This thesis was designed to investigate the association between inadequate dietary intake of micronutrients (calcium, iron, zinc, vitamins A, C, D and E) and indicators of overall and abdominal obesity among adults living in Florianópolis, Santa Catarina, Southern Brazil. A cross-sectional study has been performed, with data from the second wave of the longitudinal study, population-based EpiFloripa Adults (2012), with sample of 1.222 adults aged of 22 to 63 years old, residents in the urban area of Florianópolis. The nutritional status of obesity has been measured considering values of body mass index (BMI = 30 kg/m²) and waist circumference (WC = 102 cm in men and = 88 cm in women). These indicators has been also evaluated as continuous variables. The data on food consumption has been obtained by the application of two 24-hour records (one on the total sample and another on a subsample of 40% of respondents). The consumption of micronutrients has been estimated according to the recommendations of the Institute of Medicine and the National Research Council. The results are presented in the form of three scientific articles. In the first article, the prevalence of inadequacy in micronutrients consumption have been estimated according to gender and age groups, using the recommendations of the Estimated Average Requirement (EAR) as the cutoff point. For the whole sample, high prevalence of inadequate consumption have been observed, ranging from 52% to 100% for vitamins A, C, D and E. The consumption of calcium and iron has been most inadequate among women (87.3% and 13.7%, respectively), and the consumption of zinc has been more inadequate among men (25.1%). In the second article, we analyzed the association between the micronutrients consumption and the socioeconomic status of the sample (income and education level), using Multiple Linear Regression. Inadequacy prevalence in micronutrients consumption based on income and educational level were also estimated according to the cutoff points of EAR. It has been verified that inadequate consumption of most micronutrients decreases with the increase in income and educational level. Even in these cases, however, inadequacy prevalences between 85% to a 100% has been found in regard to vitamin A, vitamin D and vitamin E. For iron, however, the inadequate consumption has been associated only with the degree of education and merely among women. Furthermore, most of the micronutrients has been associated with income and educational level independently. Finally, the third article we evaluated the association between the deficiencies in micronutrients intake and the indicators of nutritional status (BMI and WC), using Linear Regression. The inadequacy prevalences in micronutrients consumption according to the nutritional status of the sample has been estimated, considering again the cutting points of EAR. Adults with overall and abdominal obesity, compared to non-obese adults, had higher prevalence of inadequate micronutrients consumption, in general over 59% for calcium, vitamin A, vitamin C and vitamin D. In addition, there is an inverse association, statistically significant between the insufficient consumption of calcium and iron and higher values of BMI and WC, and between the consumption of vitamin A and vitamin D with high WC. In conclusion, the findings of this research have made it possible to confirm the existence of an inverse association between the nutritional status of overall and abdominal obesity and the inadequate consumption of micronutrients such as calcium, iron, vitamin A and vitamin D, in a sample of Brazilian adults. Given this finding, it is fundamental not only to adopt of strategies which provide people with a lower income an access to better nutritional quality food, but especially to invest in education as a feasible way to achieve a better micronutrient consumption in the population. Thus, it is expected not only to reduce the prevalence of micronutrient deficiencies, but also to achieve prevention and control regarding obesity and other chronic diseases that underlie both conditions.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/171448
Date January 2016
CreatorsCembranel, Francieli
ContributorsUniversidade Federal de Santa Catarina, d'Orsi, Eleonora, González Chica, David Alejandro
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Format230 p.| il., grafs., tabs.
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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