Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde. Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva / Made available in DSpace on 2012-10-26T03:08:31Z (GMT). No. of bitstreams: 1
299919.pdf: 473766 bytes, checksum: 19068275ad70f3ef194c05a99b3bdf4d (MD5) / A palavra depressão ou "estar deprimido" hoje faz parte do vocabulário
popular. Temos acompanhado um crescente aumento de situações
diagnosticadas como depressão e do consumo de medicamentos
antidepressivos. Situações de tristeza que anteriormente eram tidas como parte da vida hoje são classificadas como depressão e muitas vezes medicadas. Um corte importante desta mudança foi a emergência, a partir de 1980, do Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais, 3a edição ou DSM III, que propõe uma abordagem descritiva dos indivíduos através dos seus sintomas. Nesse contexto, se inseriu o objetivo principal desta pesquisa que é analisar o discurso dos psiquiatras que atuam em um município de Santa Catarina sobre o diagnóstico e tratamento das situações de sofrimento psíquico: tristeza e depressão. Para isso, foram realizadas entrevistas estruturadas com os psiquiatras que atuam nos Núcleos de Apoio a Saúde da Família(NASFs) no município de Florianópolis. A análise dos dados resultou em três eixos temáticos: "A perda do contexto na distinção entre tristeza e depressão", "A classificação por sintomas" e "O que os psiquiatras conseguem oferecer". Observamos que apesar de reconhecerem diferença entre as situações de tristeza e depressão, na prática esta distinção é realizada com base nos sintomas. Como os sintomas são semelhantes nos casos de tristeza e depressão o limite entre o normal e o patológico não é estabelecido gerando a medicalização de casos de tristeza normal. E esta medicalização de situações que fazem parte da vida gera consequências que são a estigmatização dos indivíduos e tratamentos inadequados. Além disto o que os psiquiatras conseguem e sabem oferecer aqueles que lhes procuram é o
medicamento. A atuação dos psiquiatras entrevistados é principalmente
na redução dos sintomas através do medicamento. A intervenção
terapêutica passa a ser definida em função da tradução do sintoma em
sinal de doença, e não de sua relação com as singularidades do sujeito.
Apesar de terem uma especialização em psiquiatria o que estes profissionais conseguem ofertar são medicamentos direcionados ao perfil de sintomas daqueles que lhes procuram. E como desfecho acompanhamos a crescente procura de interpretação e prescrição médica das situações consideradas como parte dos problemas da vida
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/95536 |
Date | January 2011 |
Creators | Freitas, Fernanda Lazzari |
Contributors | Universidade Federal de Santa Catarina, Caponi, Sandra Noemi Cucurullo de |
Publisher | Florianópolis, SC |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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