Este estudo teve como objetivo analisar as crenças significativas para à adesão ou não dos trabalhadores de enfermagem, que sofreram acidentes do trabalho com exposição a material biológico, ao tratamento quimioprofilático com anti-retrovirais. Trata-se de numa pesquisa embasada no Modelo de Crença em Saúde- MCS, com abordagem de análise de dados quanti-qualitativa, efetuada por meio de cálculos percentuais (dados quantitativos) e análise de conteúdo, estabelecendo-se temas de análise estruturados nas categorias pré-definidas do MCS (dados qualitativos). Coletaram-se os dados utilizando-se entrevista semi-estruturada com registro escrito, dos dados fitos pelos próprios sujeitos, em formulário próprio, sendo todos trabalhadores de enfermagem de uma unidade de tratamento de doenças infecciosas de um hospital universitário do interior do estado de São Paulo. Os resultados encontrados revelaram, que dentre os 41 trabalhadores de enfermagem que compuseram a população estudada, 29 (70,74%) exerciam a função de auxiliar de enfermagem, 10 (24,39%) eram enfermeiros e 02 (4,87%) eram técnicos de enfermagem. O estudo mostrou que 20 (49 %) trabalhadores haviam sido vítimas de um ou até cinco acidentes do trabalho com exposição a material biológico, perfazendo a ocorrência de 38 acidentes. Em 12 (34,30%) casos o trabalhador realizou o tratamento completo com anti-retrovirais; em 15 ( 42,85%) trabalhadores não o completaram e em 8(22,85%) não emitiram informações a respeito. À luz do Modelo de Crenças em Saúde e das categorias preestabelecidas: suscetibilidade percebida, seriedade percebida, benefícios percebidos e barreiras percebidas, extraíram-se os seguintes indicadores: percepção do risco da infecção, comportamento vivenciado pelo acidentado, percepção de mudanças após o acidente, experiência positiva com o uso dos anti-retrovirais e percepção negativa com o uso dos anti-retrovirais.Os resultados revelaram que a principal crença que favoreceu a adesão ao tratamento quimioprofilático foi a suscetibilidade percebida, sendo fundamental para o trabalhador de enfermagem o pensamento acerca do risco de contrair a AIDS. A crença seriedade percebida foi identificada pelo medo de contrair a AIDS, preocupação com a transmissão, sensação de inferioridade.A determinação individual, a letalidade da doença, a ausência de efeitos colaterais e a crença na proteção oferecida pelo tratamento foram os benefícios percebidos pelos sujeitos para adoção de tratamento. Como principal barreira percebida para a nãoadesão do trabalhador ao tratamento, estão os efeitos colaterais ocasionados pelos fármacos, as exigências de horários rigorosos para a ingestão dos medicamentos e o descrédito da ameaça da doença. No estudo realizado evidenciou-se a necessidade em proporcionar atendimento ao trabalhador acidentado considerando seus os aspectos físicos e pessoais, bem como os emocionais, além da implementação de ações que minimizem a ocorrência de tais injúrias. / This study aimed to analyze significant beliefs among nursing workers who were victims of occupational accidents with exposure to biological material, with a view to adherence or not to chemoprophylactic treatment with antiretroviral medication. This research is based on the Health Belief Model-HBM, using a quanti-qualitative approach by means of percentage accounts for quantitative data, while treating qualitative data through content analysis and the establishment of analytical themes structured within the predefined categories of the HBM. Data were collected through semi-structured interviews with nursing workers at an infectious disease treatment unit of a university hospital in the interior of São Paulo, Brazil, which were registered in writing. Results demonstrated that, out of the 41 nursing workers who made up the study population, 29 (70.74%) were nursing auxiliaries, 10 (24.39%) were nurses and 02 (4.87%) were nursing technicians. 20 (49 %) workers had been victims of one to five occupational accidents with exposure to biological material, totalling 38 accidents. In 12 (34.30%) cases, workers followed the complete treatment with antiretroviral medication, while they did not finish treatment in 15 (42,85%) cases and no information was published in 8 (22.85%) of the cases. In view of the Health Belief Model and the pre-established categories: perceived susceptibility, perceived gravity, perceived benefits and perceived obstacles, the following indices were extracted: infection risk perception, victims behavior, perception of changes after the accident, positive experience of using antiretroviral medication and negative perception of using antiretroviral medication. The results revealed that the main belief determining adherence to chemoprophylactic treatment was perceived susceptibility, considering the risk of getting AIDS as fundamental for nursing workers performance. The belief on perceived gravity was identified by the fear of getting AIDS, worries about the transmission, feeling of inferiority. The subjects perceived the following benefits: individual determination, lethality of the disease, absence of collateral effects and belief in the protection offered by treatment. The main obstacles perceived for workers non adherence to treatment were collateral effects caused by the medication, need for medication intake at strict times and discredit in the disease as a threat. This study disclosed the need to consider physical, personal and emotional aspects of worker casualties when delivering care to the workers and to implement actions that minimize the occurrence of these injuries.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-12082004-171728 |
Date | 15 July 2004 |
Creators | Sailer, Giselle Clemente |
Contributors | Marziale, Maria Helena Palucci |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | Dissertação de Mestrado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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