Este trabalho é uma tentativa de reconstituir as atividades profissionais de um grupo de jornalistas free-lancers da Grande Porto Alegre, com o objetivo de identificar as condições de trabalho e as perspectivas de resistência dos modernos trabalhadores flexíveis da imprensa regional. Na década de 1990, o jornalismo free-lance difundiu-se em todo o país, especialmente com o fechamento de sucursais de jornais e revistas do Rio de Janeiro e de São Paulo em outras capitais brasileiras e a contratação de free-lancers para as vagas dos profissionais demitidos nesse processo. O free-lancer, que no passado era visto como um outsider, tornou-se figura cada vez mais presente nas redações jornalísticas da Região Metropolitana de Porto Alegre. Esse fenômeno está associado ao processo de reestruturação produtiva, que ganhou fôlego no Brasil na década de 1990, e ao surgimento de um novo modelo de acumulação capitalista em substituição ao fordismo. Para os trabalhadores – e profissionais qualificados, como os jornalistas, não constituem uma exceção –, freqüentemente as mudanças na gestão nas empresas e a flexibilização dos contratos de mãode- obra resultam em deterioração das condições de trabalho e menor segurança no emprego, o que compromete também sua capacidade de organização coletiva. A pesquisa que fundamentou este trabalho consistiu de 18 entrevistas com jornalistas free-lancers da Região Metropolitana de Porto Alegre. A partir de seus depoimentos acerca de sua atividade profissional, procedeu-se à elaboração de uma tipologia do jornalismo free-lance praticado na região e à análise das condições objetivas de trabalho desses profissionais, enfatizando aspectos como renda, jornada e local de trabalho, repouso e percepção da atividade sindical. Quanto a este último aspecto, a pesquisa procurou investigar as possibilidades coletivas e individuais de resistência dos trabalhadores aos processos de reestruturação produtiva em curso atualmente na imprensa do Rio Grande do Sul. / This paper is an attempt to reconstitute the professional activities of free-lancer journalists from Porto Alegre region, identifying ther labour conditions and resistance prospects. In the nineties, free-lancer journalism increased in the whole country, especially after the close down of regional branches of São Paulo’s and Rio de Janeiro’s newspapers and magazines. Many journalists were fired in this process, and free-lancers took their places in the regional press. Seen until recently as an outsider, free-lancer became a typical worker in the press of Porto Alegre region in the last decade. This phenomenon is linked to the rising of a new capitalism standard, after the crisis of fordism and the productive reorganisation of brazilian companies in the nineties. To the workers – and journalists are not an exception –, management changes and flexible recruitment frequently mean worst labour conditions and uncertainty, which affects their collective organisation. This research consists of 18 interviews with free-lancer journalists from Porto Alegre region. Their accounts based the making of a free-lancer journalism typology and an analysis of their labour conditions, emphasising aspects like income, working time, vacations and perception of labour union’s activities. This research also focused individual and collective possibilities of labour resistance in the press of Rio Grande do Sul
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:lume56.ufrgs.br:10183/8642 |
Date | January 2006 |
Creators | Burkhardt, Fabiano |
Contributors | Cattani, Antonio David |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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