Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política, Florianópolis, 2009. / Made available in DSpace on 2012-10-24T15:54:47Z (GMT). No. of bitstreams: 1
275388.pdf: 1465478 bytes, checksum: a4fb2f35e7b450d529a2c28693d8917e (MD5) / O objetivo deste trabalho é o estudo do pensamento político do economista brasileiro Celso Furtado (1920-2004), no período compreendido entre 1956 e 1965. No problema de pesquisa que orienta a investigação, formulou-se a seguinte pergunta: é apropriado atribuir a seu pensamento político um caráter republicano? Esta pergunta se deve ao recente interesse de estudiosos do seu pensamento em relacionar sua obra com a tradição republicana. A leitura da obra de Furtado, e dos seus interlocutores no contexto histórico descrito, confirmou tal suspeita ao revelar a presença em sua teoria do subdesenvolvimento de alguns dos conceitos centrais desta tradição: as ideias de conflito, liberdade e dominação (dependência). Estes conceitos foram utilizados pelo autor na interpretação e análise da formação do Brasil e no enfrentamento dos problemas estruturais da desigualdade regional do Nordeste, da inflação e da dependência externa da nação. Como formulador de políticas, Furtado desenvolveu um diagnóstico da crise brasileira no intuito de legitimar a visão de que os fins a serem perseguidos pela sociedade no contexto de crise devem repousar nos valores e no desejo do povo de ser livre. Definidos os fins - e ao visualizar a emergência do autoritarismo Furtado mobilizou a lei na política de desenvolvimento do Nordeste como salvaguarda da liberdade dos cidadãos. As reformas constitucionais surgiram como recurso a fim de dispor aos dominados os instrumentos políticos necessários para se fazer ouvir e para contestar a arbitrariedade dos dominantes. Do mesmo modo que para o republicanismo inspirado em Maquiavel, para Furtado, a origem da lei está justamente no conflito e nas desordens resultantes da oposição entre o povo e as elites. É nesse sentido que a teoria do subdesenvolvimento de Celso Furtado pode ser concebida como uma economia política republicana.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/93062 |
Date | 24 October 2012 |
Creators | Valente, Marcos Alves |
Contributors | Universidade Federal de Santa Catarina, Silva, Ricardo Virgilino da |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
Page generated in 0.0022 seconds