A mídia constitui-se em um local de produção e de circulação de verdades que produzem o pensamento e as práticas sobre a morte no contemporâneo. Dessa forma, o objetivo desta dissertação é analisar como os discursos que circulam em revistas informativas brasileiras propõem um modo de governo do final da vida, ou seja, trata da produção de sujeitos que governam o seu fim. A pesquisa inscreve-se no campo dos Estudos Culturais, em sua vertente Pós-Estruturalista, tendo como referencial teórico e metodológico o pensamento do filósofo Michel Foucault. O material empírico foi composto a partir de 10 reportagens que circularam entre 2002 e 2012 nas revistas Época e Veja. Para organizar os discursos e selecionar o corpus de análise, foi elaborado um mapeamento discursivo utilizando o software ATLAS. Ti 7, versão Free Trial. Os achados foram submetidos à análise de discurso de inspiração foucaultiana. Para a discussão dos dados, utilizei as noções metodológicas de discurso, saber, poder e governo. Os resultados foram apresentados em três unidades de análises: 1) Planejando a vida e a morte: decida seu fim!; 2) Quem nos ensina a morrer? e 3) Você está preparado para fazer o seu testamento vital?. A partir da hipótese de leitura, foram articulados campos discursivos, como o religioso, o jurídico e o médico, que permitiram mostrar as superfícies de emergência das relações de poder-saber para que os sujeitos possam governar a sua morte. O discurso médico, por exemplo, sobressaiu-se como aquele autorizado a falar sobre esse evento, enquanto a enfermagem apareceu atrelada aos cuidados corporais. Observei a morte no domicílio como uma estratégia biopolítica produzida pelo Estado, estratégia que ganha legitimidade ao circular pelas páginas das revistas, e que a qualidade de vida na hora da morte aparece como uma disciplina a ser seguida ou como um objetivo a ser alcançado. Concluo, assim, que as revistas produzem o que neste texto denominei currículo do final da vida, ensinando e propagando a aceitação da morte, além de avaliar os leitores a partir de determinadas ferramentas que aferem sua capacidade de tomar decisões, como, por exemplo, a respeito da morte. / The media consider itself as a local of production and of circulation of truths, which constitute thought and the practices about death in contemporary. The objective was o analyze how discourse from of speeches that circulate in Brazilian informative magazines proposes a way of govern the end of life, in other words, this work is about the production of subjects that govern their end. The search is subscribed in field of Cultural Studies, in its Post-structuralist line, and its theoretical and methodological reference is the thought of philosopher Michel Foucault. The composition of empiric material happened from 10 interviews that circulated between 2002 and 2012 in magazines Época and Veja. To organize the speeches and select the corpus of analyze, it was elaborated a discursive mapping using the software ATLAS. Ti 7, Free Trail Version. The findings were submitted to discourse analyses. To discuss the data, the methodological notions of discourse were used, as knowledge, power and govern. The results were presented in three units of analyses: 1) Planning life and death: decide your end! 2) Who teach us to die? 3) Are you prepare to make your vital testament? From the hypothesis of reading, the discursive fields were articulated, such as religious, the legal and the medical, that allow to show the surfaces of emergency of relations of power-knowledge for that the subjects can govern their death. The medical discourse is emphasized as the one which is authorized to talk about this event while the nursing came connected with the body care. It was observed the death in house as biopolitics strategy produced by the State, which achieves legitimacy circulating in magazines pages. The quality of life comes in the time of death as a discipline to be followed or as an objective to be achieved. I conclude that magazines institute what I called curriculum of life end, teaching and spreading the acceptation of end, beyond to evaluate the readers from determinate tools that assess their ability to take decisions, as for example, about the death. / La media se constituye como un lugar de producción y de circulación de verdades, las cuales constituyen el pensamiento y las prácticas sobre la muerte en el mundo contemporáneo. Así, lo objetivo de esta tesina fue el de analizar como los discursos publicados en revistas informativas brasileñas proponen una forma de decisión sobre el final de la vida, en otras palabras, trata de la producción de sujetos que deciden su fin. La investigación se inscribe en el campo de los Estudios Culturales, en su vertiente Post-Estructuralista, teniendo como referencial teórico y metodológico el pensamiento del filósofo Michel Foucault. La composición del material empírico se dió a partir de 10 reportajes que fueron publicadas entre 2002 y 2012 en las revistas Época y Veja. Para organizar los discursos y seleccionar el corpus de análisis, se elaboró un ordenamiento discursivo utilizando el software ATLAS. Ti 7, versión Free Trial. Los materiales fueron sometidos a un análisis de discurso. Para la discusión de los datos, se utilizaron las nociones metodológicas de discurso, saber, poder y decisión. Los resultados fueron presentados en tres unidades de análisis: 1) Planeando la vida y la muerte: ¡decida su fin! 2) ¿Quien nos enseña a morir? 3) ¿Está usted preparado para hacer su testamento vital? A partir de la hipótesis de lectura, fueron articulados campos discursivos, tales como el religioso, el jurídico y el médico, que permitieron mostrar las superficies de emergencia de las relaciones de poder-saber para que los sujetos puedan decidir su muerte. El discurso médico se sobresale como el autorizado a hablar sobre ese evento, mientras que la enfermería aparece vinculada a los cuidados corporales. Se observó la muerte en domicilio como una estrategia biopolítica producida por el Estado, que gana legitimidad al estar publicada en las páginas de las revistas. La calidad de vida aparece a la hora de la muerte como una disciplina a ser seguida o como un objetivo a ser alcanzado. Se concluye que las revistas instituyen lo que se denominó círculo del final de la vida, enseñando y propagando la aceptación del final, además de evaluar los lectores a partir de determinadas herramientas que confirmen su capacidad de tomar decisiones como, por ejemplo, respecto a la muerte.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:lume.ufrgs.br:10183/85462 |
Date | January 2013 |
Creators | Cordeiro, Franciele Roberta |
Contributors | Kruse, Maria Henriqueta Luce |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Spanish |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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