O presente estudo, inserido da linha de pesquisa História e Filosofia da Educação, aborda a relação entre gênero e docência na Educação Infantil. A questão central versa sobre os motivos que levam à interposição entre as identidades materna e docente na educação da primeira infância, bem como suas decorrências para prática pedagógica. Assim, utilizando a metodologia do grupo focal, foram entrevistadas seis professoras atuantes numa Escola de Educação Infantil da cidade de Caxias do Sul/RS, com o intuito de ouvir suas representações sobre o papel docente, a fim de compreender como percebem e lidam com esta questão. Os dados foram tratados a partir da Analise Textual Discursiva, da qual emergiram duas categorias: perfil e formação profissional. O suporte teórico deste estudo está apoiado em autores como Chartier (1990), Pesavento (2008), Hall (2002), Veiga (2007), Louro (2001), Kuhlmann (2003), Cerisara (2002), entre outros pesquisadores que ajudam e compreender a posição da mulher-professora na sociedade e na cultura, bem como o espaço educativo para a primeira infância, abordando aspectos históricos e contemporâneos. Como resultado, observei que a identidade feminina foi historicamente constituída em torno de forte discurso maternal, que influenciou sua inserção na docência, de modo que o magistério passou a ser representado como uma extensão do lar e a professora como a segunda mãe dos alunos. A inauguração de creches e pré-escolas reforçou esta representação, uma vez que exigia da educadora forte atuação maternal. As narrativas das docentes pesquisadas corroboraram esta interposição, sendo vista, inclusive, como característica positiva para o desempenho da função. É importante ressaltar que autores como Pesavento (2008) e Chartier (1990) afirmam que discursos geram condutas e práticas sociais que por vezes ultrapassam tempo e espaço. Neste sentido, quanto mais intenso for o discurso que interpõe o papel materno ao docente, maior a possibilidade de a educadora agir como mãe dos alunos, prejudicando sua atuação profissional, conforme estudos de Diniz (2002) e Zanella (1999). Desta forma, esta pesquisa mostra-se relevante por proporcionar uma reflexão crítica sobre a atuação docente, problematizando o que está “naturalizado” e denunciando contradições. O texto é concluído, abordando a importância de a professora tornar-se ciente sobre si, seu grupo social, sua história e o trabalho docente, fornecendo pistas para amenizar o conflito existente na função. Sendo assim, esta pesquisa abriu novas possibilidades de estudo, em especial na perspectiva da formação docente, tendo em vista a Educação Infantil ainda ser um espaço em construção, um lócus em busca de suas identidades. / Submitted by Ana Guimarães Pereira (agpereir@ucs.br) on 2017-03-17T11:56:39Z
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Previous issue date: 2017-03-17 / Universidade de Caxias do Sul, UCS. / This study, thati is related to the line of research of Education History and Philosophy, boards the relationship between gender and teaching experience in kindergarten. The central question concerns the reasons that lead to the commencement of the maternal and teacher identities in early childhood education and its consequences for the pedagogical practice. Thus, using the methodology of focus groups were interviewed six teachers working in a Preschool in the city of Caxias do Sul / RS, in order to hear their views concerning the role of teachers in order to understand how they perceive and deal with this question. The data were processed from the discursive textual analysis, which fell into two categories: profile and vocational training. The theoretical basis of this study is based on authors as Chartier (1990) and Pesavento (2008), Hall (2002), Veiga (2007), Blonde (2001), Kuhlmann (2003), Cerise (2002), among other researchers who help and understand the position of the woman teacher in society and culture as well as space for early childhood education, addressing historical and contemporary. The result was that the female identity has historically been built around a strong maternal discourse, which influenced their inclusion in the teaching, so that the teaching came to be represented as an extension of the home and the teacher as the second parent of the students. The opening of kindergartens and preschools reinforced this representation, as it required a strong presence of maternal educator. The narratives of the teachers surveyed supported this interposition, being seen, even as a positive feature for the performance of the function.Importantly, the authors as Pesavento (2008) and Chartier (1990) argue that discourses produce social practices and behaviors that often go beyond time and space. In this sense, the more intense the speech bringing the maternal role to the teacher, the greater the possibility of acting as a parent educator to students, damaging educational practices, according to studies by Diniz (2002) and Zanella (1999). Thus, this research shows is important because it provides a critical reflection on teaching performance, questioning what is "naturalized" and exposing contradictions. The text is complete, addressing the importance of the teacher become aware of themselves, their social group, its history and teaching, providing clues to mitigate the conflict in the role. Thus, this research has opened new possibilities for study, particularly in view of teacher education, with a view to early childhood education is still an area under construction, a locus in search of its identitys.
| Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:vkali40.ucs.br:11338/1845 |
| Date | 21 December 2010 |
| Creators | Souza, Milena Cristina Aragão Ribeiro de |
| Contributors | Freitas, Ana Maria Gonçalves Bueno de, Luchese, Terciane Ângela, Kreutz, Lúcio |
| Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
| Language | Portuguese |
| Detected Language | English |
| Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
| Source | reponame:Repositório Institucional da UCS, instname:Universidade de Caxias do Sul, instacron:UCS |
| Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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