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Previous issue date: 2009 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Está em gestação um posicionamento pedagógico oficial oposto ao heteronormativo
tradicionalmente presente no sistema educacional brasileiro. Órgãos oficiais de
educação em parceria com organizações não-governamentais têm elaborado e
implantado políticas educacionais de reconhecimento da diversidade sexual.
Educadores/as são desafiados/as a articularem antigos discursos sobre sexualidade
com o discurso oficial atual, evidenciando-se a dinamicidade e contingência das
estruturas discursivas. Fundamentada na perspectiva pós-crítica campo que
dialoga com o pós-estruturalismo, os estudos culturais e a teoria queer esta tese
buscou conhecer o discurso pela diversidade sexual produzido pelos órgãos oficiais
de educação e analisar como ele está sendo (re)articulado no campo escolar por
profissionais da rede pública de ensino do Recife. Foram construídos três corpora: I.
documentos sobre diversidade sexual na escola ligados ao Ministério da Educação,
às Secretarias de Educação de Pernambuco e de Recife e às suas instituições
parceiras; II. transcrições de entrevistas com representantes destas instituições e III.
transcrições de entrevistas com educadores/as da rede pública de ensino. Os
mesmos foram analisados à luz da teoria do discurso da Escola de Essex.
Observamos que a emergência do discurso pedagógico oficial ocorreu em função
de deslocamentos provocados, principalmente, pelo surgimento da AIDS e o
processo de redemocratização do país. Este discurso é hegemônico nos órgãos
oficiais de educação, mas não é universal, constitui-se a partir de uma cadeia de
equivalência entre distintos posicionamentos em torno do ponto nodal diversidade
sexual na escola e é articulado por quatro lógicas sociais principais: da educação
inclusiva, dos direitos humanos, do reconhecimento das identidades/diferenças e da
prática pedagógica da orientação sexual. A (re)articulação do discurso oficial
pelos/as educadores/as no campo escolar ocorre através do resgate de tais lógicas
que são (re)interpretadas a partir de suas vivências pessoais e profissionais e se
transformam em discursos pela caridade cristã, de cunho legalista, de sensibilidade
aos que sofrem discriminação e, principalmente, pela tolerância à diversidade sexual
na escola. Este último é o mais recorrente e, apesar de possibilitar o acesso de
LGBTs ao ambiente escolar, aparece desvinculado de uma reflexão política sobre o
papel da escola, mascarando ainda práticas pedagógicas heteronormativas. Estes
aspectos reforçam a necessidade de que o currículo e o planejamento dos cursos e
atividades de formação de educadores/as, para além de buscar transmitir os
conceitos e posicionamentos básicos de um novo discurso oficial, levem em conta
os discursos, lógicas, práticas e dinâmicas já existentes e atuantes no campo
escolar, e favoreçam o desenvolvimento da reflexão política e da capacidade crítica
dos/as educadores diante do cenário constantemente mutável das questões de
gênero e sexualidade na escola
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/3961 |
Date | 31 January 2009 |
Creators | Luiza Araújo Martins de Oliveira, Anna |
Contributors | Martins de Araújo, Clarissa |
Publisher | Universidade Federal de Pernambuco |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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