[pt] A Freedom House, instituição estadunidense, reportou 2019 como o décimo
quarto ano seguido de recessão democrática mundial, uma crise que ressuscita
a discussão acerca do conceito usado para denominar esses movimentos antidemocráticos.
Muito se fala que eles seriam novas versões de um fascismo, a despeito
de características distintas em cada manifestação. O semiólogo italiano Umberto
Eco antecipou essa questão e criou um conceito que busca resolver essa problemática:
Ur-Fascismo. O Ur-Fascismo é o fascismo que nunca acaba, que se
reconstrói, se retrabalha, se adequa a cada época, dado seu caráter infinito. As
distintas aparições do fascismo não se limitam à política da realidade: a política da
ficção tratou de apresentá-lo de diversas formas. Partindo da discussão de uma
base teórica sobre teoria política, em particular sobre o Ur-Fascismo, será possível
perceber como a ficção tratou aparições e características desse fenômeno, tomando,
para isso, dois objetos: Não vai acontecer aqui, de Sinclair Lewis, e Ele está de
volta, de Timur Vermes. Assim, será possível trabalhar as idiossincrasias dos Ur-
Fascismos dessas ficções, suas diferenças e similitudes, em consoante com as bases
da teoria política e, no processo, expandir tanto o estado da arte sobre literaturas
do Ur-Fascismo, quanto contribuir à discussão sobre um fenômeno político
pouco compreendido. Por fim, encerra-se com uma discussão, a partir da ideia de
vaga-lumes de Pasolini e Didi-Huberman, sobre a importância da arte, em especial
a arte antifascista, na luta contra o Ur-Fascismo. / [en] Freedom House, an US institution, reported 2019 as the fourteenth year in
a row of a global democratic recession, a crisis that resuscitates the discussion
about the concept used to name these anti-democratic movements. Much is said
that they would be new versions of fascism, despite different characteristics in
each manifestation. Italian semiologist Umberto Eco anticipated this issue and
created a concept that seeks to resolve this issue: Ur-Fascism. Ur-Fascism is fascism
that never ends, that is reconstructed, reworked, adapted to each era, given
its infinite character. The different appearances of fascism are not limited to the
politics of reality: the politics of fiction tried to present it in different ways. Starting
from the discussion of a theoretical basis on political theory, in particular on
Ur-Fascism, it will be possible to perceive how fiction treated apparitions and
characteristics of this phenomenon, taking, for this, two objects: It can t happen
here, by Sinclair Lewis, and Look who s back, by Timur Vermes. Thus, it will be
possible to work on the Ur-Fascism idiosyncrasies of these fictions, their differences
and similarities, in line with the bases of political theory and, in the process,
expand both the state of the art on Ur-Fascism literatures and contribute to the
discussion on a little understood political phenomenon. Finally, it ends with a discussion,
based on the idea of fireflies, developed by Pasolini and Didi-Huberman,
about the importance of art, especially anti-fascist art, in the fight against Ur-
Fascism.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:52891 |
Date | 24 May 2021 |
Creators | SERGIO SCHARGEL MAIA DE MENEZES |
Contributors | VERA LUCIA FOLLAIN DE FIGUEIREDO |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | TEXTO |
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