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Percepções de adolescentes sobre a violência doméstica e familiar contra as mulheres, Ervália/MG / Perceptions of adolescents about domestic and family violence against women, Ervália/MG

Submitted by Marco Antônio de Ramos Chagas (mchagas@ufv.br) on 2018-10-02T11:14:20Z
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Previous issue date: 2018-02-21 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / A violência doméstica e familiar contra as mulheres é a manifestação mais comum da violência de gênero, e um dos tipos de violência mais frequentes na América Latina e Caribe; no Brasil, desde a década de 1980 os índices de feminicídio vem aumentando. Diante desse quadro, mostra-se necessário pensar novas estratégias de enfrentamento ao problema, visto que as ações até então implementadas, pautadas principalmente no Direito Penal, restaram insuficientes ou ineficientes. Nesse sentido, a perspectiva de prevenção da violência, notadamente através de ações educativas que promovam o acesso à informação para as faixas etárias mais jovens, parece ser promissora. Partindo de tal premissa, o presente trabalho teve como objetivo geral do trabalho analisar em que medida o acesso à informação influencia a percepção de adolescentes sobre a violência doméstica e familiar contra as mulheres, entendida enquanto violência de gênero. Para tanto, como objetivos específicos buscou-se identificar, a priori, o nível de conhecimento objetivo dos adolescentes a respeito do tema, e, especialmente, quanto à aplicação da Lei Maria da Penha, bem como as suas compreensões sobre papeis de gênero, organização familiar, relacionamentos afetivos e conflito familiar; e analisar, comparativamente, as respostas dos adolescentes, antes e depois da realização de uma oficina pedagógica, para identificar se, e como, o acesso à informação impactou suas percepções sobre o fenômeno da violência doméstica e familiar. Quanto às percepções a priori dos participantes, notou- se grande influência do discurso midiático e de suas vivências pessoais no seu discurso, diante da ausência de discussões a respeito do tema no espaço escolar, o que justificaria o baixo nível de informação constatado entre os participantes. Também ficou evidenciado que, embora afirmem repudiar a violência física, muitos adolescentes corroboram com as crenças sexistas e patriarcais que fomentam a violência de gênero, sem se dar conta dessa incoerência. Quanto à análise comparativa das repostas, concluiu-se que, embora o acesso à informação seja de fundamental importância para promover a prevenção da violência doméstica e familiar contra as mulheres, ações pontuais e esparsas, como oficinas e palestras, podem ter seu potencial educativo limitado, especialmente no tocante às crenças pessoais dos adolescentes; ou seja, mostraram-se insuficientes para fomentar uma análise crítica acerca dos modelos sociais hegemônicos, como a organização patriarcal da família e a divisão sexual de tarefas, e, consequentemente, a prevenção da violência. Assim, para promover, de fato, a mudança cultural necessária para erradicar a desigualdade de gênero e a violência contra as mulheres, é preciso incluir as discussões sobre questões de gênero no cotidiano escolar, através de políticas educacionais perenes, que contemplem toda a trajetória escolar dos indivíduos. Além disso, ficou evidenciado que o discurso midiático exerce uma influência significativa sobre a percepção dos adolescentes, de modo que se mostra indispensável também sensibilizar a mídia, enquanto importante formadora de opinião e disseminadora de informações, sobre o problema da violência de gênero, para que adote uma abordagem não-sexista e não-violenta. / Domestic and family violence against women is the most common manifestation of gender violence, and one of the most frequent types of violence in Latin America and the Caribbean; in Brazil, since the 1980s the rates of homicide of women have been increasing. In view of this situation, it is necessary to think new strategies to deal with the problem, since the actions previously implemented, based mainly on the Criminal Law, have remained insufficient or inefficient. In this sense, the perspective of violence prevention, especially through educational actions that promote access to information for the younger age groups, seems to be promising. Based on this premise, this study aimed to analyze the extent to which access to information influences the perception of adolescents about domestic and family violence against women, understood as gender violence. For this purpose, the specific objectives were to identify, a priori, the level of objective knowledge of adolescents on the subject, and especially in relation to the application of the Maria da Penha Law, as well as their understandings on gender roles, organization family, affective relationships and family conflict; and to analyze, comparatively, the answers of adolescents, before and after the realization of a pedagogical workshop, to identify if and how access to information impacted their perceptions about the phenomenon domestic and family violence. About the a priori perceptions of the participants, it was noted a great influence of the media discourse and of their personal experiences, due to the absence of discussions about the topic in the school space, which would justify the low level of information found among participants. It was also evidenced that, although they claim to repudiate physical violence, many adolescents corroborate with the sexist and patriarchal beliefs that foment gender-based violence without realizing this incoherence. Regarding the comparative analysis of the answers, it was concluded that, although access to information is of fundamental importance to promote the prevention of domestic and family violence against women, punctual and sparse actions, such as workshops and lectures, may have limited educational potential, especially with regard to the personal beliefs of adolescents; that is, they were insufficient to foster a critical analysis of hegemonic social models such as the patriarchal family organization and the sexual division of tasks, and consequently, the prevention of violence. Thus, in order to promote, in fact, the cultural change necessary to eradicate gender inequality and violence against women, it is necessary to include the discussions on gender issues in school life, through perennial educational policies, that contemplate the whole school trajectory. In addition, it was evidenced that the media discourse has a significant influence on the adolescents' perception, so it is also indispensable to sensitize the media, as an important opinion maker and disseminator of information, on the problem of gender violence, so that adopt a non-sexist and non-violent approach.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:localhost:123456789/22103
Date21 February 2018
CreatorsSingulano, Yara Lopes
ContributorsTeixeira, Karla Maria Damiano
PublisherUniversidade Federal de Viçosa
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFV, instname:Universidade Federal de Viçosa, instacron:UFV
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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