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Relato de dor e desconforto de origem dentária em pré-escolares e principais fatores associados

Orientador: Prof. Dr. José Vitor Nogara Borges de Menezes / Coorientadora: Profª. Drª. Juliana Feltrin de Souza / Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Odontologia. Defesa: Curitiba, 23/06/2017 / Inclui referências : f. 51-54 / Resumo: A falha em identificar dor ou desconforto de origem dentária em crianças pré-escolares pode afetar aspectos importantes do desenvolvimento infantil e as atividades diárias do responsável pela criança. Os objetivos deste estudo transversal foram analisar o relato dos pais sobre presença de dor ou desconforto de origem dentária em pré-escolares, identificar fatores clínicos e sociodemográficos associados, bem como a interferência da dor ou do desconforto dentários sobre as atividades diárias do responsável e, ainda, a associação entre o relato parental de dor da criança com o autorrelato da criança. Este estudo censitário envolveu pré-escolares de 4 e 5 anos de idade matriculados na rede municipal de ensino de Campo Magro - PR e seus responsáveis. Para análise do relato de dor, os responsáveis responderam à versão brasileira do Dental Discomfort Questionnaire (DDQ-B). Um questionário sociodemográfico testado previamente em um projeto piloto também foi aplicado. As crianças foram examinadas utilizando o índice de dentes cariados, perdidos, extraídos ou com extração indicada ou obturados para dentição decídua (ceo-d), seguindo os critérios da Organização Mundial da Saúde, e o índice que mede as consequências clínicas de lesões de cárie não tratadas para dentes decíduos (pufa), por duas examinadoras calibradas para ambos os índices (kappa interexaminador > 0,763 e intraexaminador > 0,792). Também foram avaliados a presença de mobilidade fisiológica em dentes decíduos anteriores e processo de erupção dos primeiros molares permanentes. O autorrelato de dor foi avaliado por meio da Faces Pain Scale (FPS-R) aplicada às crianças. Um total de 376 crianças participaram da pesquisa. A prevalência de dor ou desconforto de origem dentária foi de 70,3%. Para análise dos dados, realizou-se regressão univariada e multivariada de Poisson. A prevalência do relato de dor ou desconforto de origem dentária apresentou-se significantemente maior em famílias com estrutura não nuclear (RR=1,31; IC95% 1,04-1,66), menor nível de escolaridade do responsável (RR=1,89; IC95% 1,34-2,60), crianças cuja última consulta odontológica foi por motivo de dor (RR=2,06; IC95% 1,56-2,72), pais com pior percepção sobre a saúde bucal da criança (RR=1,83; IC95% 1,45-2,30), crianças com menor frequência de escovação dentária diária (RR=1,68; IC95% 1,30-2,18), crianças com experiência de cárie (ceo-d) (RR=1,49; IC95% 1,17-1,88), e com componente cariado do ceo-d (RR=1,51; IC95% 1,20-1,91), bem como em crianças com dentes apresentando consequências clínicas das lesões de cárie não tratadas (pufa) (RR=1,72; IC95% 1,33-2,23) e faltas escolares das crianças (RR=1,51; IC95% 1,08-2,11). A prevalência do relato de dor ou desconforto de origem dentária apresentou-se significantemente maior em famílias com interrupção de tarefas domésticas (RR=1,49; IC95% 1,01-2,19) e autorrelato de dor dos pré-escolares (RR=1,35; IC95% 1,08-1,70). Na regressão multivariada, crianças com dentes que apresentavam consequências clínicas das lesões de cárie não tratadas apresentaram maior prevalência de relato de dor, independentemente das demais variáveis. Concluiu-se que o relato de dor ou desconforto de origem dentária foi alto e está associado com características sociodemográficas e consequências clínicas das lesões cariosas não tratadas. O relato dos pais sobre dor ou desconforto dentários da criança está associado com o autorrelato de dor dos pré-escolares. Ainda, a presença de dor dentária na criança impacta na rotina escolar e nas atividades diárias do responsável. Palavras-chave: Odontalgia. Percepção da dor. Cárie dentária. Núcleo familiar. / Abstract: Failure to identify dental pain or discomfort in preschool children can affect important aspects of the children's development and their caregiver's daily activities. The aims of this cross-sectional study was to analyze the parents' report of the presence of dental pain or discomfort in preschool children, to identify associated clinical and sociodemographic factors, as well as the interference of dental pain or discomfort on the daily activities of the caregiver and the association with the children's self-report of pain. This census study involved preschoolers of 4 and 5 years old enrolled in the Campo Magro - PR municipal school system and their caregivers. The caregivers answered the Brazilian version of the Dental Discomfort Questionnaire (DDQ-B) and a sociodemographic questionnaire previously tested in a pilot project. The children were examined using the index of decayed, missing or filled deciduous teeth (ceo-d), following the World Health Organization (WHO) criteria, and the pufa index (pulp involvement, ulceration due to trauma, fistula and abcess for deciduous teeth), by two examiners calibrated for both indexes (interexaminer kappa > 0.763 and intraexaminer > 0.792). The presence of physiological mobility in anterior primary teeth and the eruption process of the first permanent molars were also evaluated. Self-report of pain was assessed using the Faces Pain Scale (FPS-R) applied to children. A total of 376 children participated in the survey. The prevalence of dental pain or discomfort was 70.3%. Statistical analysis involved univariate and multivariate Poisson regression. The prevalence of dental pain or discomfort was significantly higher in non-nuclear family structure (RR = 1.31, 95% CI 1.04-1.66), lower level of education of the caregiver (RR = 1 , 89, 95% CI 1.34-2.60), the last dental visit of the child due to pain (RR = 2.06, 95% CI 1.56-2.72), worse caregiver's perception of the child's oral health (RR = 1.83, 95% CI 1.45-2.30), lower frequency of daily dental brushing (RR = 1.68, 95% CI 1.30-2.18), caries experience (dmft) (RR = 1.49, CI 95% CI 1.17-1.88), caries component of dmft (RR = 1.51, CI 95% 1.20-1.91), clinical consequences of non-carious lesions (RR = 1.72, IC95% 1.33-2.23) and children's school absences (RR = 1.51, 95% CI 1.08-2.11). The prevalence of reported dental pain or discomfort was significantly higher in families with interruption of domestic tasks (RR = 1.49, 95% CI 1.01-2.19) and self-reported pain of the preschool children (RR = 1.35, 95% CI 1.08-1.70). In the multivariate regression, children with teeth that had clinical consequences of untreated caries lesions presented a higher prevalence of pain, independently of the other variables. It can be concluded that the report of dental pain or discomfort was high and it is related to sociodemographic characteristics and clinical consequences of untreated caries lesions. Caregiver's reports of dental pain or discomfort in the child are associated with the self-reported pain of preschoolers. Still, the presence of dental pain in the child impacts on the school routine and daily activities of the caregiver. Keywords: Toothache. Pain Perception. Dental Caries. Nuclear Family.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:dspace.c3sl.ufpr.br:1884/49131
Date January 2017
CreatorsFelipak, Patricia Kochany
ContributorsSouza, Juliana Feltrin de, Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciências da Saúde. Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Menezes, José Nogara Borges de
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Format68 f. : il., tabs., application/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPR, instname:Universidade Federal do Paraná, instacron:UFPR
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess
RelationDisponível em formato digital

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