Return to search

Reforma da Educação Superior nos Anos de Contra-revolução Neoliberal : de Fernando Henrique Cardoso a Luís Inácio Lula da Silva

Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico / A crise estrutural do capitalismo na década de 1970, marcada por uma profunda recessão, combinando baixas taxas de crescimento e altas taxas de inflação, impulsiona a burguesia internacional à elaboração de estratégias de enfrentamento a esta crise que articulem as seguintes dimensões: a reestruturação da esfera produtiva, o reordenamento do papel dos estados nacionais e a difusão do projeto burguês de sociabilidade. Estas dimensões, manifestações atuais da contra-revolução prolongada, são operacionalizadas pelas políticas neoliberais em curso e constituem a base de fundamentação do projeto hegemônico da globalização econômica e da sociedade da informação, difundido pelos sujeitos políticos do capital, especialmente os organismos internacionais como Banco Mundial, UNESCO e OMC. Examinar a atual configuração do capitalismo é uma tarefa imprescindível para a análise da reformulação da política educacional em curso nos países periféricos, na medida em que essa reformulação, especialmente da educação superior, é justificada pela necessidade de adequação desses países à nova ordem mundial globalizada e à sociedade da informação. A educação escolar estará inscrita na última década do século passado e no início deste século como uma eficaz estratégia de alívio da pobreza, que se amplia e aprofunda nos países da periferia do capitalismo,
constituindo-se como uma política internacional de segurança do capital; como uma promissora área de investimentos para o capital em crise, em sua incessante busca por novos mercados e novos campos de exploração lucrativa, bem como uma importante estratégia de difusão da concepção de mundo da burguesia, em sua disputa constante para conformar mentes e corações à sua imagem e semelhança. Neste quadro é que está inserida a reformulação da educação superior realizada no Brasil nos anos de contra-revolução neoliberal. Iniciada no governo Collor de Mello (1990-1992) e Itamar Franco (1993-1994), a partir de um movimento de continuidades e novidades em relação à reformulação imposta pelo regime burguês-militar; acelerada nos dois períodos do Governo Cardoso (1995-2002) e aprofundada nos dois primeiros anos do Governo Lula da Silva (2003-2004), esta reformulação mantém o padrão dependente de educação superior que atravessa a história da educação brasileira,
ampliando, por um lado, o processo de privatização interna das universidades públicas brasileiras e, por outro, o empresariamento da educação superior, criando, conseqüentemente, as bases para o aprofundamento da inserção capitalista dependente do Brasil na economia mundial e para intensificação do processo de conversão neocolonial.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:ndc.uff.br:128
Date27 June 2005
CreatorsKátia Regina de Souza Lima
ContributorsJésus de Alvarenga Bastos, Deise Mancebo, Roberto Leher, Plínio de Arruda Sampaio Junior, Raquel Goulart Barreto
PublisherUniversidade Federal Fluminense, Programa de Pós-graduação em Educação, UFF, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFF, instname:Universidade Federal Fluminense, instacron:UFF
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0583 seconds