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Previous issue date: 2016-01-18 / Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq / A questão metropolitana no Brasil ganhou destaque nos estudos de geografia urbana nas últimas décadas. Temáticas como mobilidade intrametropolitana, habitação e saneamento básico são alguns
temas constantemente debatidos. É muito comum iniciar esse tipo de análise pela centralização e
polarização de equipamentos e recursos do núcleo metropolitano em detrimento às dinâmicas
socioespaciais que ocorrem nos municípios periféricos. A Região Metropolitana de Goiânia não
foge à característica centralizadora e polarizadora dos núcleos metropolitanos brasileiros. Esse
perfil de organização socioespacial reverbera em outras tendências, como valorização do solo
urbano de suas áreas centrais, insuficiência de estoques de áreas rurais para fins de parcelamento, ou de construção de habitações populares. Essa dinâmica não reflete impactos apenas em Goiânia,
uma vez que, inicialmente, os municípios limítrofes recebem a função de saldar as demandas
habitacionais do núcleo metropolitano, potencializando assim, o surgimento de novas demandas
relacionadas à infraestrutura e serviços. No município de Trindade esse processo ganhou evidência
a partir da década de 1970, com o início da conurbação da área leste municipal (Trindade II), com a
área oeste de Goiânia, exemplo da implantação dos setores Maysa, Setor dos Bandeirantes e de
muitos outros setores na década de 1990, a exemplo do Jardim Ipanena, Setor Renata Park e
Conjunto Dona Iris I. A GO 060 contribui para o crescimento dessa área conurbada, uma vez que
potencializava os deslocamentos cotidianos. No decorrer da pesquisa se observou uma dinâmica
muito comum nesses setores: a negligência do poder público municipal diante das demandas da
população. Alguns impasses identificados a partir de dados do censo do IBGE de 2010 na área
conurbada são, na sua maioria, vinculados à falta de infraestrutura urbana, a exemplo de
pavimentação asfáltica, escoamento pluvial, rede de água, dentre outros. Comparando com o
núcleo original do município, percebe-se que o Trindade II é omitido pela gestão municipal. Essa
afirmativa se confirma a partir da espacialização dos equipamentos de consumo coletivo e dos
serviços. Enfim, nota-se claramente um processo de fragmentação sociopolítica do território,
impulsionada, sobretudo, pela desintegração das funções públicas de interesse comum
mencionadas na legislação metropolitana da RMG. Esse processo gera ainda na malha urbana
conurbada à Goiânia (Trindade II) o que denominamos de “tecido urbano duplamente periférico”,
uma vez que é negligenciado tanto pela gestão municipal de Trindade quanto de Goiânia, muito
embora salde suas demandas por habitação. / A questão metropolitana no Brasil ganhou destaque nos estudos de geografia urbana nas últimas décadas. Temáticas como mobilidade intrametropolitana, habitação e saneamento básico são alguns
temas constantemente debatidos. É muito comum iniciar esse tipo de análise pela centralização e
polarização de equipamentos e recursos do núcleo metropolitano em detrimento às dinâmicas
socioespaciais que ocorrem nos municípios periféricos. A Região Metropolitana de Goiânia não
foge à característica centralizadora e polarizadora dos núcleos metropolitanos brasileiros. Esse
perfil de organização socioespacial reverbera em outras tendências, como valorização do solo
urbano de suas áreas centrais, insuficiência de estoques de áreas rurais para fins de parcelamento, ou de construção de habitações populares. Essa dinâmica não reflete impactos apenas em Goiânia,
uma vez que, inicialmente, os municípios limítrofes recebem a função de saldar as demandas
habitacionais do núcleo metropolitano, potencializando assim, o surgimento de novas demandas
relacionadas à infraestrutura e serviços. No município de Trindade esse processo ganhou evidência
a partir da década de 1970, com o início da conurbação da área leste municipal (Trindade II), com a
área oeste de Goiânia, exemplo da implantação dos setores Maysa, Setor dos Bandeirantes e de
muitos outros setores na década de 1990, a exemplo do Jardim Ipanena, Setor Renata Park e
Conjunto Dona Iris I. A GO 060 contribui para o crescimento dessa área conurbada, uma vez que
potencializava os deslocamentos cotidianos. No decorrer da pesquisa se observou uma dinâmica
muito comum nesses setores: a negligência do poder público municipal diante das demandas da
população. Alguns impasses identificados a partir de dados do censo do IBGE de 2010 na área
conurbada são, na sua maioria, vinculados à falta de infraestrutura urbana, a exemplo de
pavimentação asfáltica, escoamento pluvial, rede de água, dentre outros. Comparando com o
núcleo original do município, percebe-se que o Trindade II é omitido pela gestão municipal. Essa
afirmativa se confirma a partir da espacialização dos equipamentos de consumo coletivo e dos
serviços. Enfim, nota-se claramente um processo de fragmentação sociopolítica do território,
impulsionada, sobretudo, pela desintegração das funções públicas de interesse comum
mencionadas na legislação metropolitana da RMG. Esse processo gera ainda na malha urbana
conurbada à Goiânia (Trindade II) o que denominamos de “tecido urbano duplamente periférico”,
uma vez que é negligenciado tanto pela gestão municipal de Trindade quanto de Goiânia, muito
embora salde suas demandas por habitação.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.bc.ufg.br:tede/6904 |
Date | 18 January 2016 |
Creators | Viana, Juheina Lacerda Ribeiro |
Contributors | Arrais, Tadeu Pereira Alencar, Arrais, Tadeu Pereira Alencar, Castilho, Denis, Lima, Leandro Oliveira |
Publisher | Universidade Federal de Goiás, Programa de Pós-graduação em Geografia (IESA), UFG, Brasil, Instituto de Estudos Socioambientais - IESA (RG) |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFG, instname:Universidade Federal de Goiás, instacron:UFG |
Rights | http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/, info:eu-repo/semantics/openAccess |
Relation | 7888271059505704147, 600, 600, 600, 600, 4536785967207850203, -599424733620574926, -2555911436985713659 |
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