Return to search

Fissuras no ordenamento: sociabilidades, fluxos e percalços na casa de detenção do Recife

Submitted by Felipe Lapenda (felipe.lapenda@ufpe.br) on 2015-03-10T13:36:54Z
No. of bitstreams: 2
license_rdf: 1232 bytes, checksum: 66e71c371cc565284e70f40736c94386 (MD5)
DISSERTAÇÃO Aurélio de Moura Britto.pdf: 3328020 bytes, checksum: 6934026c202641c76ef31a8e1cff332b (MD5) / Made available in DSpace on 2015-03-10T13:36:54Z (GMT). No. of bitstreams: 2
license_rdf: 1232 bytes, checksum: 66e71c371cc565284e70f40736c94386 (MD5)
DISSERTAÇÃO Aurélio de Moura Britto.pdf: 3328020 bytes, checksum: 6934026c202641c76ef31a8e1cff332b (MD5)
Previous issue date: 2014-08-18 / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / Este trabalho se insere no conjunto de pesquisas acerca dos estabelecimentos prisionais existentes no Brasil na vigência do regime imperial. Tem por desígnio examinar as interações erigidas entre os segmentos populares da cidade e a Casa de Detenção do Recife. Deste modo, tenciona dimensionar as formas e implicações desta relação para o funcionamento institucional, bem como, os aprendizados elaborados por esses indivíduos a partir de suas convivências com esta instituição. Quitandeiras, “prostitutas”, negociantes, “gatunos”, entre outros, adentravam os muros da instituição a fim de ofertar seus produtos e serviços aos detentos, afinal, a implantação das oficinas de trabalho coletivo realizadas na gestão do administrador Augusto Rufino de Almeida possibilitou aos detentos angariar algum provento e fomentou o recrudescimento de práticas comerciais que perpassavam os muros do estabelecimento prisional. Além disso, a possibilidade de alguns detentos saírem da prisão por intermédio dos trabalhos públicos ou o serviço de faxina da instituição concorreu para que se tornassem figuras rotineiras no cotidiano da cidade, inclusive, como frequentadores nos locais de sociabilidades populares nos oitocentos, como as tabernas.
Esses indivíduos que emergem na documentação perscrutada como fonte de distúrbios e desmandos urdiram frestas e porosidades naqueles altos e imponentes muros, ademais, os constantes fluxos de pessoas, informações, ideias e mercadorias, seguramente, concorreram para redefinir ou mesmo desvanecer o isolamento penal, ideia transversal nos sistemas modernos de encarceramento, assim como, para obliterar a representação normatizadora da prisão cultiva por parte da elite letrada. Nesse sentido, o presente trabalho traz à baila um aspecto menos enfatizado na historiografia das prisões ao passo que analisa não as disjunções entre o lado de dentro e fora da prisão, mas as conexões, as porosidades, as fissuras que foram construídas no ordenamento prisional por essas pessoas que acabaram por colocara a Casa de Detenção em contiguidade com as dinâmicas urbanas. Deste modo, a partir de usos ardilosos e inesperados os populares da cidade conferiram a instituição, recuperamos um entendimento popular da instituição que diferia significativamente dos contornos vigilantes prescritos pelos agentes da administração pública. Tal problemática será examinada na gestão de Rufino Augusto de Almeida (1861-1875), administrador que despendeu grande força para dirimir a circulação destes indivíduos, assim, dando origem a parte do aporte documental em que esta ancorada apresente pesquisa.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/11626
Date18 August 2014
CreatorsBRITTO, Aurélio de Moura
ContributorsBARBOSA, Maria do Socorro Ferraz
PublisherUniversidade Federal de Pernambuco
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguageBreton
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE
RightsAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil, http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/, info:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0026 seconds