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Pra não dizer que não falei das flores: um estudo sobre relações gênero e biodiversidade no semiárido pernambucano

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Previous issue date: 2009 / Pra não dizer que não falei das flores: um estudo sobre relações e biodiversidade no
semiárido pernambucano aborda a importância do trabalho desenvolvido pelas mulheres
agricultoras no semiárido a partir de suas práticas, experiências e saberes no manejo e
conservação da biodiversidade. Parte da constatação da existência de desigualdades de gênero
construídas socialmente que negam e subvalorizam o papel reprodutivo e produtivo da
mulher, em especial no meio rural, somado à necessidade de estudos e pesquisas que
contribuam para a conservação da biodiversidade visando o enfrentamento da crise ambiental.
Ao desafiar-se adentrar as fronteiras da interdisciplinaridade, entrecruzando essas duas
temáticas, a pesquisa parte da desnaturalização da divisão sexual do trabalho e dos vínculos
existentes entre as mulheres e o meio ambiente, configurando-se, enquanto estratégia social,
na busca da construção de relações de gênero mais justas. Adota como referência para
observação e análise, a área do quintal, ou arredor de casa , considerada socialmente como
parte do espaço privado, doméstico, e, portanto, como de responsabilidade e cuidado das
mulheres, e o conjunto de atividades desenvolvidas pelas mesmas no manejo dessas áreas e
sua relação com a conservação da biodiversidade. Em seu processo de construção, a pesquisa
adota um referencial metodológico pautado na triangulação de métodos, permitindo a
articulação de múltiplas estratégias, aportes teóricos e técnicas de coleta de dados, numa
abordagem de cunho quanti-qualitativa, visando captar elementos localizados em dimensões
distintas, mas que se entrecruzam na análise. Nesse sentido, utiliza como instrumentais a
técnica da observação participante, entrevistas e questionários, dentre outros. Do ponto de
vista dos resultados, a pesquisa ratifica a existência de relações injustas entre homens e
mulheres no campo, a partir do trabalho desenvolvido por ambos, da valorização e
reconhecimento socialmente atribuídos de forma diferenciada. Por outro lado, constata a
importância da área dos quintais, enquanto espaços extremamente diversificados em número e
variedades de espécies de plantas e com múltiplos usos. Foram registradas 289 etnoespécies
nas 46 áreas pesquisadas, havendo uma média de 37 etnoespécies por quintal, sendo que 35%
dos quintais apresentaram mais de 40 etnoespécies. Cerca de 41% dessas plantas foram
classificadas pelas famílias como de uso ornamental, 22% como de uso alimentício e 17%
medicinal; demais 11% foram associadas ao uso madeireiro e 9% a outras formas de uso.
Sendo áreas criadas e manejadas, via de regra, pelas mulheres, os quintais também se
configuram enquanto importantes espaços de troca, construção e transmissão de saberes,
aclimatação de espécies, estímulo às sociabilidades locais a partir das relações envolvendo
doações e partilhas de sementes e mudas e um conjunto de outras contribuições do trabalho
desempenhado pelas mulheres que, direta ou indiretamente, resultam em experiências
positivas no manejo e conservação da biodiversidade

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/3138
Date31 January 2009
CreatorsSamara Silva Costa, Rakuel
ContributorsRegia Fernandes Gehlen, Victoria
PublisherUniversidade Federal de Pernambuco
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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