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Mecanismos de polinização e sistema reprodutivo de espécies de Marantaceae da estação ecológica do Tapacurá, Pernambuco, Nordeste do Brasil

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Previous issue date: 2005 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / A morfologia floral é um dos aspectos mais importantes na interação entre planta e polinizador, a
qual determina a acessibilidade do polinizador ao recurso, a eficiência da deposição do pólen no
corpo do animal, assim como o recebimento dos grãos de pólen, pelo estigma, através do vetor.
Na família Marantaceae a estrutura floral é uma característica marcante, principalmente pelos
elementos que compõem a arquitetura das flores e inflorescência e pelo mecanismo de
polinização. Neste trabalho foram estudados os mecanismos de polinização, a biologia floral e o
sistema reprodutivo de seis espécies representantes de três dos quatro grupos da família
Marantaceae, Calathea pernambucica Loes., C. villosa Lindl. (grupo Calathea), Hylaeanthe
hexantha (Poeppig. & Endl.) A.M.E. Jonker & Jonker (grupo Myrosma), Maranta divaricata
Rosc., M. protracta Miq. (ambas do grupo Maranta) e Stromanthe tonckat (Aubl.) Eichler (grupo
Myrosma). O trabalho foi desenvolvido no período de março de 2001 a setembro de 2004, na
Estação Ecológica do Tapacurá (8o3 S e 35o10 W), um remanescente da Floresta Atlântica
Semidecidual de Pernambuco, Nordeste do Brasil. O período de floração nas duas espécies de
Maranta ocorre durante todo o ano com os meses de chuva correspondendo ao pico da floração,
enquanto que para as outras quatro espécies ocorre na estação de maior pluviosidade, de março a
agosto. As seis espécies são herbáceas, possuem flores assimétricas, tubulosas e modificadas,
principalmente o androceu, o qual apresenta um estame com uma única teca funcional e
estaminódios petalóides que auxiliam no processo de atração aos animais visitantes. Além disso,
as flores são protândricas, possuem apresentação secundária de pólen e o gineceu é composto por
um estilete, preso por um dos estaminódios com mecanismo explosivo de polinização. Nas duas
espéceis de Calathea, em H. hexantha e S. tonckat a antese é diurna, com inicio por volta das 04:30 h e a produção de néctar estendendo-se até às 12:00 h. Os volumes e concentrações médias
de néctar nessas quatro espécies variou de 2 a 6,5 μl e de 25 a 30%, respectivamente,
característico de flores melitófilas e ornitófilas. As flores de Maranta divaricata e M. protracta
começam a abrir às 15:30 h e a produção de néctar tem inicio por volta das 16:30 h, apresentando
médias de 0,24 μl de volume e 15% de concentração de açúcar com a produção estendendo-se até
às 19:30 h. As flores das espécies de Maranta duram, aproximadamente, até às 2100 h e a partir
desse horário iniciam o processo de senescência, apresentando acúmulo de orvalho dentro do
tubo floral. Com relação aos visitantes florais, as espécies de Calathea foram polinizadas
exclusivamente por abelhas Euglossini, enquanto que o mesmo grupo de abelhas foi observado
polinizando as flores de Hylaeanthe hexantha, assim como o beija-flor Phaethornis ruber
(Phaethorninae) que foi considerado um importante polinizador para essa espécie. Em
Stromanthe tonckat o beija-flor Phaethornis ruber foi observado como sendo, também, o
polinizador principal, juntamente com Xylocopa suspecta. As duas espécies de Maranta foram
consideradas falenófilas, pois apesar de terem sido polinizadas por noctuídeos e esfingídeos, uma
os noctuídeos eram os primeiros visitantes às flores, enquanto que os esfingídeos iniciavam as
suas visitas no horário em que a maioria das flores já haviam sido desengatilhadas e polinizadas
pelos noctuídeos. O sistema reprodutivo das seis espécies de Marantaceae foi verificado a partir
de polinizações controladas no campo e através da análise do crescimento dos tubos polínicos,
sendo todas as espécies autocompatíveis. A formação de frutos por autopolinização espontânea
foi verificada em Calathea villosa, cerca de 18%, e em Maranta divaricata e M. protracta com
37 e 24%, respectivamente. Em C. pernambucica, devido à predação dos ovários em
desenvolvimento por espécies de formigas, os frutos formados em nenhum dos tratamentos pôde
ser contabilizado. A autocompatibilidade é referida como muito comum dentro da família Marantaceae, no entanto foi observada a formação de frutos através de polinizações cruzadas nas
espécies deste trabalho

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/733
Date January 2005
CreatorsTEIXEIRA, Luciana Almeida Gomes
ContributorsMACHADO, Isabel Cristina Sobreira
PublisherUniversidade Federal de Pernambuco
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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