Return to search

Como era na favela? Como é no conjunto?: relações entre propriedades espaciais e modos de uso no caso do reassentamento da Favela do Maruim em Natal/RN

Submitted by Automação e Estatística (sst@bczm.ufrn.br) on 2018-08-01T21:15:25Z
No. of bitstreams: 1
FlaviaMonalizaNunesSecundoLopes_DISSERT.pdf: 12783312 bytes, checksum: f8faf055082fc21f33e9b7c6818d68e1 (MD5) / Approved for entry into archive by Arlan Eloi Leite Silva (eloihistoriador@yahoo.com.br) on 2018-08-02T23:42:14Z (GMT) No. of bitstreams: 1
FlaviaMonalizaNunesSecundoLopes_DISSERT.pdf: 12783312 bytes, checksum: f8faf055082fc21f33e9b7c6818d68e1 (MD5) / Made available in DSpace on 2018-08-02T23:42:14Z (GMT). No. of bitstreams: 1
FlaviaMonalizaNunesSecundoLopes_DISSERT.pdf: 12783312 bytes, checksum: f8faf055082fc21f33e9b7c6818d68e1 (MD5)
Previous issue date: 2018-06-15 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) / Nesta dissertação foram investigadas relações entre forma e usos da arquitetura visando identificar
efeitos que alterações morfológicas nos espaços abertos de uso coletivo possam ter exercido sobre
modos de uso desses espaços. Especificamente, buscou-se compreender se, e como, usos
preexistentes foram modificados após o reassentamento de uma população de uma favela,
assentamento orgânico, autoconstruído – Favela do Maruim – para um conjunto habitacional, planejado
pelo estado – Conjunto São Pedro. Com base no referencial teórico da Sintaxe do Espaço (HILLIER;
HANSON, 1984), partiu-se do pressuposto que a forma da Arquitetura – resultante do arranjo de cheios
(massas construídas) e vazios (permeabilidades) – estrutura possibilidades e restrições ao ir e vir estar
e enxergar, as quais definem campos potenciais de copresença e movimento de indivíduos no espaço.
Neste caso, a hipótese foi de que a natureza morfológica do conjunto é oposta à da favela, sendo
assim, alterou tipos de relações espaciais, da micro à macro escala, e possivelmente modificou
padrões de copresença, uso do lugar e interação entre os diferentes indivíduos no espaço – moradores
locais e estranhos (não locais). O conjunto subverteu a lógica autodefensiva e de proximidade entre os
moradores da Favela para um movimento mais similar ao da cidade de maneira global – onde há maior
potencial de encontro entre diferentes. A abertura para a cidade aproximou a população reassentada
do discurso do medo, da reclusão dentro de casa e da criação de muros e barreiras para o espaço
público. Na busca de comprovar a hipótese, foi realizado um estudo comparativo de instâncias
potenciais e episódios reais de encontro através da análise dos espaços, e visitas in loco na favela e no
conjunto. Técnicas da Análise Sintática do Espaço (ASE) caracterizaram a inserção de cada
assentamento na malha da cidade na perspectiva de entender acessibilidades “ao caminhar” e “ao
olhar” por meio de instrumentos que exploram relações topológicas e distâncias métricas. Para
entender a relação entre a massa construída e a estrutura de espaços abertos foram examinados usos
locais e relações entre espaços públicos e privados. Em busca de compreender os usos reais do
espaço, foram observados o movimento peatonal e traços físicos do espaço; ainda foram realizadas
entrevistas semiestruturadas com a população. Os resultados mostram que a configuração da favela,
desordenada e menos integrada ao tecido urbano da cidade, delineava um enclave que diminuía a
interface de encontros entre diferentes (moradores e estranhos). Internamente, uma forte hierarquia e
coesão entre acessibilidades (local e vicinal “ao caminhar” e “ao olhar”), privilegiava o uso de certos
espaços abertos pelos moradores. Estes funcionavam como extensão da casa dos habitantes locais,
como pontos de confluência de encontros, passagem de pedestres e de atividades com forte ligação
público/privado. O conjunto, por sua vez, com uma ordem de acessibilidade e visibilidade mais
homogênea, pouco hierárquica, com ligações público/privado frequentemente interrompidas, ainda que
mais integrado à cidade, estimula a interface de encontros entre diferentes, enquanto restringe
potenciais encontros entre moradores. Em um esforço de contornar as limitações da forma da
arquitetura, moradores persistem em estar nos espaços coletivos do conjunto, ocupação
aparentemente consubstanciada na presença dos tapumes, uma vez que estes contribuem para
aproximar o conjunto da lógica de enclave da Favela, apartando-o do contínuo espacial da cidade e
consolidando barreiras que vem, de resto, se tornando recorrentes na construção de residências em
cidades brasileiras nos últimos anos. / This study addresses relations between form and use of architecture with the aim of investigating
whether morphological changes regarding open spaces shared by a housing community might have
exerted over the way people use those spaces. It aims to shed light on whether and how the
reallocation of a self-built organic settlement – Favela do Maruim – to a regularly schemed, state-funded
housing estate – Conjunto São Pedro – led to alterations in the way people used common open spaces
in their previous environs. Guided by the Space Syntax theory (HILLIER; HANSON, 1984), the
investigation approach stems from the assumption, that architectural form - structured by masses
(buildings) and voids (permeability) - offer possibilities and restrictions concerning moving, being and
seeing, and, therefore, define potential fields of co-presence and movement by individuals in space. The
hypothesis underlying the case study was that because the morphological nature of the housing estate
diverges from that of the Favela settlement, spatial relations are altered from the micro to the macro
scale, thus prompting changes in patterns of co-presence, use of communal areas and interaction
among diverse individuals in space – inhabitants, visitors and strangers (insiders and outsiders). In the
Housing Estate the self-defensive logic of nearness among residents that existed in the Favela was
subverted and replaced by another more similar to that which prevails in the city as a whole, with a
higher potential of encounter fields. The less enclosed arrangement appears to threat the resettled
population, bringing about the discourse of fear, which enforces reclusion inside an area severed from
the public space by walls and barriers. In the search to test the hypothesis, comparative studies of
potential and real instances of encounter were carried out by means of spatial analysis and of in loco
visits regarding actual use in the Favela and the Housing Estate. Space syntax analysis was applied to
quantify the insertion of each settlement in the city grid, in topological and metric distances, to gauge
accessibilities “by foot” and “to the eye”. In order to understand the relation between the built mass and
the structure of open spaces, local uses and relations between public and private spaces were
analysed. To understand the real uses of space, the data gathering process included the observation of
pedestrian movement and physical traces of space; and enquiries about the ways people use common
areas, by means of semi-structured interviews. The results show that the Favela configuration,
disorderly and less integrated with the city urban grid, outlined an enclave that decreased the potential
encounter field between insiders and outsiders. Internally, a stronger hierarchy and cohesion concerning
diverse accessibility catchment levels (local, vicinal, to the feet or the eyes) privileged the use of certain
open spaces by the inhabitants. Those points that showed strong public/private connections, worked as
extensions to the houses and as confluence points for encounter, pedestrian flows and activities. In the
Housing Estate, on the other hand, a homogeneous, less hierarchical internal structure, with low
cohesion concerning accessibility levels, less openings connecting closed/open spaces and higher
integration to the city grid, stimulate the interface between insiders and outsiders, whereas restraining
the potential encounter field amongst inhabitants. On an effort to overcome the limitations of the
architectural spatial form, inhabitants persist on being in the Housing Estate common areas, an
occupation apparently consubstantiated by the presence of construction fences that approximates the
Estate’s spatial structure to the Favela’s enclave logic, setting it apart from the city continuous space
and consolidating barriers, which at any rate, are becoming the norm, concerning residential premises in
Brazilian cities.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufrn.br:123456789/25663
Date15 June 2018
CreatorsLopes, Flávia Monaliza Nunes Secundo
Contributors52290980404, Borges, Amadja Henrique, 12381195491, Monteiro, Circe Maria Gama, 34845488949, Trigueiro, Edja Bezerra Faria, Teixeira, Rubenilson Brazão
PublisherPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO, UFRN, Brasil
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFRN, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte, instacron:UFRN
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0027 seconds