Return to search

Alimentos ultraprocessados direcionados a crianças

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Nutrição, Florianópolis, 2015 / Made available in DSpace on 2016-04-19T04:09:14Z (GMT). No. of bitstreams: 1
337965.pdf: 1572941 bytes, checksum: f9daf95a45a4621b96a33b347be75139 (MD5)
Previous issue date: 2015 / Alimentos com poucas fibras e excesso de calorias, açúcar, sódio e gordura trans podem ser classificados como ultraprocessados. Entre estes estão os lanches, petiscos ou sobremesas, bem como produtos prontos para aquecer. O consumo excessivo de ultraprocessados é reconhecido, dentre outros fatores, como influenciador das prevalências de excesso de peso em crianças. Considerando esse cenário, emergem estratégias de prevenção como a rotulagem nutricional, que segundo a legislação, compreende na declaração do valor energético e de nutrientes (informação nutricional) e na declaração de propriedades nutricionais (Informação Nutricional Complementar - INC). A INC corresponde a qualquer representação que afirme, sugira ou implique que um produto possui propriedades nutricionais particulares em relação ao seu valor energético ou conteúdo de nutrientes. Além da rotulagem, regulamentada por legislação, alimentos direcionados a crianças comumente trazem estratégias de marketing em seu painel frontal. Objetivou-se com esta pesquisa analisar embalagens de alimentos direcionados a crianças caracterizados como ultraprocessados quanto à presença e ao tipo de INC disponível no painel frontal e conhecer a opinião de crianças sobre informações veiculadas nas embalagens de tais alimentos. Para tanto, primeiramente foi realizada uma análise das fotos do painel frontal de alimentos classificados como direcionados a crianças (n=535), obtidas em um estudo censitário realizado em um supermercado pertencente a uma das dez maiores redes de supermercados do Brasil. Posteriormente, foram identificados alimentos com características de ultraprocessados e a presença e tipos de INC. Foram então selecionados quatro painéis frontais de marcas populares para a condução de grupos focais com crianças de 8 a 10 anos de idade de uma escola particular de Florianópolis-SC. Foram conduzidos nove grupos focais com 49 crianças (27 meninos). As sessões foram gravadas, transcritas verbatim e analisadas pela técnica de análise de conteúdo. Dentre os 535 alimentos industrializados direcionados a crianças, 472 (88%) eram ultraprocessados e 220 (46,6%) apresentavam INC em seu painel frontal. Foi encontrado um total de 321 INC nestes 220 alimentos. Do total de INC identificadas, 236 (73,5%) indicavam presença ou aumento de algum componente, principalmente de vitaminas (n=92) e minerais (n=75). Quanto à INC de isenção ou redução (26,5%), a gordura trans foi o item que mais se repetiu (n=48). Os alimentos em cujas embalagens foi identificado o maior número de INC foram biscoitos e bolos recheados, iogurtes adoçados e balas. Nos grupos focais, a presença de personagens e INC nas embalagens despertou a atenção das crianças, as quais consideraram óbvio que os principais motivos do personagem estar presente na embalagem ser para chamar a atenção e deixá-las mais atrativas. Foram frequentes os comentários associando as INC a características positivas do alimento, para destacar que o produto tem menos coisas que, segundo as crianças, fazem "mal". Também demonstraram estar atentas a outras informações na rotulagem de um modo geral. A rotulagem nutricional e a INC são ferramentas que podem auxiliar na realização de escolhas alimentares saudáveis. No entanto, se forem utilizadas para enfatizar aspectos saudáveis do alimento, podem fazer com que o alimento pareça mais saudável do que é. Deste modo, identificou-se uma situação em que as atuais ações que regulamentam o uso da INC em embalagens de alimentos ultraprocessados ainda podem ser aperfeiçoadas. Como influenciadores das compras da família e futuros consumidores, sugerem-se ações com o objetivo de instrumentalizar as crianças na leitura, compreensão, utilização e interpretação das informações presentes nos rótulos de alimentos.<br> / Abstract : Foods with low fibre content and excessive amounts of calories, sugar, sodium and trans fat can be classified as ultraprocessed foods. These are snacks or desserts, as well as ready-to-heat foods. The high consumption of ultraprocessed foods is recognized as one of the causes of increased overweight rates in children. Considering this scenario, prevention strategies, such as nutrition labelling emerge. Nutrition labelling consists of the declaration of energy and nutrient content (nutritional information) and the declaration of nutritional properties (nutrition claims). Nutrition claims are representations which state, suggest or imply that a given product presents specific nutrient properties regarding its energy or nutrient content. Besides nutrition labelling, regulated by legislation, food packages can also present marketing strategies on the front-of-pack. The aim of this research was to analyze ultraprocessed food packages marketed to children regarding the presence and type of nutrition claims available on the front-of-pack. Also, to understand children consumers' opinion about information provided on ultraprocessed food labels directed to them. To reach these objectives, first was performed an analysis of the front-of-pack photos of foods classified as targeted to children (n=535). The photos were collected during an audit study at a big Brazilian supermarket. Subsequently, ultraprocessed foods and the presence and types of nutrition claims were identified. Given this analysis, four packages (front-of-pack) of foods (n=3)and drinks (n=1) of popular brandings were chosen to assist focus groups conduction with 8-10 years old children in a private school in Florianópolis-SC. Nine focus groups were conducted with 49 children (27 boys). The sessions were recorded, transcribed verbatim and analyzed through Content Analysis technique. In a set of 535 foods marketed to children 472 (88%) were ultraprocessed. Among these, 220 (46.6%)presented nutrition claims on their front-of-pack, being identified a total of 321 nutrition claims. Among these, 236 (73.5%) concerned the presence or the increase of some component, mostly vitamins (n=92) and minerals (n=75). Regarding exemption or reduction (26.5%), trans fat was the most repeated nutrition claim (n=48). The highest number of nutrition claims was identified on filled cookies and cakes, sweetened yogurts and candies. In focus groups, the presence of characters and nutrition claims attracted attention of children. Participants considered obvious that the main reason of the character presence was to draw attention and make the package more attractive. About the nutrition claims, comments associated to positive attributes of food were frequent. Children considered the presence of nutrition claims important because highlights the fact that the product has, according to children, less "bad" things. They were observant of general information on the labeling. Nutrition labelling, and the nutrition claim are tools that can help consumers when of eating habits. However, if nutrition claims are used to emphasize healthy aspects of unhealthy foods, they can make the food look healthier. Therefore, actions about the presence of nutrition claims in ultraprocessed foods target at children can be improved. For his role as influencer's consumers of the family shopping, as well as future consumers, children can become the focus of actions which aim to instrumentalize the reading, understanding, use and interpretation of the nutrition labelling information.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/160684
Date January 2015
CreatorsZucchi, Natália Durigon
ContributorsUniversidade Federal de Santa Catarina, Fiates, Giovanna Medeiros Rataichesck
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Format111 p.| il., tabs.
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0175 seconds