Return to search

Campi universitários e espaços verdes

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2015. / Made available in DSpace on 2016-05-24T17:39:01Z (GMT). No. of bitstreams: 1
338127.pdf: 3017607 bytes, checksum: 89cfd3384cbfec25508c521ad118c93a (MD5)
Previous issue date: 2015 / A presença de ambientes naturais é cada vez mais escassa no contexto urbano. Essa redução é capaz de alterar aspectos na qualidade de vida dos citadinos. Estudos voltados para as relações pessoa-ambiente têm explorado processos perceptuais da interação humana com esses ambientes, no sentido de trazer à tona sensações de bem-estar ocasionadas pela proximidade com a natureza. Os conceitos de percepção e preferência ambiental têm direcionado o aprofundamento de aspectos que permeiam essas relações. A importância atribuída ao tema reflete um movimento da Psicologia Ambiental em direção a uma abordagem ecológica. Os estudos conduzidos sob esse viés ressaltam propriedades do ambiente concebidas como capazes de promover descanso e recuperação psicológica, necessários para a retomada das atividades diárias. Há ainda poucas publicações em âmbito nacional que avaliam a capacidade restaurativa de ambientes naturais. No contexto acadêmico, as demandas vivenciadas pelos estudantes universitários são vistas como causadoras de constante estresse. Da articulação entre essas demandas e as evidências dos benefícios do contato com ambientes naturais surgiu a ideia de construção dessa pesquisa. O estudo teve como objetivo compreender as percepções ambientais de estudantes sobre os espaços verdes no ambiente universitário. Para isso, buscou-se caracterizar os espaços verdes de dois campi universitários brasileiros; identificar as formas de uso e preferências dos estudantes em relação a esses locais; explorar aspectos cognitivos, afetivos e interacionais ligados a essas percepções ambientais e evidenciar possibilidades de restauro psicológico nesse ambiente. Com enfoque exploratório e descritivo, seguiu-se uma abordagem qualitativa por meio da análise de conteúdo. Foram entrevistados 109 estudantes de graduação de duas universidades federais localizadas nas regiões norte (campus I) e sul (campus II) do Brasil. O uso da técnica do ambiente fotografado e as observações permitiram verificar usos e preferências ambientais a partir de características presentes nos espaços verdes de cada campus. Os espaços verdes foram predominantemente escolhidos pelos alunos do campus II, apesar do campus I apresentar uma área de vegetação mais extensa. As entrevistas, com roteiro semiestruturado, evidenciaram percepções ambientais que se intercruzam entre os estudantes de cada campus, mas há especificidades de cada cenário que os tornam tão distintos a ponto de enriquecer ainda mais a discussão e suscitar reflexões quanto à realidade dos campi universitários brasileiros. As experiências individuais e as intencionalidades dos indivíduos dessas culturas exercem alterações nos modos de perceber e se relacionar com o ambiente. Ficou evidente que espaços esteticamente trabalhados, com características produzidas por intervenção humana promovem maior percepção de restauro psicológico. Conclui-se que a quantidade de elementos naturais não é o que potencializa efetivamente a capacidade restaurativa do ambiente, mas as possibilidades de interação percebidas por aqueles que entram em contato com esses locais. Nesse sentido, compreende-se que o ambiente por si só não pode exercer uma função restauradora, pois há uma reciprocidade nessa relação que precisa ser percebida, vivenciada, construída e reconstruída. Para além da escrita, esses dados podem gerar diálogos com estudantes e gestores a fim de consolidar mudanças em cenários promissores para o restauro psicológico na atualidade.<br> / Abstract : The presence of natural environments is increasingly scarce in the urban context. This reduction is able to change aspects of the quality of life of city dwellers. Studies focused on the person-environment relationships, has explored perceptual processes of human interaction with these environments in order to bring out feelings of well-being caused by the proximity to nature. The concepts of environmental awareness and preference have directed the deepening of aspects that permeate these relationships. The importance attached to the issue reflects a movement of environmental psychology toward an ecological approach. Studies conducted under this bias stress environment properties conceived as able to promote relaxation and psychological recovery, necessary for the resumption of daily activities. There are still few publications nationwide that evaluate the restorative capacity of natural environments. In the academic context, the demands experienced by college students are seen as causing constant stress. The link between these demands and the evidence of the benefits of contact with natural environments did the idea of building this research. The study aimed to understand the environmental perceptions of students about green spaces in the university environment. For this, we sought to characterize the green spaces of two Brazilian university campuses; identify ways of use and preferences of students in relation to these places; explore cognitive, emotional and interactive aspects to these environmental perceptions and highlight psychological restoration possibilities in this environment. With exploratory and descriptive approach, followed by a qualitative approach through content analysis. They interviewed 109 undergraduate students of two federal universities located in the north (campus I) and south (campus II) of Brazil. The use of the technique of the photographed environment and observations allowed to verify use and environmental preferences from the features present in the green spaces of each campus. Green spaces were predominantly chosen by students on campus II, despite the campus I present a more extensive green area. Interviews with semi-structured, evidenced environmental perceptions that intersect between students from each campus, but there are specific characteristics of each scenario that makes them so distinct as to further enrich the discussion and raise questions as to the reality of Brazilian university campuses. Individual experiences and intentions of individuals of these cultures have changes in ways of perceiving and relating to the environment. It was evident that spaces aesthetically crafted with features produced by human intervention promotes greater perception of psychological restoration. It concludes that the amount of natural elements is not what actually enhances the environmentally restorative capacity, but the possibilities of interaction perceived by those who come in contact with these places. In this sense, it is understood that the environment alone cannot perform a restorative function, as there is a reciprocity in this relationship that needs to be perceived, experienced, built and rebuilt. In addition to writing, these data may generate dialogues with students and managers to consolidate changes in promising scenarios for psychological restoration today.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/162698
Date January 2015
CreatorsAlbuquerque, Dayse da Silva
ContributorsUniversidade Federal de Santa Catarina, Kuhnen, Ariane
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Format139 p.| il., tabs.
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0028 seconds