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"Dizem que sou louco" : um estudo sobre identidade e instituição psiquiatrica

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciencias Humanas / Made available in DSpace on 2012-10-16T08:15:11Z (GMT). No. of bitstreams: 0Bitstream added on 2016-01-08T20:08:53Z : No. of bitstreams: 1
108584.pdf: 2398819 bytes, checksum: e581e74aa3e6e1ec530f49e93db39dc7 (MD5) / O objetivo deste trabalho é analisar as relações entre o poder médico-psiquiátrico e a incorporação da ideologia manicomial por parte de sofredores psíquicos internados através de suas representações sobre o manicômio, sobre si mesmos e sua família. Analisamos também as propostas de reformulação do manicômio e se existem diferenças nas representações dos internados em função do tempo de permanência no manicômio. Para isso foram realizadas análises de prontuários, observações e entrevistas com os internados que foram divididos em dois estratos: 18 entrevistados de curta permanência e 10 de longa permanência. A análise das representações nos permite concluir que a instituição é vista diferentemente por parte dos pacientes de longa permanência, isto é, acima de 5 anos de internação e pelos de curta permanência, até 5 anos. Essas diferenças estão condicionadas pela perspectiva de sair ou não do manicômio, da relação com a família e do processo de deterioração psicofísica que sofrem na instituição. O manicômio é visto pela maioria dos entrevistados de curta permanência como uma prisão onde estão contra sua própria vontade. Enfatizam o caráter rotineiro e despersonalizante, sentem-se inseguros e vivenciam a internação como um castigo, resistindo à identificaçãso com à instituição. Nos entrevistados de longa permanência é possível perceber a predominância da incorporação da ideologia manicomial, aceitam o manicômio como o lugar deles, um lugar onde têm assegurada sua sobrevivência. Esta tendência permance quanto à incorporação da ideologia manicomial na definição de si mesmos; nos dois estratos percebe-se a perda progressiva da identidade que tinham. Finalmente os entrevistados consideram o manicômio necessário, justificando-o através da incorporação do discurso psiquiátrico sobre a periculosidade da loucura e tendo em vista a proteção da sociedade.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/76205
Date January 1995
CreatorsGrigolo, Tania Maris
ContributorsUniversidade Federal de Santa Catarina, Minella, Luzinete Simões
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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