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Papel do receptor ativado por proteinases-2 (par-2) no comportamento de coçar em camundongos

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pos-Graduação em Farmacologia, Florianópolis, 2009. / Made available in DSpace on 2012-10-24T20:47:45Z (GMT). No. of bitstreams: 1
275439.pdf: 2261901 bytes, checksum: e2aefcb3dc4f72e77c617b673afe9cc5 (MD5) / O objetivo do presente estudo foi investigar os possíveis mecanismos e mediadores envolvidos no comportamento de coçar causado pela administração intradérmica (i.d.), no dorso de camundongos, de agonistas do receptor ativado por proteinases-2 (PAR-2). Ambos os agonistas do PAR-2, tripsina e SLIGRL-NH2, causaram comportamento de coçar, sugestivo de prurido, de maneira dependente da dose. Esse efeito foi bloqueado pelo co-tratamento com o antagonista seletivo para o receptor PAR-2, FSLLRY-NH2, ou pela dessensibilização prévia deste receptor. A participação do sistema opióide foi verificada pelo tratamento com morfina ou naloxona, agonista e antagonista dos receptores opióides, respectivamente, que inibiram a coceira induzida pela tripsina. Além disso, o comportamento pruriginoso induzido por esta enzima foi previnido pelo tratamento com os antiinflamatórios, celecoxibe (inibidor seletivo para a COX-2) ou dexametasona (corticóide). A participação de mastócitos também foi observada, uma vez que o pré-tratamento com composto 48/80, degranulador de mastócitos, ou com cromoglicato de sódio, estabilizador de
mastócitos, reduziu a prurido causado pela tripsina. Ademais, o modelo parece ser dependente da ativação do receptor histaminérgico H4, mas não dos receptores H1, H2 ou H3, ja que o antagonista não-seletivo H3/H4 (tioperamida), mas não os antagonistas seletivos H1 (pirilamina e loratadina), H2 (cimetidina e ranitidina) ou H3 (iodofempropite), bloqueou o efeito pruriginoso da tripsina. O antagonista misto dos receptores histaminérgicos/serotoninérgicos, ciproeptadina, e o inibidor não seletivo de proteases, gabexato mesilato, foram eficazes em reduzir o prurido causado pelos agonistas do PAR-2, sugerindo o envolvimento da serotonina e da liberação de proteases. Interessantemente, o tratamento neonatal com capsaicina, ou o tratamento do adulto com resiníferatoxina, estratégias que promovem desenssibilização e/ou destruição de fibras sensoriais, preveniram o comportamento pruriginoso evocado por ambos os agonistas do PAR-2. Similarmente, o tratamento com o antagonista seletivo para o receptor TRPV1, SB366791, ou a deleção do gene para este receptor, inibiram o prurido induzido pela ativação do PAR-2. Esta reposta também foi dependente dos neuropeptídeos substância P (SP), neurocinina B (NKB) e CGRP, uma vez que o tratamento com os antagonistas seletivos para os receptores NK1 (FK888, para SP), NK3 (SR142801, para NKB), ou CGRP1 (fragmento CGRP8-37, para o CGRP), reduziu a coceira induzida pelos ativadores do PAR-2. Por fim, o prétratamento com antagonistas seletivos para os receptores B2 (Hoe 140 ou FR173657) ou B1 (DALBK ou SSR240612) das cininas, ou a deleção gênica destes receptores, preveniu a coceira induzida por ambos os agonistas do PAR-2. Em conjunto, estes resultados sugerem que a injeção i.d. de agonistas do PAR-2 constitui um modelo experimental reprodutível para o estudo de mecanismos e de possíveis abordagens terapêuticas, relacionados a promoção da coceira
mediada pela liberação de proteases e ativação do PAR-2. Diferentes mediadores e tipos celulares liberados ou localizados na pele parecem contribuir para este processo. De relevância, neste sentido ressalta-se o envolvimento de mediadores da inflamação neurogênica, de fibras sensoriais, do receptor TRPV1, e de ambos os receptores B2 e B1 para as cininas. / The aim of this study was to investigate some mechanisms and mediators underlying the scratching behaviour induced by intradermal (i.d.) injection of proteinase activated receptor-2 (PAR-2) agonists on the back of the mouse neck. Both PAR-2 agonists, trypsin and SLIGRL-NH2, were able to evoke a marked and dose-related scratching behaviour in mice. This response was widely reduced by the co-treatment with the selective PAR-2 receptor antagonist, FSLLRY-NH2, or by previous trypsin-induced PAR-2 receptor desensitization. Opioidergic system involvement was evaluated by the treatment with morphine or naloxone, a non-selective opioid receptors agonist and antagonist, respectively, which were both effective against trypsin-induced itch. Moreover, trypsin-induced scratching behaviour was blockaded by the pre-treatment with celecoxib (a selective COX-2 inhibitor) or dexamethasone (a corticoid). Also, contribution of mast cells was evident as the scratching behaviour induced by trypsin was prevented by the pre-treatment with compound 48/80, a mast cell degranulator, or disodium cromoglycate, a mast cell stabilizer. Furthermore, PAR-2 receptor activation-induced scratching behaviour seems to be dependent on histamine H4 receptor activation, but not histamine H1, H2 or H3 receptors, as the pre-treatment with the dual histamine H3/H4 receptors antagonist (thioperamide), but not with the selective histamine H1 (pyrilamine or loratadine), H2 (cimetidine or ranitidine) or H3 (iodophenpropit) receptor antagonists, was able to interfere with trypsin response. Pre-treatment with the mixed serotonergic/histaminergic receptor antagonist, cyproheptadine, or the non-selective protease inhibitor, gabexate mesylate, were capable of inhibiting trypsin-induced pruritus, suggesting the participation of serotoninergic receptors and protease release. Interestingly, both neonatal capsaicin treatment and resiniferatoxin administration to adult mice, to promote sensorial fiber desensitization and/or destruction, were able to suppress the itching response induced by PAR-2 agonists. Similarly, the selective TRPV1 receptor antagonist, SB366791, or the genetic deletion of TRPV1, greatly diminished the PAR-2-induced scratching behaviour. The pruritogenic response induced by PAR-2 agonists in mice is widely dependent on the release of neuropeptides substance P (SP), CGRP and neurokinin B (NKB), as the treatment with the selective NK1 (FK888, for SP), NK3 (SR142801, for NKB) or CGRP1 (fragment CGRP8-37, for CGRP) receptor antagonists caused a marked reduction of PAR-2-induced pruritus. Of note, the pretreatment with both kinin B2 (Hoe 140 or FR173657) and B1 (DALBK or SSR240612) receptor antagonists, or the genetic ablation of kinin receptors, significantly diminished the scratching behaviour evoked by PAR-2 agonists. Take together, the results of the present study suggest that i.d. injection of PAR-2 agonists on the back of the mouse neck seems to be a reproducible model to study the mechanisms and therapeutic strategies, related to itch transmission caused by proteinases release and PAR-2 activation. Besides, this response is widely dependent on mast cell activation and subsequently release of neurokinins, kinins and the TRPV1 receptor activation.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/93345
Date24 October 2012
CreatorsCosta, Robson da
ContributorsUniversidade Federal de Santa Catarina, Calixto, João Batista
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatvii, 116 f.| il., grafs., tabs.
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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