Práticas subversivas na escola pública

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão. Programa de Pós-Graduação em Linguística / Made available in DSpace on 2013-03-04T19:21:08Z (GMT). No. of bitstreams: 1
313210.pdf: 2367301 bytes, checksum: 11fc547237331e2feddd8945933612b5 (MD5) / As práticas e os papéis identitários escolares tradicionais são rígidos, com pouco escopo para performances identitárias alternativas: nesse modelo de escola é fácil distinguir condutas de alunos entre "boas" e "más". Entretanto, alunos constroem identidades híbridas e complexas que frequentemente extrapolam essas práticas escolares, ressignificando-as. Eles constroem identidades alternativas por meio da agência (FREIRE, 1970; JORDÃO, 2011a) de suas performatividades (BUTLER, 1990; PENNYCOOK, 2004) ao subverterem práticas via língua(gem) (CANAGARAJAH, 1993; 1997; 1999; 2004; GARCEZ; SCHLATTER, 2012; PENNYCOOK, 2010). Essa resistência pode ser manifesta ou secreta, tal quando é protagonizada em Casas Seguras, a fim de se evitar sanções de figuras de poder (CANAGARAJAH, 1997), e podem ocorrer por modalidades diversas, dentre elas a reapropriação de discursos e símbolos culturais dominantes, imperialistas e/ou transnacionais (RABY, 2005). A investigação dessa agência de alunos é feita nesta pesquisa por um viés etnográfico; nela, tenciono contribuir com estudos anteriores (CLEMENTE & HIGGINS, 2008; GARCEZ; SCHLATTER, 2012; LONGARAY, 2005; 2009; RAMPTON, 2006) acerca da agência de alunos em relação a línguas adicionais. Investigo como alunos resistem e/ou se acomodam performativamente a práticas em língua inglesa dentro e fora de sala de aula, contemplando assim as identidades subversivas que se delineiam nessas manifestações. A pesquisa foi desenvolvida com três turmas de ensino médio de uma escola pública de Florianópolis/SC durante um ano (2011-2012), gerando dados em observações de aula, notas de campo, entrevistas semiestruturadas gravadas em áudio e corpus da internet. Ao concluir, abordo a contingência do entendimento de práticas escolares como subversivas; trato da responsabilidade enquanto pesquisador ao celebrar práticas subversivas como manifestações de apropriação discursiva; aponto o conflito e o hibridismo inerentes a este estudo (práticas próprias de dentro e de fora da escola; resistência e acomodação; português e inglês; usar e aprender uma língua); discuto como resistências e acomodações em práticas relacionadas à língua inglesa podem ser múltiplas e cambiantes em sala de aula, mesmo quando problematizadas por professores; trato de diferentes impactos que modalidades de resistência podem ter sobre práticas dominantes escolares; aponto prejuízos educacionais em potencial derivados de acomodações pouco questionadas a práticas escolares naturalizadas; ressalto a legitimidade dos ingleses produzidos por alunos e a contingência de performances em língua adicional à localidade de práticas sociais; retomo o conceito de inventividade, cunhado neste trabalho, e discuto sua relevância para pesquisas deste caráter; reitero o papel de Casas Seguras e Comunidades Imaginárias para a reinvenção da experiência escolar; reitero a necessidade de um olhar culturalmente sensível para manifestações subversivas, integrando-as legitimamente à prática escolar; vislumbro, por fim, o que essa postura docente de sensibilidade a práticas subversivas pode demandar e oferecer a professores e alunos de Inglês como língua adicional. / Practices and identity roles in traditional schooling are rigid, with little scope for alternative identity performances: in this school model, one can easily distinguish students' conducts between "good" and "bad" ones. However, students build hybrid and complex identities which often extrapolate these school practices, re-signifying them. They build alternative identities through the agency (FREIRE, 1970; JORDÃO, 2011a) of their performativities (BUTLER, 1990; PENNYCOOK, 2004) when they subvert practices through language (CANAGARAJAH, 1993; 1997; 1999; 2004; GARCEZ; SCHLATTER, 2012; PENNYCOOK, 2010). This resistance may be overt or covert, such as when it takes place in Safe Houses, in order to avoid sanctions from authorities (CANAGARAJAH, 1997), and may take place in different modalities, among them the re-appropriation of dominant, imperialistic and/or transnational cultural symbols (RABY, 2005). The investigation of this agency is conducted in this research through an ethnographic perspective. By these means, I intend to contribute to previous studies (CLEMENTE & HIGGINS, 2008; GARCEZ; SCHLATTER, 2012; LONGARAY, 2005; 2009; RAMPTON, 2006) concerning the agency in students in relation to additional languages. I investigate how students performatively resist and/or accommodate practices in English inside and outside the classroom, contemplating subversive identities through such manifestations. The research has been developed with three groups from Ensino Médio (high school) in a public school in Florianópolis/SC during one year (2011-2012), generating data in classroom observations, field notes, semi-structured interviews recorded in audio and corpus from the Internet. As I conclude, I approach the contingency of what makes school practices be deemed subversive; deal with the responsibility as a researcher of celebrating subversive practices as manifestations of discursive appropriation; point out the conflict and hybridism inherent in this study (practices pertaining to inside and outside the classroom; resistance and accommodation; Portuguese and English; use and learn a language); discuss how resistances and accommodations in practices related to English may be multiple and changing in the classroom, even when problematized by teachers; deal with the different impacts that modalities of resistance may have over dominant school practices; indicate potential educational drawbacks in poorly questioned accommodations to naturalized school practices; highlight the legitimacy of englishes produced by students; recall the concept of inventivity, coined in this work, and discuss its relevance to researches of this kind; reiterate the role of Safe Houses and imagined communities for the reinvention of the school experience; reiterate the need of a culturally sensitive eye to subversive manifestations in order for them to integrate school practices legitimately; I then inquire what such an attitude in the classroom of sensitivity to subversive practices may demand from students and teachers, as well as offer them, in the context of learning English as an additional language.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/99335
Date04 March 2013
CreatorsGadioli, Igor
ContributorsUniversidade Federal de Santa Catarina, Lucena, Maria Inez Probst
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Format220 p.| il., tabs.
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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