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Resiliência, enfrentamento e qualidade de vida na reabilitação de indivíduos com lesão medular

Tese (doutorado)-Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Programa de Pós-Graduação em Processos de Desenvolvimento Humano e Saúde, 2012. / Submitted by Patrícia Nunes da Silva (patricia@bce.unb.br) on 2012-04-23T20:17:56Z
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2012_RenataSantinoniVera.pdf: 2143310 bytes, checksum: d7d066f2ae7233281df854050253d058 (MD5) / Estudos mostram que pessoas mais resilientes apresentam estratégias de enfrentamento que reduzem o estresse, em condições adversas e, consequentemente, podem ter uma melhor percepção da qualidade de vida. O presente estudo teve como objetivo investigar resiliência, qualidade de vida e estratégias de enfrentamento em pessoas com lesão medular, com intuito de identificar recursos promotores de saúde que possam subsidiar práticas em reabilitação. É neste contexto que a pesquisa realizada torna-se relevante para profissionais que trabalham em reabilitação, pessoas com lesão medular e seus familiares. Participaram da investigação 52 indivíduos, com escolaridade equivalente ou superior ao ensino médio, média de 30 anos de idade (DP = 6,6), homens (n = 36; 69%) e mulheres (n = 16; 31%), com lesão medular traumática há, no mínimo, um ano (M = 4 anos; DP = 2,9), com diagnósticos de paraplegia (n = 31; 60%) e tetraplegia (n = 21; 40%), sendo que a etiologia de maior prevalência foi trauma veicular (n = 35; 67%). Características da lesão medular e medidas de independência funcional foram obtidas do prontuário médico dos participantes. Foi realizada entrevista semiestruturada e aplicados os seguintes instrumentos: Questionário Genérico de Qualidade de Vida (SF-36), Escala de Resiliência Wagnild e Young, Inventário de Resiliência (IR) e Escala Modos de Enfrentamento de Problemas (EMEP). Os dados da entrevista foram submetidos à análise de conteúdo temático e realizou-se estatística descritiva e inferencial dos dados quantitativos. Os resultados mostraram que focalização no problema (M = 3,96) foi a estratégia de enfrentamento mais utilizada, enquanto a focalização na emoção obteve a menor média (M = 1,92) de utilização. De acordo com a Escala de Resiliência, a maioria (92%) dos participantes foi avaliada mais resiliente. Todos os participantes, acentuadamente aqueles com maior tempo de lesão medular, apresentaram características de resiliência compatíveis com o fator satisfação no trabalho (IR), e 98,1% (n = 51) compatibilizaram-se com o fator sensibilidade emocional (IR). A análise de regressão indicou que inovação e tenacidade (IR) parecem prevalecer entre aqueles com paraplegia (p < 0,05). A qualidade de vida (SF-36) revelou-se mais comprometida nos domínios físicos: capacidade funcional (M = 33,3) e aspectos físicos (M = 51,4). O domínio de qualidade de vida capacidade funcional correlacionou-se (p < 0,01) positivamente com fatores de resiliência e saúde mental: Vitalidade (rho = 0,51), Escala de Resiliência (rho = 0,49), Saúde Mental (rho = 0,40), Tenacidade e Inovação (rho = 0,37), destacando-se a relevância da abordagem de aspectos psicossociais na reabilitação. As entrevistas indicaram as seguintes modalidades de enfrentamento promotoras de resiliência: acesso à informação, percepção positiva da capacidade de replanejar e conduzir a própria vida, habilidades sociais, independência e autoestima. Esses resultados revelaram alguns fatores individuais de proteção como essenciais à adaptação após a ocorrência de uma lesão medular. Práticas em reabilitação seriam aprimoradas através da adoção de condutas terapêuticas que pudessem favorecer o desenvolvimento desses recursos protetores. Sugere-se que pesquisas futuras investiguem resiliência, enfrentamento, qualidade de vida e nível de independência funcional também em pessoas com escolaridade mais baixa. Ressalta-se que a reabilitação de pessoas com lesão medular é potencialmente mais efetiva a partir de intervenções em equipes multiprofissionais, que incluam também aspectos biopsicossociais. _______________________________________________________________________________ ABSTRACT / Studies have shown that resilient individuals have coping abilities that reduce stress, derived from adverse circumstances, consequently have better perceptions of quality of life. Considering these aspects, the present study aims at exploring quality of life, resilience, and coping in spinal cord injury, with the purpose of subsidizing practice in rehabilitation with health promoting resources. It is precisely this setting that reinforces the relevance of the research to the benefit of rehabilitation professionals, spinal cord injured individuals and their families. Fifty two individuals, with high school or above educational level, aged between 19 and 45 years (M = 30 years, SD = 6.6), men (n = 36; 69%) and women (n = 16; 31%), participated in the research, having at least one year (M = 4 years, SD = 2.9) elapsed since the traumatic spinal cord injury, diagnosed with paraplegia (n=31; 60%) or tetraplegia (n = 21; 40%). Traffic accident was the most prevalent etiology (n=35. 67%). Injury characteristics and Functional Independence Measures (FIM) were taken from medical records. The assessment included the following instruments: a semi-structured interview, the Short-Form 36 Health Survey (SF-36), a Resilience Scale, a Resilience Inventory, and the Ways of Coping Checklist (WCC). With regard to the interviews, a content analysis was applied. The quantitative data was approached by descriptive and inferential statistical analysis. The most applied coping strategy was task-oriented (M = 3.96) and the least applied was emotional-oriented (M = 1.92). According to the Resilience Scale, 92% of the participants are mostly resilient. As indicated by the Resilience Inventory, all individuals were considered resilient for job satisfaction, and 51 subjects (98.1%) were considered resilient for emotional sensibility. According to the regression analysis, innovation and tenacity showed to prevail among paraplegic individuals (p < 0.05). Quality of life revealed larger impairments in both physical functioning (M = 33.3) and role physical (M = 51.4). The study showed that the physical functioning was directly correlated (p < 0.01) to factors in resilience and to the mental quality of life domain: vitality (rho = 0.51), Resilience Scale (rho = 0.49), mental health (rho = 0.40), tenacity and innovation (rho = 0.37). This result points to the relevance of approaching psychosocial aspects in rehabilitation. The interviews indicated coping strategies that help in promoting resilience, among which are: access to information, a positive perception of the ability to re-plan and have control over life, social abilities, independency, and self-esteem. All results indicate personal protecting factors which appear to be essential in adapting to a spinal cord injury. Professional practice in rehabilitation would gain from adopting therapeutic procedures which could buildup these protecting resources. Suggestions are made to encourage future research in resiliency, quality of life and functional independence with individuals with less formal education. These findings reinforce that practices in rehabilitation with SCI individuals are more effective when based on multi-professional teamwork and the consideration of biopsychosocial aspects.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unb.br:10482/10311
Date01 February 2012
CreatorsVera, Renata Santinoni
ContributorsAraújo, Tereza Cristina Cavalcanti Ferreira de
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UnB, instname:Universidade de Brasília, instacron:UNB
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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