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Histórias de aborto entre adolescentes de Teresina : práticas, percursos e rede de apoio

Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Faculdade de Ciências da Saúde,
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, 2012. / Submitted by Alaíde Gonçalves dos Santos (alaide@unb.br) on 2013-02-08T12:44:37Z
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2012_MariadasDoresSousaNunes.pdf: 306642 bytes, checksum: 238d7d52be38be9aecbd2487eac5e7b9 (MD5) / A gravidez na adolescência é geralmente não planejada, não desejada e, por isso,
tem grande possibilidade de ser interrompida voluntariamente. A estimativa do aborto clandestino nessa faixa etária é um desafio para regiões onde o aborto
voluntário é autorizado por lei somente em poucas situações, como ocorre no Brasil.
Este estudo teve como objetivo descrever o fenômeno do aborto clandestino entre
adolescentes, desde a descoberta da gravidez até a chegada ao hospital. Para isso,
foram caracterizados os métodos utilizados para abortar, os percursos tomados para
alcançar tais métodos e as redes de apoio envolvidas na prática abortiva. Trata-se
de estudo transversal e descritivo que entrevistou 30 adolescentes internadas para
curetagem uterina em dois hospitais públicos de Teresina, no período de 2 de junho
a 2 de novembro de 2011. O consentimento livre e esclarecido foi oral e as
entrevistas foram gravadas após a confirmação da indução do aborto. A maioria das adolescentes tinham entre 14 e 17 anos, eram solteiras, urbanas, moravam com os
pais, tinham baixa escolaridade e registravam idade gestacional de até 12 semanas. Os resultados revelaram que o Cytotec foi o método abortivo preferido pelas adolescentes: 29 (97%) delas usaram entre 3 e 6 comprimidos por via oral e/ou
vaginal, e procuraram os hospitais com sangramento vaginal e/ou cólicas intensas
seis horas após o uso do medicamento. Apenas uma jovem usou uma mistura de ervas abortivas. Elas compraram Cytotec sozinhas (43%, 13) ou tiveram ajuda de
amigo (6, 20%), namorado ou companheiro (20%, 6), em farmácias comuns. O
medicamento foi vendido pelo proprietário (45%, 13) ou balconista da farmácia
(55%, 16) que deu orientações quanto ao modo de uso. O apoio para as adolescentes irem ao hospital foi dado pela mãe (40%, 12), ou por amiga (30%, 9), ou tia (7%, 2), tendo 7 (23%) ido sozinhas. Houve 3 (10%) complicações graves, o que resultou em um período de internação de até 20 dias. _______________________________________________________________________________________ ABSTRACT / Teenage pregnancy is generally unplanned or unwanted, and therefore has a greater
possibility to be terminated voluntarily. The estimate of clandestine abortions in this age group is a challenge for regions where voluntary abortion is allowed by law in only a few circumstances, as it happens in Brazil. This study aimed to describe the
phenomenon of clandestine abortion among adolescents, from the discovery of
pregnancy to the arrival at the hospital. To do this, this study described the methods
of abortion, the routes taken to reach such methods and the support networks involved in the practice of abortion. This descriptive and cross-sectional study interviewed 30 adolescents that had been hospitalized for uterine curettage in two public hospitals of Teresina, during the period of June 2nd through November 2nd, 2011. Informed consent was given orally and the interviews were recorded after the confirmation of the induced abortion. The majority of the adolescents were between 14 and 17 years old, single, lived with their parents in urban areas, had little schooling and carried gestational fetuses up to 12 weeks. The results revealed that 29 (97%) of them used between 3 and 6 tablets of Cytotec orally and/or vaginally. Only one adolescent used abortifacient herbs. All of them sought hospital care due to severe cramping, vaginal bleeding or both six hours after the use of Cytotec. They bought Cytotec either alone (43%, 13) or with the help from a friend (20%, 6), boyfriend or partner (20%, 6). Cytotec was sold to them in ordinary pharmacies by the owner (45%, 13) or clerk (55%, 55), who provided instructions of use. The support to go to the hospital was given by the adolescents’ mothers (40%, 12), girl friends (30%, 9), or aunts (7%, 2), and 7 (23%) of them went alone. Three (10%) adolescents developed serious post abortion complications, which resulted in a
period of hospitalization up to 20 days.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unb.br:10482/12065
Date30 October 2012
CreatorsNunes, Maria das Dores Sousa
ContributorsMadeiro, Alberto, Diniz, Debora
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UnB, instname:Universidade de Brasília, instacron:UNB
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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