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Evolução estrutural e petrogenetica do Domo granodioritico de Ambrosio, Bahia : implicações para o mecanismo de colocação

Orientador: Elson Paiva de Oliveira / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Geociencias / Made available in DSpace on 2018-07-27T03:48:22Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2000 / Resumo: O Domo de Ambrósio corresponde a um corpo elíptico com 40 Km de comprimento na direção N-S e largura variável que pode atingir até 8 Km. Este pluton encontra-se encaixado na seqüência vulcano-sedimentar paleoprotorezóica do Greenstone Belt do Rio ltapicuru. Trabalhos de mapeamento litoestrutural no domo permitiu a identificação de três suites ígneas. i) ortognaisses com composição granodiorítica a tonalítica; ii) granodioritos equigranulares médio a rmo e porfiríticos e monzogranito e iii) diques graníticos, pegmatíticos e aplíticos e veios de quartzo. Além destes litotipos o domo é caracterizado pela presença de afloramentos contínuos de gnaisse migmatítico e de granitóides indiferenciados que são representados por granitos, granodioritos e migmatitos. Esses litotipos mostram relações de campo complexas que podem ser demonstradas por contatos gradacionais a bruscos. Além disso foram identificados dois eventos de deformação resultantes de um esforço compressivo NW-SE. O primeiro evento (En) caracterizado como de empurrão, gerou lineações do tipo down-dip, principalmente identificadas na margem ocidental do pluton e em suas rochas encaixantes. O segundo evento (En + 1), caracterizado por uma tectônica transcorrente sinistral mascara quase inteiramente o evento anterior. Neste evento foram identificadas três fases de deformação progressivas: i) a primeira foi responsável pela nucleação de elementos planares gerados em estado sólido e magmático que possuem orientação Norte-Sul e mergulhos fortes a moderados, além de lineações suborizontais; ii) a segunda foi responsável pela colocação de diques graníticos e pegmatíticos e iii) a última nucleou dobras com superficies axiais verticais e eixos suborizontais paralelos à direção da lineação mineral e ou de estiramento.O caráter sin-tectônico do pluton ao evento de deformação En + I é marcado por: i) desenvolvimento de tramas miloníticas (Sm + I) nas bordas concordantes com o acamamento magmático na porção central (Smg + I); ii) paralelismo entre as lineações de estiramento de quartzo, com as lineações minerais ígneas nas porções centrais; iii) concordância entre estruturas do tipo se nas bordas do domo defmidas por ribbons de quartzo e palhetas de biotita paralelas às defmidas por biotitas primárias em regiões centrais; iv) tramas oblíquas em acamamento schlieren concordantes com as tramas em estados sólido em diques pegmatíticos; v) idade de cristalização do pluton (2080 Ma U/Pb em zirção e xenotimio) concordante com a idade de metamorfismo regional (2080 Ar-Ar em hornblenda) vi) desenvolvimento de microtexturas em estado magmático que gradam para submagmático e para deformação em estado sólido em alta temperatura; a microtextura em estado magmático é caracterizada pelo acamamento de minerais primários, com forma euédrica e que exibem pouca evidência de deformação plástica vii) segregação magmática representada por leucossomas (ou acamamento sch/ieren) paralelo à trama planar em estado sólido de alta temperatura; viii) reftação da foliação em estado sólido de gnaisse hospedeiro em relação à do dique (estado magmático) e ix) apófises de diques que apresentam trama magmática concordante com a de estado sólido no gnaisse hospedeiro.Ressalta-se que estudos microtexturais no domo associados com os de petrotrama em eixo-c em quartzo permitiram estabelecer um limite de temperatura para nucleação das estruturas entre 650 e 750°C.
Geocronologia UlPb (em zircões e xenotimio) pennitiram definir uma idade mínima de cristalização de 2080Ma para o domo. Além disto a presença de zircões herdados indicam a participação do embasamento na gênese do pluton. Por outro lado, os dados isotópicos de Nd mostram idades modelos entre 3059 e 2586Ma e valores de I>Nd(20BO) negativos entre -10,67 e -4,35 indicando contribuição da crosta mais antiga na gênese das rochas igneas do domo. A presença de gnaisses migmatiticos no domo com idades TDM de 3059 Ma corroboram esta suposição. O envolvimento de fontes juvenis e crustais na geração do Domo de Ambrósio pode ser deduzido de diagramas de classificação geotectônica baseado na distribuição de elementos traços. Nestes, as amostras do domo distribuem-se no campo de granitóides sin-colisionais (Syn-COLG) e de arcos (V AG) herdando a assinatura geoquímica de seus protólitos. Os dados geoquimicos pennitem também classificar o domo como granitóide do tipo I, cálcio-alcalino com tendência peraluminosas a metaluminosas. Outras caracteristicas do pluton são: i) a falta de xenólitos das rochas supracrustais encaixantes, ii) ausência de lineação de alto ângulo associada com ascensão diapirica e iii) presença de diques, leucossomas em migmatitos e acamamento sch/ieren que mostram que parte da fusão pode ter migrado em direção paralela ao acamamento. Estas característica reforçam que a propagação do magma na forma de diques pode ter sido um mecanismo eficiente no transporte de material. Além disso, considerando: i) que as lineações do tipo down-dip, associadas com o evento En, encontram-se impressas em fácies mais antiga do pluton; ii) que existe um paralelismo entre os elementos planares e lineares no domo e rochas encaixantes, gerados no evento En+ 1; iii) o desenvolvimento de zonas de cisalhamento nas bordas oeste e leste do domo e iv) a propagação lateral do magma, representada por leucossomas estromatiticos e acamamento sch/ieren; foi proposto um modelo de colocação para o Domo de Ambrósio envolvendo um escape tectônico lateral de direção norte sul, gerado durante a mudança da tectônica do tipo oblíqua para transcorrente. Ressalta-se que a tectônica obliqua poderia ter promovido o espessamento crustal e o inicio de refusão por parte do embasamento envolvido e que a transcorrência geraria o espaço e controlaria a movimentação para a instalação do pluton / Abstract: The Ambrosio Dome is a 40 km long, up to 8 km thick eliptic body emplaced into volcanic-sedimentary rocks of the Palaeoproterozoic Rio ltapicuru greenstone belt. Geologic mapping of the dome allowed us to distinguish three maio igneous suite, namely (i) granodioritic to tonalitic orthogneisses, (ii) monzogranite and porphyritic to equigranular granodiorites, and (iii) granitic-, pegmatitic and aplitic dykes, and quartz veins. In addition to these rock units, the dome comprises large domains of migmatic gneisses, migmatites and undifferentiated granites to granodiorites, with complex field relationships. The region underwent two events of deformation ofNW-SE direction. The first (En) is a low-angle thrust which is marked by down-dip strechting lineations on the westem border of the dome and its country-rocks. The second one (En+ 1) is a left-sense transcurrent tectonics that wipe out most of the early structure. This event comprises three progressive deformation phases with the following characteristics: (i) the fIrst was responsible for the development of N-S oriented, high- to moderate dipping, solid-state and magmatic planar structures, as well as subhorizontal mineral lineations; (ii) the second is marked by the intrusion of granitic and pegmatitic dykes, (iii) whereas the third is illustrated by folds with subhorizontal axis paralleling the strechting and (or) minerallineations. The Ambrosio dome was emplaced syn-tectonically during the second deformation event (En+ 1) as evidenced by (i) widespread mylonitic foliation and strechting minerallineations at the dome edges parallel both magmatic layering and mineral lineations on the dome centre, (ii) s-c relationships of biotite and quartz ribbons observed on the dome margin are identical to those in magmatic biotite of the dome central portion, (iii) oblique fabric of schlieren layering are concordant with solid-state fabrics of pegmatititc dykes, (iv) the emplacement age (2,080 Ma, U-Pb on xenotime) of granitic rocks of the dome is consistent with the metamorphic age (2,080 Ma, Ar-Ar on homblende) of host-rock amphibolite, (v) changes of magmatic textures into subsolidus ones ate high-temperature, (vi) magmatic segregation (leucossome or schlieren layering) parallel to solid-state foliations, (vii) foliation refraction from host-gneiss into granite dyke, and (viii) and dyke off-shoots with magmatic fabric paralleling solid-state structures of the host gneiss. Furthermore, petrofabric studies of quartz c-axis on several rocks of the Ambrosio dome yielded a temperature range of 650-750 De for planar structures nucleation. The crystalization age of rocks from the Ambrosio dome (2,080 Ma) coupled with inherited zircons (up to 3,160 Ma), Nd model ages between 3,059-2,586 Ma and negative epsilon Nd values (-10.67-4.35) indicate a significant contribution of older, basement rocks in the genesis of the dome. Wbole-rock major and trace element geochemistry reflects a syn-collisional to volcanic are signature, which is interpreted as inherited mostly from the basement protoliths. The presence of dykes, migmatite leucossomes and schlieren layering paralleling the major N-S axis of the dome, as well as the existence of left-Iateral shear zones on both eastem and westem margins of it, and the lack of high-angle lineations usually associated with diapyric ascent of magmas, strongly support a model of dome formation during the escape tectonics that followed a regional shortening from NW to SE / Doutorado / Metalogenese / Doutor em Geociências

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unicamp.br:REPOSIP/287286
Date21 November 2000
CreatorsLacerda, Carla Maria Mendes
ContributorsUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, Oliveira, Elson Paiva de, 1947-, Janasi, Valdecir, Hackspacher, Peter C., Xavier, Roberto Perez
Publisher[s.n.], Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Geociências
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Format185p. : il., application/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da Unicamp, instname:Universidade Estadual de Campinas, instacron:UNICAMP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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