Return to search

Gênero e desenvolvimento: trajetórias de quatro gerações de mulheres do sertão da Paraíba

Submitted by (lucia.rodrigues@ufrpe.br) on 2016-12-07T14:33:17Z
No. of bitstreams: 1
Maria do Carmo Soares d Oliveira.pdf: 2198691 bytes, checksum: 3293f80f5c53b1e3889172f86c8597c8 (MD5) / Made available in DSpace on 2016-12-07T14:33:17Z (GMT). No. of bitstreams: 1
Maria do Carmo Soares d Oliveira.pdf: 2198691 bytes, checksum: 3293f80f5c53b1e3889172f86c8597c8 (MD5)
Previous issue date: 2011-12-07 / This dissertation focuses on rural development in a gender perspective, examining changes in Cariri, a semiarid area in the sertão of Paraiba state, considering changes that took place in life trajectory of four generation of women, of a peasant family.. In our study, conducted from 2009 to 2011, we discuss how rural women and their families in the last nine decades, benefited by public policies implemented in Cariri were affected by access to these policies in the spheres of education, health, access to land, water, services of technical assistance and rural extension. The chosen methodology is based on the concepts of Ecléa Bosi (2009), Barros (200 -) and Gaulejac (2006) concerning to history and trajectory of life. The qualitative method allowed us to research the experiences of rural women in three delimited periods of their lives: the "time at the sítio," the "time at the allotment" and "present time". Our theoretical framework highlights the categories: rural development, feminism and gender, rural extension, public policy and life trajectories. To reflect on the rural world and the peasantry, introduce the concepts of Nazareth Wanderley (2009), Veiga (2002), Sabourin (2009) and Abramovay (2003); in development category, besides the mentioned authors, we stress mantega (1984), Amartya Sen (2007), Araujo (2000) and Furtado (2009). The reflection on rural extension is anchored in Callou (2006), and in public policy marks we refer to Burstyn (2008) and Mendonça (2010). We bring the debate about feminism and gender through conception of Avila (2007) and Siliprandi (2009). To analyze the specificities of gender in rural context, we work primarily with Paulilo Agnes (2004), Melo and Di Sabato (2009). Making the link between feminism and development, we rely on the questions of Nancy Fraser (2009). In our theoretical approach we discuss the concept of development adopted in Brazil since the 1930s, which established industrialization and urbanization as the significance of modernization. We also reflect on the effects of this choice to rural space and its people, treading a path of the development policies until the present, when the demands go to the agenda of a sustainable development and the questionings on the state's role, especially with recent process of democratization experienced in the country. Feminist and gender studies are fundamental to understanding the power relations established in society, which are products and producers of inequities by belongings of gender, race and class. We observed in this study that, in the rural world, women play the role of "agent" in everyday life of production and reproduction. However, the political history of Brazil's development, giving priority to urban-industrial model, did not consider the inclusion of the needs and singularities of the rural population. Indeed, were produced abysmal inequalities between rural and urban world, women and men, whites, blacks and Indians. / A presente dissertação focaliza o desenvolvimento rural na perspectiva de gênero, analisando mudanças ocorridas no Cariri, na zona semiárida no Sertão da Paraíba, considerando as transformações inscritas nas trajetórias de vida de quatro gerações de mulheres, de uma família camponesa. Em nosso estudo, realizado no período de 2009 a 2011, discutimos como as mulheres rurais, nas últimas nove décadas, foram beneficiadas pelas políticas públicas implementadas no Cariri; e de que forma as suas trajetórias de vida e de suas famílias foram afetadas pelo acesso a essas políticas, nas esferas da educação, da saúde, no acesso à terra, à água, aos serviços de Assistência Técnica e de Extensão Rural. A metodologia escolhida tem como base os conceitos de Ecléa Bosi (2009), Barros [200-] e Gaulejac (2006) referentes a historia e trajetória de vida. O método qualitativo nos permitiu pesquisar as experiências de mulheres rurais em três demarcados períodos de suas vidas: o “tempo do sítio”, o “tempo do lote” e o “tempo atual”. Nosso referencial teórico destaca as categorias: desenvolvimento rural, feminismo e gênero, extensão rural, políticas públicas e trajetórias de vida. Para refletir sobre o mundo rural e o campesinato, apresentamos os conceitos de Nazareth Wanderley (2009), Veiga (2002), Sabourin (2009) e Abramovay (2003). Na categoria desenvolvimento, além desses autores, citamos Mantega (1984), Amartya Sen (2007), Araújo (2000) e Furtado (2009). A reflexão acerca da Extensão Rural é ancorada em Callou (2006) e no marco das políticas públicas nos remetemos a Burstyn (2008) e Mendonça (2010). Trazemos o debate sobre o feminismo e gênero por meio das concepções de Ávila (2007) e Siliprandi (2009). Para analisar as especificidades de gênero em contextos rurais, trabalhamos principalmente com Inês Paulilo (2004), Melo e Di Sabato (2009). Fazendo os elos entre feminismo e desenvolvimento, apoiamo-nos nas indagações de Nancy Fraser (2009), destacando a articulação entre as dimensões micro, meso e macro do funcionamento social. Em nosso arcabouço teórico discutimos a concepção de desenvolvimento adotada pelo Brasil a partir dos anos de 1930, que estabeleceu a industrialização e a urbanização como significados de modernização. Também refletimos sobre os efeitos dessa escolha para o espaço rural e para a sua população, trilhando o percurso das políticas de desenvolvimento adotadas pelo governo, até a atualidade, quando entra em pauta a exigência da sustentabilidade do desenvolvimento e se questiona o papel do Estado, sobretudo, com o recente processo de redemocratização vivenciado no país. Os estudos feministas, e de gênero, fundamentam a compreensão das relações de poder estabelecidas na sociedade, que são produto e produtoras de desigualdades por pertencimento de gênero, de raça e de classe. Pudemos constatar nesta pesquisa que no mundo rural as mulheres exercem a função de “agente” no cotidiano da produção e da reprodução. Entretanto, o histórico político do desenvolvimento brasileiro, priorizando o modelo urbano-industrial, não inseriu em sua agenda a inserção das necessidades e singularidades da população rural. Com efeito, produziram-se abissais desigualdades entre o rural e o urbano, mulheres e homens, brancos, negros e indígenas, entre outros em nossa sociedade.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:tede2:tede2/6098
Date07 December 2011
CreatorsD'OLIVEIRA, Maria do Carmo Soares
ContributorsCALLOU, Ângelo Brás Fernandes, WANDERLEY, Maria de Nazareth Baudel, ALVES, Maria de Fátima Paes, PIRES, Maria Luíza Lins e Silva
PublisherUniversidade Federal Rural de Pernambuco, Programa de Pós-Graduação em Extensão Rural e Desenvolvimento Local, UFRPE, Brasil, Departamento de Educação
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRPE, instname:Universidade Federal Rural de Pernambuco, instacron:UFRPE
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess
Relation3892381081964819399, 600, 600, 600, 7124334461228751377, -4377939801326340244

Page generated in 0.0028 seconds