Return to search

Aspectos da ecologia de potenciais vetores de leishmanioses (diptera: psychodidae: phlebotominae) na Ilha Grande, Angra dos Reis, Rio de Janeiro

Submitted by Anderson Silva (avargas@icict.fiocruz.br) on 2013-02-21T18:56:04Z
No. of bitstreams: 1
Bruno Carvalho - Dissertacao - Flebotomineos Ilha Grande.pdf: 31960935 bytes, checksum: 7d2a61ddef236c6040a511427f1344a5 (MD5) / Made available in DSpace on 2013-02-21T18:56:04Z (GMT). No. of bitstreams: 1
Bruno Carvalho - Dissertacao - Flebotomineos Ilha Grande.pdf: 31960935 bytes, checksum: 7d2a61ddef236c6040a511427f1344a5 (MD5)
Previous issue date: 2011 / Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Biologia, Laboratório de Vertebrados, RJ, Brasil / Evidências sugerem que a ecoepidemiologia das leishmanioses vem sendo impactada por
alterações ambientais, causadas pelo homem ou por eventos naturais. Neste processo, algumas
espécies de flebotomíneos, vetores das leishmanioses, já foram reportadas em ambientes
modificados. A Ilha Grande apresenta casos esporádicos de Leishmaniose Tegumentar
Americana (LTA) desde a ocorrência do primeiro surto, em 1975, bem como um caso
autóctone de Leishmaniose Visceral Americana (LVA). A ilha apresenta características
ambientais interessantes para estudos ecológicos que busquem entender como espécies de
flebotomíneos, vivendo em condições naturais, podem se adaptar a ambientes que sofreram
alterações de origem antrópica, principalmente causados pelo aumento das atividades
relacionadas ao turismo. O presente trabalho pretendeu explorar aspectos ecológicos da fauna
de flebotomíneos da Ilha Grande, área de Mata Atlântica pertencente ao município de Angra
dos Reis, no litoral sul do estado do Rio de Janeiro. Foram realizadas capturas mensais
utilizando armadilhas luminosas em três Estações de Monitoramento (EM) com diferentes
características ambientais: Vila do Abraão, Enseada das Estrelas e Praia Vermelha. Após 13
meses de monitoramento, 931 flebotomíneos foram capturados, pertencentes a 17 espécies.
Cinco espécies foram descritas pela primeira vez na Ilha Grande: Lutzomyia microps, L.
termitophila, L. firmatoi, L. rupicola e L. ayrozai. Destacaram-se como vetores de
leishmanioses: L. intermedia, L. migonei, L. flaviscutellata e L. longipalpis. A Vila do
Abraão, EM com ambiente mais modificado por ações de origem antrópica, apresentou
valores de riqueza e diversidade de espécies menores, quando em comparação à Enseada das
Estrelas, EM cujo ambiente sofreu menos impacto. Porém, espécies de vetores foram
capturadas em todas as EMs. A Praia Vermelha, mais de 30 anos após o surto de LTA, não
sofreu grandes mudanças em seu ambiente, e mesmo após a ocorrência de recentes desastres
naturais, continua apresentando altos valores de abundância relativa dos vetores L. intermedia
e L. migonei. Dentre os vetores, foram capturadas no intradomicílio as espécies L. intermedia,
L. migonei e L. longipalpis. Não foi observada correlação estatisticamente significativa entre a
frequência de vetores e dados climáticos (temperatura e umidade relativa do ar). L. intermedia
e L. migonei foram mais frequentes em peridomicílios com criação de animais (galinhas, cães
e gatos), árvores frutíferas (principalmente bananeiras) e mata secundária. As evidências
sugerem L. intermedia como principal vetor de LTA na Ilha Grande. O achado de fêmeas de
L. migonei naturalmente infectadas por Leishmania (Viannia) sp. e sua presença no
peridomicílio associada a galinheiros sugere sua participação na transmissão local de LTA.
Após o registro do primeiro caso de Leishmaniose Tegumentar Anérgica Difusa no estado do
Rio de Janeiro, a ocorrência de L. flaviscutellata na Vila do Abraão merece destaque. O
registro de L. longipalpis na localidade de ocorrência do único caso humano de LVA permitiu
o fechamento do caso, em aberto no Sistema de Informação de Agravos de Notificação do
Ministério da Saúde desde 2005. / Evidences from previous works suggest that the ecoepidemiology of leishmaniases is highly
susceptible to environmental changes, due to either human intervention or natural phenomena.
Some species of phlebotomine sand flies, vectors of these diseases, have been reported on
modified environments. Ilha Grande records sporadic cases of American Cutaneous
Leishmaniasis (ACL) since the first outbreak, occurred in 1975, as well as one autochthonous
case of American Visceral Leishmaniasis (AVL). The island has interesting environmental
features that allow ecological studies to investigate how its sand fly fauna adapts to different
environmental conditions, including areas impacted by tourism activities. The present work
intends to study the sand fly fauna of Ilha Grande, an Atlantic Rainforest area of Angra dos
Reis, south coast of Rio de Janeiro State. Monthly captures were conducted with light traps on
three Monitoring Stations (MS): Vila do Abraão, Enseada das Estrelas and Praia Vermelha.
After 13 months of monitoring, 931 sand flies from 17 species were collected. Five species
were registered for the first time on Ilha Grande: Lutzomyia microps, L. termitophila, L.
firmatoi, L. rupicola and L. ayrozai. The following vector species were found: L. intermedia,
L. migonei, L. flaviscutellata and L. longipalpis. Vila do Abraão, the MS with most
anthropogenic environmental changes, had lower values of species richness and diversity
when compared to Enseada das Estrelas, MS with less environmental changes. Vector species
were found on every MS. More than 30 years after the ACL outbreak on Praia Vermelha, the
area remains without great environmental changes, and even after the occurrence of natural
disasters, high values of relative abundance are still recorded for the vector species L.
intermedia and L. migonei. Among the vector species, L. intermedia, L. migonei and L.
longipalpis were collected inside houses. No statistically significant correlation was found
between vector frequency and climatic data of temperature and relative air humidity. L.
intermedia and L. migonei showed higher frequencies on peridomiciliary areas with animals
(chickens, dogs and cats), fruit trees (mainly banana trees) and secondary forest. Evidences
suggest L. intermedia as the main ACL vector on Ilha Grande. Considered secondary vector
for ACL on Rio de Janeiro State, L. migonei was captured on sylvatic area, although the
species showed evidences of association with chickens, which contributes to its
approximation to the peridomicile. The same species was found naturally infected with
Leishmania (Viannia) sp., which suggests its role on the local ACL transmission cycle. After
the first record of Anergic Diffuse Cutaneous Leishmaniasis on Rio de Janeiro State, the
occurrence of L. flaviscutellata on Vila do Abraão must be highlighted. The first encounter of
L. longipalpis on Enseada das Estrelas, locality of the single recorded human case of Visceral
Leishmaniasis from Ilha Grande, allowed the closure of the case that was open on SINAN
(Information System of Disease Notification of the Health Ministry) since 2005.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.arca.fiocruz.br:icict/6324
Date January 2011
CreatorsCarvalho, Bruno Moreira de
ContributorsBrazil, Reginaldo Peçanha, Gomes, Almério de Castro, Rocha, Nildimar Honório, Gomes, Suzete Araujo Oliveira, Guimarães, Anthony Érico, Rangel, Elizabeth Ferreira
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ, instname:Fundação Oswaldo Cruz, instacron:FIOCRUZ
RightsBruno Moreira de Carvalho, info:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0026 seconds