Universidade de Fortaleza / A alimentação fora do domicílio tem aumentado em muitos países, inclusive no Brasil, e esse hábito tem sido associado com o aumento da obesidade em países desenvolvidos. O objetivo desse trabalho é caracterizar a alimentação fora do domicílio na população brasileira e avaliar sua associação com a obesidade.
Utilizou-se os dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2002-2003 realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Foram incluídos na análise todos os indivíduos acima de 10 anos (N=146.525). Estimou-se as frequências de consumo de alimentos fora do domicílio segundo idade, gênero, nível de escolaridade, renda mensal familiar per capita, situação do domicílio (urbana/rural) e localização do domicílio (município da capital do estado ou outro). O consumo de alimentos fora do domicílio foi definido como a aquisição de, pelo menos, um tipo de alimento para consumo fora de casa no período de sete dias.
Foram também estimadas as frequências do consumo de nove grupos de alimentos (bebidas alcoólicas, refrigerantes, biscoitos, frutas, doces, leite e derivados, refeições, fast foods e salgadinhos), segundo idade, gênero, renda mensal familiar
per capita e situação do domicílio. Uma segunda análise avaliou a associação entre consumo fora de casa e obrepeso/obesidade dos indivíduos entre 25 e 65 anos de idade residentes em domicílios situados na área urbana (N=56.178). A prevalência
de consumo fora do domicílio foi de 35%, sendo maior para os adultos jovens, do gênero masculino, com maior nível de escolaridade e de renda mensal familiar per capita, residentes em domicílios situados na área urbana e no município da capital.
O grupo dos refrigerantes entre os demais itens alimentares foi o que apresentou maior frequência de consumo fora de casa no Brasil. O consumo de alimentos fora de casa foi positivamente associado com sobrepeso e obesidade somente em homens. O consumo de refeições e de refrigerantes fora do domicílio apresentou maior associação com sobrepeso e obesidade entre os homens, no entanto apresentou associação negativa entre as mulheres. Os gastos com refeições consumidas fora do domicílio foram em média quase três vezes maiores do que os
gastos com o consumo de fast-foods. Em conclusão, a idade, o gênero, a escolaridade, a renda e o local de moradia influenciam o consumo de alimentos fora do domicílio, fatores a serem incorporados nas políticas públicas de alimentação saudável. Particularmente os homens parecem fazer escolhas alimentares menos saudáveis quando se alimentam fora do domicílio. / Out-of-home eating has increased in many countries, including Brazil, and this habit has been associated with the increase of obesity in developed countries. The aim of this study is to characterize the out-of-home eating in the Brazilian population
and to assess its association with obesity. We used data from the 2002-2003 Household Budget Survey (HBS), carried out by The Brazilian Census Bureau. All individuals over 10 years old (N = 146,525) were included in the analysis. The frequency of out-of-home eating was estimated according to age, gender,
educational level, per-capita household income, and household area location urban/rural and state capital city/other). Out-of-home eating was defined as the purchase of, at least, one type of food for consumption away from home in a 7-day
period. The frequency of consumption of nine food groups (alcoholic beverages, soft drinks, cookies, fruits, sweets, dairy products, sit-down meals, fast foods and deepfried snacks) was also estimated according to age, gender, per-capita household
income and household area location. A secondary analysis evaluated the association between out-of-home eating and overweight/obesity among individuals between 25 and 65 years old, living in urban area of Brazil (N = 56,178). The prevalence of outof-home consumption was 35%, being higher among young adults, male, those with the highest educational level, highest per-capita household income, living in urban areas, and in the capital city of the state. Soft drinks group, compared to the other food items, presented the highest frequency of out-of-home consumption in Brazil. Out-of-home consumption was positively associated with overweight and obesity only
among men. The consumption of soft drinks and sit-down meals away from home showed the greatest association with overweight and obesity among men, however it showed a negative association among women. The expenditures on sit- down meals were, in average, almost three times as high as the expenditures on fast foods. In conclusion, age, gender, schooling, income and household location influenced the out-of-home consumption. These factors should be incorporated in public policies for healthy eating. Particularly, men seem to make less healthy food choices when they
eat out of home.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/urn:repox.ist.utl.pt:BDTD_UERJ:oai:www.bdtd.uerj.br:2319 |
Date | 06 March 2009 |
Creators | Ilana Nogueira Bezerra |
Contributors | Rosely Sichieri, Michael Eduardo Reichenheim, Gulnar Azevedo e Silva Mendonça, Edna Massae Yokoo |
Publisher | Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, UERJ, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ, instname:Universidade do Estado do Rio de Janeiro, instacron:UERJ |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
Page generated in 0.0029 seconds