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As metamorfoses em Poranduba amazonense / Metamorphoses in Poranduba amazonense

Sá (2012, p. 23) considera que na cultura amazônica o mundo não foi criado de uma só vez, mas sim a partir de gêneses múltiplas, sonhos e contínuas metamorfoses. Este trabalho propõe um estudo das metamorfoses presentes em Poranduba amazonense (1890), de Barbosa Rodrigues, em que o autor coleta, transcreve e traduz relatos da literatura oral da Amazônia do século XIX. Discute-se incialmente algumas acepções do conceito de literatura para a defesa do estudo sobre literatura oral, da qual as porandubas fazem parte. São explorados também o uso de termos como mito, lenda e conto articulando as definições nem sempre consonantes de Câmara Cascudo (2006), Jolles (1972) e outros. A apresentação da Morfologia dos contos indígenas norte-americanos de Alan Dundes (1996), desenvolvida a partir dos trabalhos de Vladmir Propp e Keneth Pike, faz-se útil na medida em que será utilizada também como nosso aparato metodológico no estudo dos processos metamórficos em dezenove narrativas. O modelo de Dundes aplicado às narrativas estudadas mostra-se eficaz ao evidenciar que elas não são desprovidas de estrutura e organização. Contudo, argumenta-se que, para analisar as metamorfoses do nosso corpus, é proveitoso fazer uso da função F proppiana. Questionamos se, ao adaptar a morfologia de Propp, Dundes não a teria reduzido em demasia por supor os textos indígenas menos complexos. / Sá (2012, p. 23) considers that in the Amazon culture the world was not created all at once, but rather \"from multiple genesis, dreams and continuous metamorphosis\". This masters thesis proposes a study of metamorphoses present in Poranduba amazonense (1890), by Barbosa Rodrigues, in which the author collects, transcribes and translates reports of oral literature from the nineteenth-century Amazon. Initially, it discusses a few meanings of literature concept in defense of the study into oral literature, which porandubas belong to. Also is explored the use of terms such as myth, legend and folktale linking the definitions - not always consonants - of Cascudo (2006), Jolles (1972) and others. The presentation of \"The Morphology of North American Indian Folktales\", by Alan Dundes (1996), developed from the work of Vladimir Propp and Kenneth Pike, it is useful insofar as it will also be applied as methodological apparatus in the study of metamorphic processes in nineteen narratives. The Dundes model employed to the studied narratives proves itself effective by showing that they are not devoid of structure and organization. However, it is argued that, to analyze the metamorphoses of our corpus, is beneficial to make use of the Propps function F. Wonder whether, by adapting the morphology of Propp, Dundes would not have diminished it excessively for assuming the less complex indigenous texts.

Identiferoai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-10052016-141601
Date26 February 2016
CreatorsLacerda, Gabriela Ismerim
ContributorsNavarro, Eduardo de Almeida
PublisherBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Source SetsUniversidade de São Paulo
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
TypeDissertação de Mestrado
Formatapplication/pdf
RightsLiberar o conteúdo para acesso público.

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