[pt] A Tese intitulada Felicidade e Teologia: traços para uma reconciliação busca fundamentar o diálogo entre o desejo de felicidade que atravessa o coração humano e a reflexão teológica. Para isto, a partir do advento da modernidade, delimita a construção e a influência do conceito de felicidade na sociedade, verificando suas possíveis implicações na vida do indivíduo contemporâneo e a consequente ruptura com o discurso religioso. Ao analisar a relação constituída entre o cristianismo e o anseio de felicidade, a pesquisa discorre sobre o influxo de uma determinada compreensão antropológica que, fundamentada por uma ótica negativa, determina certo distanciamento do discurso teológico acerca da possibilidade de uma vida feliz e incide na manutenção de uma constante desconfiança diante da realidade humana. No interior deste discurso torna-se perceptível a presença de uma leitura deturpada do pecado original e condicionada por um subterrâneo – e perigoso – dualismo. Para superar este cenário de desconfiança e sedimentar os traços que possibilitem a reconciliação entre a possibilidade de ser feliz e a reflexão teológica, a tese reflete sobre o anúncio do Reino de Deus realizado por Jesus de Nazaré e suas consequências para o pensamento teológico e, por conseguinte, para as relações humanas. Assim, a pesquisa procura demonstrar que o ser humano, constantemente situado sob a égide do infinito, descobre sua felicidade ao assumir os riscos que brotam de uma existência relacional, solidária e fecunda. / [en] The dissertation entitled Happiness and Theology: traces for reconciliation seeks to justify the dialogue between theology and the desire for happiness that pierces human hearts. To do so, the research delimits, from the advent of modernity, the construction and influence of the concept of happiness in our society, verifying its possible implications in the life of the contemporary individual and the consequent rupture with religious discourse. Analyzing the relationship established between Christianity and the desire for happiness, the research discusses the influence of a certain anthropological understanding that, based on a negative perspective, determines a certain distance from the theological discourse about the possibility of a happy life and focuses on the maintenance of constant mistrust in the face of human reality. Within this discourse, the presence of an original sin interpretation that is distorted and conditioned by an underground - and dangerous - dualism becomes perceptible. To overcome this scenario of mistrust and to consolidate the traits that enable the reconciliation between the possibility of being happy and theological reflection, the dissertation reflects on the announcement of the Kingdom of God carried out by Jesus of Nazareth and its consequences for theological thought and, therefore, for human relations. Thus, the research seeks to demonstrate that the human being, constantly situated under the aegis of the infinite, discovers his/her happiness by taking the risks that arise from a relational, solidary, and fruitful existence.