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[en] DEMILITARIZING THE POLICE IN TRANSITIONAL JUSTICE: DISARTICULATING OLD GEARS / [pt] DESMILITARIZAÇÃO DA POLÍCIA NO CONTEXTO DA JUSTIÇA DE TRANSIÇÃO: DESARTICULANDO VELHAS ENGRENAGENSNATALIA BALDESSAR MENEZES 07 June 2016 (has links)
[pt] O presente trabalho tem por objetivo defender a necessidade de reforma
institucional da polícia brasileira como mecanismo essencial de justiça de
transição e se afina com a fase moderna do projeto transicional que procura
alinhar os mecanismos transicionais às necessidades das sociedades a que se
destinam a fim de promover paz positiva, reconciliar, reduzir identidades sociais
antagônicas, reconhecendo os efeitos materiais dos conflitos para buscar a
exequibilidade do perdão. Partiremos do necessário reconhecimento do alto grau
de militarização da sociedade brasileira promovido pelo especializado projeto de
propaganda anticomunista e difusão da doutrina de segurança nacional em prol da
inserção do Brasil no capitalismo global sob a liderança dos Estados Unidos. A
transição democrática não será completa sem a destruição das engrenagens
militarizadas que permitiram a tortura, o extermínio e abalaram o livre exercício
de direitos políticos por cidadãos brasileiros. A presença militar na segurança
pública interna, na gestão e controle da polícias militares é um ranço ditatorial que
obstaculiza o desenvolvimento democrático da instituição policial em busca da
proteção de minorias e do resguardo ao livre exercício de direitos fundamentais. A
reforma da polícia tem por finalidade essencial conter a repetição de graves
violações de direitos humanos perpetradas pela mão policial, a partir do
reconhecimento de que identidades de grupo antagônicas – ontem comunistas,
hoje populações negras e pardas marginalizadas – facilitam a concretização do
projeto de segurança elitizado e de manutenção das desigualdades sociais na
sociedade neoliberal. / [en] This study aims to defend the institutional reform of Brazilian police as a
key mechanism of transitional justice, attuned to the modern phase of the
transitional justice project that seeks to put together transitional mechanisms, and
the needs of the society they are applied to, with the main purpose of promoting
positive peace whilst reconciliation and reduce antagonistic social identities and
recognizing the material effects of conflicts to achieve feasibility of forgiveness.
It s necessary to recognize that Brazilian society is heavily militarized and that
this militarization is a consequence of the specialized anti-communist propaganda
and dissemination of national security doctrine promoted by the military
government to effectively include Brazil in the global capitalism under the
leadership of the United States. The transition to democracy will not be complete
without the destruction of militarized gears that continuously facilitate torture,
extermination and jolt the free exercise of political rights for Brazilian citizens.
The military presence in the domestic public security, management and control of
the military police is a dictatorial legacy that hinders the democratic development
of the police institution in pursuing minority protection and safeguarding the free
exercise of fundamental rights. The reform intends to contain the repetition of
serious human rights violations perpetrated by the police, recognizing that
antagonistic group identities - yesterday communist, today black and brown
marginalized populations - facilitate the implementation of the elitist security
project and maintenance of social inequalities in the neoliberal society.
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[pt] DE NUREMBERG A SAN JOSÉ: OS CRIMES CONTRA A HUMANIDADE E A RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL DO ESTADO BRASILEIRO NO SISTEMA INTERAMERICANO DE DIREITOS HUMANOS / [en] FROM NUREMBERG TO SAN JOSÉ: THE CRIMES AGAINST HUMANITY AND THE INTERNATIONAL RESPONSIBILITY OF THE BRAZILIAN STATE BEFORE THE INTER-AMERICAN HUMAN RIGHTS SYSTEMAMANDA CATALDO DE S T DOS SANTOS 03 January 2022 (has links)
[pt] A tese objetiva examinar a responsabilidade internacional do Estado brasileiro
pelos crimes perpetrados por agentes estatais, no contexto do regime militar
(1964-1985), a partir da jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos
(Corte IDH). A análise considerará os precedentes normativos e jurisdicionais
que embasaram as condenações do Estado brasileiro nos casos Julia Gomes Lund e
outros vs. Brasil (2010) e Vladimir Herzog e outros vs. Brasil (2018). Em um primeiro
momento, vislumbra-se apresentar o cenário de emergência das normativas
internacionais relacionadas à responsabilidade penal dos indivíduos e à responsabilidade
dos Estados. Uma vez apresentado o panorama normativo global, será elencado
o case law da Corte IDH referente às graves violações de direitos humanos
perpetradas, de modo sistemático e massivo, por meio dos aparatos burocráticos de
poder estatais. Conforme será aventado, apenas em casos específicos, a Corte IDH
utiliza conceitos atinentes ao direito penal internacional como base interpretativa
das obrigações consubstanciadas na Convenção Americana de Direitos Humanos,
construindo um verdadeiro diálogo entre esse ramo do direito e a normativa dos
direitos humanos. Finalmente, a pesquisa se concentrará nos supracitados julgados,
separados por quase uma década, mas que possuem em comum o contexto no qual
os fatos dos casos ocorreram. Destacadamente, o caso Herzog traz em seu bojo a
qualificação dos crimes contra a humanidade – um passo significativo, em relação
ao caso Gomes Lund, para ativistas e operadores do direito no âmbito doméstico.
Sob esse viés, o presente trabalho pretende investigar em que medida o enquadramento
dos crimes contra a humanidade possui o condão de fortalecer as iniciativas
em prol da responsabilidade criminal dos agentes do regime ditatorial e de ensejar
a contestação de estruturas e práticas repressivas ainda vigentes.A tese objetiva examinar a responsabilidade internacional do Estado brasileiro
pelos crimes perpetrados por agentes estatais, no contexto do regime militar
(1964-1985), a partir da jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos
(Corte IDH). A análise considerará os precedentes normativos e jurisdicionais
que embasaram as condenações do Estado brasileiro nos casos Julia Gomes Lund e
outros vs. Brasil (2010) e Vladimir Herzog e outros vs. Brasil (2018). Em um primeiro
momento, vislumbra-se apresentar o cenário de emergência das normativas
internacionais relacionadas à responsabilidade penal dos indivíduos e à responsabilidade
dos Estados. Uma vez apresentado o panorama normativo global, será elencado
o case law da Corte IDH referente às graves violações de direitos humanos
perpetradas, de modo sistemático e massivo, por meio dos aparatos burocráticos de
poder estatais. Conforme será aventado, apenas em casos específicos, a Corte IDH
utiliza conceitos atinentes ao direito penal internacional como base interpretativa
das obrigações consubstanciadas na Convenção Americana de Direitos Humanos,
construindo um verdadeiro diálogo entre esse ramo do direito e a normativa dos
direitos humanos. Finalmente, a pesquisa se concentrará nos supracitados julgados,
separados por quase uma década, mas que possuem em comum o contexto no qual
os fatos dos casos ocorreram. Destacadamente, o caso Herzog traz em seu bojo a
qualificação dos crimes contra a humanidade – um passo significativo, em relação
ao caso Gomes Lund, para ativistas e operadores do direito no âmbito doméstico.
Sob esse viés, o presente trabalho pretende investigar em que medida o enquadramento
dos crimes contra a humanidade possui o condão de fortalecer as iniciativas
em prol da responsabilidade criminal dos agentes do regime ditatorial e de ensejar
a contestação de estruturas e práticas repressivas ainda vigentes. / [en] The thesis aims to analyze the international responsibility of the Brazilian
State for crimes perpetrated by State agents, in the context of the military regime
(1964-1985), based on the jurisprudence of the Inter-American Court of Human
Rights (IACourtHR). The analysis will consider the normative and jurisdictional
cases that served as precedents to the Brazilian State s convictions in the cases Julia
Gomes Lund et al. vs. Brazil (2010) and Vladimir Herzog et al. vs. Brazil (2018).
Initially, will be presented the emergency scenario of international regulations related
to the criminal responsibility of individuals and the responsibility of States.
Once the global normative panorama is presented, will be introduced the case law
of the Inter-American Court regarding the serious violations of human rights perpetrated,
in a systematic and massive way, through the bureaucratic apparatus of
State power. As will be explained, only in specific cases, the Inter-American Court
uses concepts of international criminal law as an interpretive basis for the obligations
embodied in the American Convention of Human Rights, building a dialogue
between this area of Law and the human rights normative. Finally, the research will
focus on the aforementioned judgments, separated by almost a decade, but which
share the context in which the facts of the cases occurred. Notably, the Herzog s
case considers the qualification of crimes against humanity – a significant step, in
relation to the Gomes Lund s case, for activists and legal practitioners in the domestic
sphere. Under this bias, the present work intends to investigate to what extent
the framing of crimes against humanity has the power to strengthen initiatives
in favor of the criminal responsibility of the agents of the dictatorial regime and the
contestation of repressive structures and practices still valid.
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