1 |
[fr] LE JEU ET LES PARADOXES DE LA SYMBOLISATION DANS LA CLINIQUE PSYCHANALYTIQUE AVEC LES ENFANTS / [pt] O BRINCAR E OS PARADOXOS DA SIMBOLIZAÇÃO NA CLÍNICA PSICANALÍTICA COM CRIANÇASFERNANDA FURIERI PAES 28 May 2024 (has links)
[pt] O brincar é uma atividade universal, presente em crianças de todas as
culturas, sendo a principal forma de comunicação e desenvolvimento infantil, assim
como o solo principal pelo qual o psicanalista clínico caminhará com a criança em
análise. Partindo dessa ideia, lançamos nossa hipótese de que essa atividade se
apresenta ao mesmo tempo como resultante e constitutiva dos processos de
simbolização, e que sua configuração em ato remete aos avatares dos
relacionamentos primários e constitutivos do sujeito. Apresentaremos uma leitura
sobre o brincar a partir do referencial psicanalítico, entendendo que o ato-jogo
compõe no aparelho psíquico o registro do ato que não é oponível à representação;
ao contrário, é o que permite ao sujeito simbolizar psiquicamente o vivido.
Mostraremos que os caminhos que levam à constituição do brincar, portanto,
comportam os paradoxos constitutivos dos processos de simbolização, paradoxos
estes que refletem a posição fundamental da relação do sujeito com seus objetos
fundamentais, os quais precisam estar simultaneamente na posição de despertar e
de conter os movimentos pulsionais para que o sujeito possa se constituir como
sujeito da pulsão, assim como sujeito brincante. A partir da clínica com crianças
que apresentam prejuízos em relação à simbolização, refletiremos ainda sobre o
brincar em análise, pensando em como ele pode se constituir na relação analítica
como forma de possibilitar a emergência de novas capacidades de representação. / [fr] Jouer est une activité universelle, présente chez les enfants de toutes les
cultures, étant la principale forme de communication et de développement de
l enfance, tout comme le terrain principal par lequel le psychanalyste clinicien
accompagnera l enfant en analyse. À partir de cette idée, nous formulons notre
hypothèse selon laquelle cette activité se présente à la fois comme résultante et
constitutive des processus de symbolisation, et que sa configuration en acte renvoie
aux avatars des relations primaires et constitutives du sujet. Nous présenterons une
lecture du jeu à partir du référentiel psychanalytique, comprenant que l acte-jeu
compose dans l appareil psychique l enregistrement de l acte qui n est pas opposable
à la représentation; au contraire, c est ce qui permet au sujet de symboliser
psychiquement le vécu. Nous montrerons que les chemins menant à la constitution
du jeu comportent donc les paradoxes constitutifs des processus de symbolisation.
Ces paradoxes reflètent la position fondamentale de la relation du sujet avec ses
objets fondamentaux, lesquels doivent simultanément être en mesure d éveiller et
de contenir les mouvements pulsionnels afin que le sujet puisse se constituer en
sujet de la pulsion, ainsi comme sujet joueur. À partir de la clinique avec des enfants
présentant des troubles de la symbolisation, nous réfléchirons également sur le jeu
en analyse, en pensant à comment il peut se constituer dans la relation analytique
comme moyen de favoriser l émergence de nouvelles capacités de représentation.
|
Page generated in 0.0525 seconds