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[en] SECRET AND REVEALED, IMPLICIT AND EXPRESSED: PREJUDICE AGAINST/AMONG DEAF STUDENTS / [pt] SECRETO E REVELADO, TÁCITO E EXPRESSO: O PRECONCEITO CONTRA/ENTRE ALUNOS SURDOSGISELLY DOS SANTOS PEREGRINO 24 March 2017 (has links)
[pt] Esta tese de doutorado partiu da hipótese de que juízos engessados acerca da surdez continuam a ser repetidos nos enunciados e a ser sentidos por pessoas surdas, apesar do avanço da discussão sobre as diferenças. A principal questão de pesquisa é como se dá o preconceito contra/entre alunos surdos. Objetivou-se compreender esse fenômeno, conceituando-o, identificando suas expressões nos enunciados de professores, analisando como os estudantes surdos percebem e avaliam esse processo e contribuindo para uma educação contra o preconceito. Examinaram-se diferentes perspectivas sobre o conceito de preconceito – Gordon Allport, Theodor Adorno e Max Horkheimer, Hannah Arendt, Arnold Rose, Agnes Heller, entre outros. Sendo os preconceitos, por vezes, expressos no discurso, a entrevista confirmou-se como procedimento fundamental. Os participantes deste estudo foram: cinco alunos surdos adultos, cinco professores de jovens e adultos surdos e cinco professores atuantes na Educação de Jovens e Adultos (EJA) os quais nunca tiveram surdos como alunos. As entrevistas foram ancoradas na abordagem sócio-histórica e, sendo semiestruturadas, partiram de um roteiro norteador. Concluiu-se que estudantes surdos têm dificuldades para perceber o preconceito por não compartilharem a língua com o sujeito preconceituoso e, ao mesmo tempo, conseguem apreender o fenômeno por meio de formações imaginárias e inferências. Observou-se que perceberam mais preconceito contra si em escolas anteriores nas quais conviviam com alunos que não são surdos. Por outro lado, registraram que, mesmo entre pessoas surdas, há expressões de preconceito, comprovando que não são imunes a ele, mesmo sofrendo com suas manifestações. Apontaram que costumam ou podem reagir ao preconceito com desprezo, com diálogo, por meio de medidas judiciais,
responsabilização de Deus ou com violência física. Avaliaram que, mesmo em tempos que supostamente valorizam a inclusão socioeducativa, ainda não há entendimento, diálogo nem troca. Por sua vez, os professores elaboraram concepções de preconceito que não se vinculam diretamente ao preconceito que
manifestam. Metade deles assumiu ser abertamente preconceituoso; no entanto, seus discursos, coerentemente com o politicamente correto, traziam o preconceito ora secreto, ora revelado; ora tácito, ora expresso. E, às vezes, tudo isso simultaneamente, em um verdadeiro jogo de esconde-esconde. Concluiu-se que a experiência com estudantes surdos não potencializa o preconceito, mas pode favorecer seu fortalecimento ou sua desconstrução forçosa. A não experiência, por outro lado, tende a propiciar a perpetuação de juízos passados e não reelaborados, bloqueando, assim, (novas) vivências com o alunado surdo. / [en] This doctoral thesis is based on the assumption that preconceived opinions about deafness continue to be repeated in assertions and felt by deaf people, despite the progress of discussions on differences. The main point of the research is how prejudice originates against/among deaf students. The purpose is to understand this phenomenon, describing it, identifying its expressions in the discourse of teachers, analyzing how deaf students perceive and assess this process and contributing to an education against prejudice. The prejudice concept was examined through different perspectives − Gordon Allport, Theodor Adorno and Max Horkheimer, Hannah Arendt, Arnold Rose, Agnes Heller, among others. As prejudice is at times expressed in speech, interviews were regarded as an essential procedure. The participants in this study were: five adult deaf students, five teachers of deaf youngsters and adults, and five teachers engaged in Educação de Jovens e Adultos (EJA) Education of Youngsters and Adults who had never taught deaf students. Interviews were based on a socio-historical approach and, being semi-structured, they followed a guiding script. The conclusion was that deaf students have difficulty in perceiving prejudice because they do not share the language with the prejudiced person but, at the same time, they do notice the phenomenon through imaginary concepts and inferences. They perceived more prejudice against them in previous schools in which they interacted with students who were not deaf. On the other hand, they affirmed that even among deaf individuals there are prejudiced expressions, which proves they are not immune to prejudice, even suffering from it. They pointed out that they may react to prejudice with disdain, through dialogue, by means of legal remedies, blaming God or using physical violence. They affirmed that, even in times that supposedly value socio-educative inclusion, there is still no understanding, dialogue or change. In turn, teachers elaborate prejudice conceptions that do not directly match the prejudice they express. Half of them assumed to be prejudiced; however, in their discourse, consistent with the politically correct behavior, they showed their prejudice either in a secret or revealed way; sometimes implied and sometimes expressed. And, at times all that simultaneously, in a true hide-andseek game. The conclusion was that the experience with deaf students does not increase prejudice, but it may favor either its strength or its forced deconstruction.
The lack of interchange, on the other hand, tends to reinforce the continuation of past and not reelaborated judgments, thus blocking (new) personal experiences with deaf students.
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