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[pt] AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS AP E REUTERS NO BRASIL: UM FLUXO DE RETROALIMENTAÇÃO DO AGENDAMENTO NA ERA DOS DISPOSITIVOS MÓVEIS / [en] AP AND REUTERS NEWS AGENCIES IN BRAZIL: A FEEDBACK FLOW OF SCHEDULING IN THE MOBILE DEVICES AGEMARIA ANGELICA DIAS DA CRUZ 28 September 2023 (has links)
[pt] O presente estudo explorou o modo como as agências de notícias globais
Reuters e Associated Press (AP) baseadas no Brasil concebem o novo jornalismo
digital a partir da segunda década do século XXI. Considerando que o público alvo
não é o grande público diretamente, mas seus contratantes, observamos que as redes
sociais e plataformas digitais, ambientes de muitas vozes, influenciam as suas
agendas e modos de produção da notícia em vídeo, além do impacto da
desinformação nas suas rotinas produtivas, em que precisam contar com equipes de
checagens. Partimos dos estudos da Teoria da Agenda, palco em que Maxwell
McCombs (2009), um dos fundadores da tradição de pesquisa sobre o agendamento,
se debruça sobre um poder dos veículos noticiosos de definir a agenda do público,
modelando a opinião pública ao determinarem quais são os assuntos centrais da
atenção pública. Mantendo um foco no jornalismo contemporâneo na esteira do
agendamento, o presente trabalho sustém a hipótese de que há um fluxo de
retroalimentação de pautas entre a mídia e o público, sugerindo o termo on demand,
no cenário do jornalismo digital, que interfere no agendamento one way – enquanto
fluxo unidirecional de influência partindo da grande mídia para o público - na
medida em que, com os ambientes digitais móveis, notadamente no Brasil, o
público e as fontes passam também a pautar os meios de comunicação, e as
Agências não ficam de fora, sendo algumas vezes pautadas pelo público e redes
sociais. Uma enxurrada de conteúdos em vídeos é gerada pela audiência
diariamente, de forma que as rotinas de Reuters e AP contam com novas práticas
de checagens diárias de eventos e mudanças na operacionalização e produção das
notícias, a fim de atenderem seus clientes digitais e os formatos das plataformas
sociais. O trabalho também inclui uma pesquisa bibliográfica remontando uma
linha do tempo das primeiras agências de notícias de grande porte, para observar as
mudanças tanto na linguagem jornalística como nas formas de distribuição e
operacionalização na medida do desenvolvimento tecnológico. Um olhar que vem
desde as entregas de notícias e cotações acionárias à imprensa e casas de finanças,
através dos pombos-correios e do telégrafo de 1850, ao sistema de distribuição das
notícias da era móvel. O jornalismo digital possibilitou as crescentes coproduções
com mediadores públicos, não deixando de destacar as interpelações da audiência
e fontes nos processos de produção das notícias junto aos jornalistas profissionais.
O panorama das redes digitais – que carrega a desinformação e propicia a reunião
de novas vozes, interferindo nas agendas dos meios de comunicação – traz efeitos
de uma mudança no fluxo de influências que se dá também do público para a mídia,
efeito perceptível nas duas agências que eventualmente selecionam o que vai virar
notícia a partir da sugestão de histórias provenientes não dos canais oficiais da
imprensa. A fim de atenderem às expectativas das plataformas digitais e de seus
clientes digitais, verificamos que AP e Reuters no Brasil adaptam os seus conteúdos
em vídeo, editados a partir das matérias originais distribuídas aos clientes, para uma
versão mais enxuta e atraente, sem abrir mão da credibilidade, temporalidade e
precisão. / [en] The study has explored how the global news agencies Reuters and Associated
Press (AP) based in Brazil conceive the new digital journalism from the second
decade of the 21st century. Considering the target audience is not the general public
directly, but its contractors, we observed that social networks and digital platforms,
places of many voices, influence their agendas and news production of video, in
addition to the impact of disinformation on their productive routines, which count
on fact check teams. We start from Agenda Theory studies, in which Maxwell
McCombs (2009), one of the founders of the research tradition on scheduling,
focuses on the news vehicles power to define the public s agenda, shaping public
opinion by determining which the central issues of public attention are. Keeping a
focus on contemporary journalism in the wake of scheduling, the present work
supports the hypothesis that there is a feedback flow of agendas between the media
and the public. We suggest the on demand concept, in digital journalism scenario,
which interferes in scheduling one way – known as a unidirectional flow of
influence from the mainstream media to the public - to the extent that public and
sources also start to guide the means of communication. The public and social
networks also guide both agencies sometimes. The audience on a daily basis
generates a flood of video contents, so that Reuters and AP routines rely on new
practices of daily checking of events and changes in the operationalization and news
production, in order to supply their digital clients as well as the social network
formats. The study also includes a bibliographical research tracing back a timeline
of the first global news agencies, in order to observe the changes both in journalistic
language, distribution forms and operationalization as technological development
grows. A look that comes from the news delivery and stock quotes to the press and
finance houses, through the carrier pigeons and 1850 telegraph to the news
distribution system of mobile age. Digital journalism has made possible the
growing co-productions by public mediators, not forgetting to highlight the
audience and sources approaches in the news production processes with
professional journalists. The digital networks scenery that nowadays carry
disinformation and allow new voices interfering in communication media agendas
brings the effects of an influence changing of flow that also occurs from the public
to the media agenda. A noticeable effect in both agencies AP and Reuters in Brazil,
that sometimes select what will become news from the stories suggestion not
coming from the official press channels. In order to meet digital platforms
expectations, we also verify AP and Reuters in Brazil adapt their video contents,
that are edited from the original news reports distributed to their customers, into a
leaner and more attractive version, without sacrificing credibility, temporality and
accuracy.
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