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[en] ANYTHING INTERMEDIATE: INTERTEXTUALITY IN THE WORK OF ADRIANA CALCANHOTTO / [pt] QUALQUER COISA DE INTERMÉDIO: INTERTEXTUALIDADE NA OBRA DE ADRIANA CALCANHOTTO

FLAVIA IRIARTE TORTIMA 22 May 2017 (has links)
[pt] Essa pesquisa é o resultado de um estudo sobre a figura e a obra de Adriana Calcanhotto. Cantora, letrista e compositora brasileira, seu trabalho vem se caracterizando, sobretudo, por transitar nas fronteiras entre o erudito e o popular, a arte de vanguarda e a cultura de massa. Suas realizações vão desde musicar poemas de Carlos Drummond de Andrade, Waly Salomão, Antonio Cícero, Ferreira Gullar, Mário de Sá-Carneiro, Haroldo e Augusto de Campos e vestir os Parangolés de Hélio Oiticica (artistas relacionados à arte de vanguarda), até gravar canções relacionadas à tradição do kistch e do brega, consumidas em larga escala através dos meios de comunicação de massa. O movimento dessa artista nos faz pensar imediatamente na reflexão proposta por José Miguel Wisnik em seu conhecido ensaio A Gaia Ciência, em que o ensaísta e compositor defende a música popular brasileira enquanto espaço legítimo de construção de saber. Dessa forma, procuro pensar o trabalho de Adriana a partir dessa ótica, sinalizando esse espaço lúdico que a artista constrói, capaz de articular conhecimento e sensibilidades. Para tal, procuro analisar letras de canções, figurinos, cenários e repertórios de show, declarações dadas à imprensa etc. Em uma segunda etapa, reflito acerca do paradoxal processo (para o qual aponta Antoine Compagnon) de dessacralização da arte e fetichização do autor na modernidade, e que se acentua no cenário contemporâneo, em que o artista passa a atuar na construção de uma imagem (de uma persona artística), transformando o próprio corpo também em suporte artístico. Nesse cenário, atravessado permanentemente pela mídia e pela exposição, em que noções de público e privado, essência e aparência, se confundem, nublam-se também as fronteiras entre arte e vida. / [en] This research is the result of a study of the figure and work of brazilian composer Adriana Calcanhotto. Singer, lyricist and composer, her work has been characterized mainly by transit at the borders between the classical and popular, the mass culture and avant-garde art, with achievements ranging from poems set to music by Carlos Drummond de Andrade, Waly Solomão, Antonio Cicero, Ferreira Gullar, Mário de Sá-Carneiro, Haroldo and Augusto de Campos, and wear the Parangolés of Hélio Oiticica (artists related to avant-garde art), recording songs related to tradition and kistch s corny, consumed largely by the means of mass communication. The movement of this artist makes us think immediately in the discussion launched by José Miguel Wisnik known in his essay A Gaia Ciência, in which the essayist and songwriter of brazilian popular music advocates as legitimate space for building knowledge. Thus, I reflected of the work of Adriana from that perspective, signaling this playful space that the artist builds, able to articulate knowledge and sensitivities. To this end, I analyze the lyrics to songs, costumes, sets and repertoires show, speaking to the press etc. In a second step, I intend to reflect on the paradoxical process (pointed by Antoine Compagnon) of desecration of art and the modern fetishization of the author, and which increases in the contemporary scene, in which the artist goes to work on building an image (an artistic persona), transforming their bodies also artistic support. In this scenario, constantly traversed by the media and by exposure, in which notions of public and private essence and appearance, are confused, clouds are also the boundaries between art and life.

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