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[en] SCIENTIFIC LITERACY IN BRASIL AND JAPAN THROUGH PISA S RESULTS / [pt] LETRAMENTO CIENTÍFICO NO BRASIL E NO JAPÃO A PARTIR DOS RESULTADOS DO PISAANDRIELE FERREIRA MURI 26 July 2017 (has links)
[pt] Este estudo compara o Letramento Científico dos estudantes brasileiros e japoneses, com base nos resultados do PISA e procura responder às seguintes as questões de pesquisa: a) Há diferenças de competência cognitiva em Ciências entre os alunos brasileiros e dos outros países, sobretudo os do Japão no PISA?; b) Existem itens do PISA 2006 que apresentam comportamento diferencial, tendo o Brasil como referência?; e c) É possível, a partir dos dados do PISA e da adoção complementar de uma abordagem qualitativa, identificar diferentes ênfases curriculares e/ou práticas pedagógicas no Ensino de Ciências de Brasil e Japão que contribuam para a compreensão das diferenças de desempenho entre seus estudantes? Para responder a primeira questão, comparamos os resultados do Brasil e do Japão nas edições 2006 e 2015 do PISA, em que o foco foi Ciências. O Brasil se mostra em situação de desvantagem em relação a quase todos os países que participaram do Programa, o que é em parte explicado pela repetência. Na
escala de desempenho, o Brasil permanece no nível 1 e o Japão, no nível 3 em2006, passou para o nível 4 em 2015. Para responder à segunda questão, utilizamos a análise de Differential Item Functioning (DIF) nos itens da prova de Ciências de 2006 e concluímos que há grande presença de DIF nesses itens
comparativamente entre o Brasil e o Japão. Apesar de não serem capazes de comprometer o processo avaliativo privilegiando um grupo em detrimento do outro, esses itens sugerem diferentes ênfases curriculares em Ciências. Levando em conta essa hipótese e para responder à terceira questão adotamos uma abordagem qualitativa, com observação do uso do tempo das aulas; registro das ênfases curriculares e da ocorrência de atividades relacionadas à interação, investigação, experimentação e aplicação na perspectiva dos alunos, professores e da observação; e entrevistas com especialistas e gestores. Os
resultados mostraram que mais de 20 por cento do tempo oficial de aula observados no Brasil são desperdiçados com questões outras que não o ensino efetivo de Ciências; 10 vezes mais que no Japão. No Brasil, há ênfase curricular mais acentuada nas Ciências Naturais e Biológicas. O currículo é distribuído mais homogeneamente no Japão e é seccionado no Brasil. Segundo os estudantes japoneses, não são freqüentes as atividades de interação, investigação, experimentação e aplicação. As atividades mais recorrentes observadas e percebidas pelos professores japoneses são as de experimentação e interação; no Brasil, as de interação e aplicação. Entrevistas realizadas com especialistas em Ensino de Ciências e gestoras do PISA, no Brasil e no Japão, mostraram que o sucesso do Japão nessa avaliação é associado à existência de um currículo nacional comum e à formação continuada de professores em serviço, bem como às reformas do sistema educacional japonês suscitadas pelos resultados do PISA. O baixo desempenho dos estudantes brasileiros no PISA estaria, por sua vez, relacionado com o despreparo dos estudantes, com a falta de familiaridade destes com o teste, com a deficiente formação dos professores e com o limitado uso das evidências produzidas pelas avaliações em larga escala. / [en] This study compares the Scientific Literacy of Brazilian and Japanese students, based on the results of PISA and seeks to answer the following research questions: a) Are there differences of cognitive competence in Science among Brazilian students and those from other countries, especially Japan, in the PISA ?; B) Are there items of PISA 2006 that present differential functioning, with Brazil as a reference ?; and c) Is it possible, based on the PISA data and the complementary adoption of a qualitative approach, to identify different curricular emphases and / or pedagogical practices in Science Education in Brazil and Japan
that contribute to the understanding of differences in performance among their students? To answer the first question, we compared the results of Brazil and Japan in the 2006 and 2015 editions of PISA, where the focus was Science. Brazil is disadvantaged compared to almost all the countries that participated in the
Program, which is partly explained by the repetition. In the performance scale, Brazil remains at level 1 and Japan at level 3 in 2006 has moved to level 4 in 2015. In order to answer the second question, we used the Differential Item Functioning (DIF) analysis in the 2006 test s Science items and we conclude that
there is a large presence of DIF in these items comparatively between Brazil and Japan. Although they are not able to compromise the evaluation process by favoring one group over the other, these items suggest different curricular emphases in Science. Taking into account this hypothesis and to answer the third
question we adopted a qualitative approach, with observation of the use of class time; record of curricular emphases and the occurrence of activities related to interaction, investigation, experimentation and application from the perspective of students, teachers and observation; and interviews with experts and
PISA managers. The results showed that more than 20 percent of official classroom time observed in Brazil is wasted with questions other than effective teaching of science; 10 times more than in Japan. In Brazil, there is a more pronounced curricular emphasis in Natural and Biological Sciences. The curriculum is distributed more homogeneously in Japan and is sectioned in Brazil. According to Japanese students, activities of interaction, investigation, experimentation and application are not frequent. The most recurrent activities observed and perceived by Japanese teachers are those of experimentation and interaction; In Brazil, those of interaction and application. Interviews with experts in Science Education and PISA managers in Brazil and Japan have shown that Japan s success in this assessment is associated with the existence of a common national curriculum and the teachers ongoing in-service training as well as the educational system reforms raised by the PISA results. The low performance of Brazilian students in PISA
would, in turn, be related to the lack of preparation of the students, their lack of familiarity with the test, poor teacher training and the limited use of the evidence produced by the large scale evaluations.
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