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[en] AUTONOMOUS CONTINUUM: ON STOCKHAUSEN S AND EISENMAN S WORKS / [pt] CONTINUUM AUTÔNOMO: SOBRE AS OBRAS DE STOCKHAUSEN E EISENMAN

09 July 2020 (has links)
[pt] A tese de uma autonomia da arte contemporânea, em tempos de realidade virtual – na qual a contenda ontológica do objeto artístico é vista como uma exponenciação da aura perdida de Benjamin – pode ser compreendida de duas maneiras opostas: entendendo a autonomia como uma quimera teórica ou como uma questão que ainda exige uma contínua reflexão crítica. A proposta aqui converge à segunda tendência. Assim, ela insiste sobre a questão da autonomia e isso implica, antes, numa análise crítica do papel desta dentro da história arte – na maneira pela qual, desde o Laocoonte de Lessing, passando por Greenberg, até a teoria estética de Adorno, foi se conformando na teoria da arte a ideia de uma autonomia da especificidade. Historicamente, a autonomia da especificidade estava encerrada pelas regras que a determinavam: linguagem, estilo e materiais. Neste contexto histórico modernista dois campos se destacam por serem muito regrados em suas abstrações: a música e a arquitetura. E dentro desses respectivos campos os trabalhos do compositor Karlheinz Stockhausen e do arquiteto Peter Eisenman aparecem como obras, entre as produções contemporâneas, que simultaneamente subvertem e resistem às especificidades das suas normas internas. Seguindo os passos desses artistas, este trabalho investiga a possibilidade de um outro tipo de autonomia que lida com uma condição de presença autônoma – um continuum autônomo que problematiza a temporalidade histórica seja da resultante sonora, seja da resultante espacial, e nunca se ancora em especificidades pré-determinadas. Nestes termos, Stockhausen e Eisenman realizam uma autonomia cuja temporalidade é um continuum intrínseco que opera sempre o movimento de elã crítico do binômio fenômeno e conceito – através da abordagem crítica seja dos seus meios, seja das suas linguagens. / [en] The thesis of an autonomy of contemporary art in virtual reality times – in which the ontological issue of the artistic object is seen as an exponentiation of the lost aura of Benjamin – can be understood in two opposite ways: understanding autonomy as a theoretical chimera or as a question that requires a continuous critical reflection. The proposal converges to the second trend. Thus, it insists on the issue of autonomy and this implies a critical analysis of the role of this in art history – in the way some oeuvre and authors, from the Lessing s Laocoön through Greenberg to the Adorno s aesthetic theory, had been establishing in theory of art the idea of an autonomy of specificity. Historically, the autonomy of specificity was closed by its own rules: language, style and materials. In this modernist historical context two fields stand out for being very ruled in their abstractions: music and architecture. And within those respective fields, the works of the composer Karlheinz Stockhausen and the architect Peter Eisenman appear as works, between contemporary productions, that simultaneously subvert and resist the specificities of their internal rules. Following in the footsteps of these artists, the present work investigates the possibility of another kind of autonomy that deals with an autonomous presence condition - an autonomous continuum that questions the historical temporality either from resultant sound and resultant space, and never anchors itself in predetermined specificities. Accordingly, Stockhausen and Eisenman realize an autonomy whose temporality is an intrinsic continuum that always operates the movement of critical impetus of the binomial phenomenon and concept – either by the critical approaches of their mediums and their languages.

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