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[en] BANDEIRANTISMO AND INTERNATIONAL POLITICS: THE COLONIAL DIMENSIONS OF THE THREATS TO THE XINGU INDIGENOUS TERRITORY / [pt] BANDEIRANTISMO E POLÍTICA INTERNACIONAL: AS DIMENSÕES COLONIAIS DAS AMEAÇAS AO TERRITÓRIO INDÍGENA DO XINGU

GIORGIO GARCIA CRISTOFANI 27 November 2023 (has links)
[pt] A dissertação compreende a colonização das Américas como marco fundamental da política internacional moderna e defende a necessidade de engajamento da disciplina de Relações Internacionais com os povos indígenas, sobretudo ao compreender o caráter global das suas lutas políticas. Nesse contexto, o presente trabalho investiga as dimensões globais e coloniais das ameaças aos territórios indígenas, sobretudo as estratégias de dominação operadas no Território Indígena do Xingu, ameaçado pelas fronteiras econômicas do agronegócio e pela extração de madeira ilegal. Tendo a análise do bandeirantismo como fio condutor da dissertação, o trabalho está estruturado em quatro movimentos. O primeiro movimento apresenta o panorama histórico do Território Indígena do Xingu, por meio da intersecção entre a antropologia histórica crítica, a etnoarqueologia e a perspectiva pós-colonial, a fim de compreender as ameaças e resistências ao bandeirantismo e as consequências contemporâneas da situação colonial na primeira Terra Indígena demarcada no Brasil. O segundo movimento analisa, por um lado, a centralidade do bandeirantismo na colonização brasileira e, por outro, o seu papel na formação do capitalismo global e na subjetivação de um modo de vida imperial, baseado no eurocentrismo e no racismo. Em um terceiro momento, analisa-se estratégias coloniais de dominação para com os povos indígenas e seus territórios em dois momentos históricos distintos, identificando a continuidade, sob novas configurações, da ―guerra de conquista‖ após a independência. Por fim, o quarto movimento analisa as tensões territoriais e as estratégias de dominação que afetam o Território Indígena do Xingu na contemporaneidade, compreendendo como os discursos e práticas da política internacional operam localmente por meio da articulação entre as gramáticas da economia política e as hierarquias coloniais. Dessa forma, a dissertação argumenta que as ameaças aos territórios indígenas são consequências das próprias dinâmicas dos padrões de poder globais, forjadas a partir da colonização das Américas e da consolidação do capitalismo. As invasões aos territórios indígenas durante os séculos XVII e XVIII, orquestradas pelo projeto colonial e realizada pelos bandeirantes, foram fundamentais para o processo de estruturação dos padrões de poder globais, cujas dinâmicas violentas do modo de vida imperial constituem a base da política internacional moderna. Assim, engajar-se com a luta dos povos indígenas pelos seus territórios representa um engajamento com os atores e as disputas centrais da política internacional. / [en] The dissertation understands the colonization of the Americas as a fundamental milestone of modern international politics and defends the need for the discipline of International Relations to engage with indigenous peoples, especially by understanding the global role of their political struggles. In this context, it investigates the global and colonial dimensions of the threats to indigenous territories, especially the domination strategies operated in the Xingu Indigenous Territory, threatened by the economic frontiers of agribusiness and illegal logging. With the analysis of bandeirantismo as the guiding thread of the entire dissertation, the work is structured in three movements. The he first movement presents the historical panorama of the Xingu Indigenous Territory, through the intersection between critical historical anthropology, ethnoarchaeology and the postcolonial perspective, in order to understand the threats and resistances to bandeirantismo and the contemporary consequences of the colonial situation in the first demarcated Indigenous Land in Brazil. The second movement analyses, on the one hand, the centrality of bandeirantismo in Brazilian colonization and, on the other, its role in the formation of global capitalism and in the subjectivation of an imperial way of life, based on Eurocentrism and racism. The third movement analyzes the colonial strategies of domination towards indigenous peoples and their territories in two different historical moments, identifying the continuity of the "war of conquest" after independence. Finally, the fourth movement analyzes the territorial tensions and strategies of domination that affect the Xingu Indigenous Territory in contemporary times, understanding how the discourses and practices of international politics operate locally through the articulation between the grammars of political economy and colonial hierarchies. In this way, the dissertation argues that the threats to indigenous territories are consequences of the dynamics of global power patterns, forged from the colonization of the Americas and the consolidation of capitalism. The invasions of indigenous territories during the 17th and 18th centuries, orchestrated by the colonial project and carried out by the bandeirantes, were cricial to the process of structuring global power patterns, whose violent dynamics of the imperial way of life constitute the basis of modern international politics. Thus, engaging with indigenous peoples struggle for their territories represents an engagement with the central actors and disputes of international politics.

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